Uma mãe solteira aparece boiando no rio que corta a cidade. Uma adolescente encontrou o mesmo fim poucas semanas antes.
Não foram as primeiras a serem encontradas assim, a história da cidade está cheia dessas “afogadas”, mas suas mortes perturbaram as águas do rio sombrias e dragaram segredos a muito escondidos.
O Poço dos Afogados é uma parte do rio conhecida por atrair “mulheres encrenqueiras/indesejadas/infelizes” para suas águas. A fama mórbida do rio invade cada linha da narrativa. Esse assunto delicado, o suicídio, paira sobre tudo e todos deixando a sensação de que aquilo (a dor, a dúvida, os segredos) é insuportável. Um peso amarrado a seu corpo que não lhe permite respirar (e, de fato, quase abandonei a leitura antes da página 100).
Mas continuei, prossegui a leitura por achar que deveria avançar mais antes de abandonar a história. A leitura estava incomoda e amarga, mas ainda estava suportável, e acabei sendo recompensada com um alívio de peso quando segredos vieram à superfície por quem menos se esperava.
Fiquei satisfeita com o final (com os finais na verdade). Pessoas puderam seguir em frente, outras conseguiram se virar como puderam, e outras ainda terão que conviver para sempre com o fardo do que fizeram.
O certo que não lerei nada dessa autora tão cedo. (Ou talvez depois de reunir muita coragem.)
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