30 de abr. de 2015

Os Demônios de Deus - Alexander Mackenzie


Em um dia de trabalho comum, o Dr. Rodrigo Mazal começa seu dia com um paciente bastante inesperável: Deus.

Alegando sofrer com o peso da solidão (afinal, ele é um ser único em todo o universo e em todas as dimensões) ele escolhe Mazal para ouvi-lo.

Por seis semana, Rodrigo conversou com Deus. Em seis semanas, a vida particular dele rumou para o caos. E depois de seis semanas conversando com Deus, ele passou a conversar com Lúcifer.

E aí ele percebe que a coisa toda é muito maior do que ele conseguia imaginar.

Primeiro livro de parceria com o MadrasTeen, Os Demônios de Deus trouxe uma proposta bem interessante que me cativou muito rapidamente. Fiquei com o pé atrás durante alguns capítulos, e demorou um pouquinho para eu ficar realmente animada pela história.

A trama se passa no Canadá, porém, em alguns momentos, a impressão que eu tive era que os personagens viviam no Brasil (ou isso, ou "coincidentemente", o povo canadense passou a gostar muito de músicas, especiarias e nomes brasileiros).

Em relação à linguagem, a maior parte dela é de fácil entendimento. Nas partes das conversas com Deus, as coisas são bem explicadas e fáceis de entender. Há apenas duas ressalvas: a primeira é que o autor usou muitas palavras mais difíceis de compreender (e algumas repetidamente), nesse ponto, se o objetivo do MadrasTeen é o leitor jovem (estou considerando um "leitor jovem" uma pessoa de 17+), então esse vocabulário não é lá muito atrativo. O segundo ponto é que, estranhamente, praticamente todas as conversas do Dr. Mazal fora do escritório me pareceram forçadamente coloquial (tipo, sabe quando a filha chama o pai de "pai" em todas" as falas?)

Uma coisa importante, é que esse livro é para o tipo de leitor que possui mente aberta. Não apenas por causa da proposta, mas também por causa das coisas que são ditas e também de muitos dos eventos existentes dentro da trama.

Apesar desses pontos negativos, a história me surpreendeu a ponto de me deixar querendo a continuação, e torcendo para ela sair enquanto eu ainda tiver a parceria com o MadrasTeen.

28 de abr. de 2015

Ramsés: A Dama de Abu-Simbel - Christian Jacq


Apesar da derrota sofrida, os hititas se lançaram em um novo novo esforço de guerra contra os egípcios. Enquanto Ramsés movimenta seu exército no estrangeiro, os inimigos do Filho da Luz continuam a agir dentro das fronteiras. O mago Ofir mantém seu plano de destruir as proteções mágicas do faraó, e surge ainda um outro inimigo: Moisés, antes amigo íntimo de Ramsés, retorna do deserto em que se escondeu para pedir, ou melhor, exigir autorização para o êxodo do povo hebreu.

Apenas por curiosidade: apesar de Moisés (personagem bíblico) ser citado na série, Ramsés  não viveu na época de Moisés. A saída do povo hebreu do Egito aconteceu quase dois séculos antes do reinado de Ramsés II (o Ramsés retratado nesta série).

Nesse livro, a passagem de tempo se torna bem mais expressiva: ele tem início no ano quatro do reinado de Ramsés, pulando para o nono, décimo-quinto e, por fim, vigésimo. Agora com quarenta anos, e um país pacificado, Ele precisa lidar com o curso natural da vida (não da sua, mas de pessoas próximas a ele): a morte chega para todos afinal.

É difícil falar desse livro sem repetir o que já disse nos anteriores da série. A Dama de Abu-Simbel reforçou a paixão que tenho não só por essa história, mas pelo autor também. A narração continua fluida e gostosa e é muito difícil discernir onde termina a fantasia e termina a história.

24 de abr. de 2015

A Chama Ao Vento - T. H. White


A Chama Ao Vento é o quarto volume da Saga O Único e Verdadeiro Rei, escrita por T.. H. White em 1958.

Esse volume narra os últimos suspiros da Távola Redonda. O golpe de misericórdia no sonho de justiça e paz idealizada pelo Rei Arthur foi dado por Modred, filho que tivera com sua meia-irmã Morgause. 

Para mim, este livro teve dois momentos bem diferentes entre si. Nas primeiras páginas, o excesso de anacronismo (figura de linguagem que consiste em atribuir a uma época ou a um personagem da história, sentimentos, costumes que são de outra época) me fez quase desistir da leitura. Ficou chato, cansativo e sem sentido algum.

Porém, a medida em que a história foi avançando (e que todo o mimimi entre Lancelot e Guenevere foi sendo deixado de lado), o autor começou a apresentar as ideias de Bem e de Mal de acordo com a moral arturiana, e foi nesse momento eu pude ver o quão boa é a narrativa desse cara. E a minha surpresa foi que, acho que pela primeira vez desde que comecei a lê-la, me amarrei nessa série.

As ilustrações de Allan Lee continuaram sendo um show a parte, embora tenha achado que, nesse livro em específico, os trechos que servem de legenda ficaram um pouco desconexos. 

22 de abr. de 2015

Lançamentos de Abril - Grupo Editorial Record

Bora conhecer as novidade do Grupo Editorial Record?

Em um famoso discurso proferido em Hamburgo em 1953, Thomas Mann advertiu os alemães sobre o perigo de quererem voltar a almejar uma “Europa alemã”. E que muito menos catastrófico seria que conseguissem obter uma “Alemanha europeia”. Mas no rastro da crise do euro, foi justamente o que aconteceu. Com uma política “Merkiavélica”, brinca o autor em referência à liderança de Angela Merkel, a Alemanha se tornou hegemônica na Europa, tanto do ponto de vista político como do ideológico. Como líder econômica do continente pode ditar aos países da zona do euro as condições para a obtenção de novos créditos, incluindo o esvaziamento dos direitos de coparticipação dos parlamentos grego, italiano, espanhol e até mesmo do alemão.

Quais as consequências da polêmica política de contenção alemã para o equilíbrio de poder europeu? Que soluções são possíveis no conflito entre os arquitetos da Europa e os ortodoxos do Estado nacional? Como conciliar os imperativos da solução da crise e da democracia face ao risco-Europa? São essas as questões que Ulrich Beck aborda. E ele conclui que é preciso um novo contrato social europeu: um contrato que, através da própria ideia de Europa, garanta mais liberdade, mais segurança social e mais democracia. (Skoob)


Julio Cortázar e Omar Prego Gadea se encontraram pela última vez em 20 de janeiro de 1984. Eles haviam se conhecido dez anos antes, em um vernissage, em Paris. Em 1982, depois da morte de Carol Dunlop, companheira do escritor argentino, nasceu a ideia desta obra – “um livro muito doido”, segundo Cortázar. Os dois amigos combinaram, então, de escrever um texto “a quatro mãos”, sem temas proibidos. A conversa foi interrompida somente com o falecimento do autor, em 12 de fevereiro de 1984.

Leitura imprescindível para os fãs do autor de O jogo da amarelinha, e para aqueles que estão começando a leitura, esta edição traz fotografias dos arquivos pessoais de Omar Prego Gadea, de Aurora Bernárdez, viúva de Cortázar, e do pintor e escultor Julio Silva, além de cronologia do escritor e texto crítico sobre suas obras póstumas. (Skoob)





Neste fascinante romance, Maggie O’Farrell nos apresenta a incrível história de duas mulheres separadas no tempo, mas com o mesmo destino marcado pela arte, pela maternidade e por inúmeros segredos. A mão que me acariciou primeiro é uma assombrosa investigação sobre como conduzimos nossas vidas, quem somos de verdade e como podemos estar profundamente conectados pelos mais prosaicos acontecimentos. 

Aclamada com seu romance de estreia, Depois que você foi embora, e com A distância entre nós, A mão que me Acariciou Primeiro é o primeiro romance de Maggie O"Farrell lançado no Brasil. (Skoob)




Hoje, “As mais belas histórias da Antiguidade Clássica” permanece como leitura valiosa não apenas para adolescentes, mas também para adultos. Útil para quem procura um primeiro contato com os mitos da Antiguidade clássica (sem a aridez habitual aos manuais de mitologia), as narrativas são também lidas com grande prazer e curiosidade pelos já iniciados, pois é antes de tudo obra de valor literário intrínseco, além de qualquer função didática que possa ter.” - Paula da Cunha Corrêa.

No primeiro volume estão reunidos “Metamorfoses e mitos menores”, a começar pelo mito de Prometeu, o mito hesiódico das gerações humanas e os relativos às origens das tribos gregas. Além destes, as histórias dos argonautas, de Héracles e os heraclidas, Teseu, Édipo e a guerra de Tebas. (Skoob)

~Aquele momento em que uma blogueira precisa segurar o surto de alegria ao ver essa lindeza na News, por ter se apaixonado a primeira vista por essa coleção. <3 ~





Em 24 de abril de 1933, dois jovens cônjuges se suicidam em seu apartamento em Paris. Naquela noite, eles teriam se encontrado com diversas pessoas e foram dançar. Trinta anos depois, o narrador tenta reconstruir a história deles, que parece se cruzar com a sua própria. Cada pergunta suscita outras, como um eco, ao curso de andanças fantasmagóricas por Paris, de lembranças que retornam à memória... (Skoob)

Remissão da Pena, Flores da Ruína e Primavera de Cão são histórias independentes mas formam a “trilogia essencial” da obra de Patrick Modiano.





Aos dezenove anos, numa manhã da primavera de 1964, o narrador encontra o fotógrafo Francis Jansen. Ele trabalha em Paris para uma revista norte-americana, foi amigo de Robert Capa, encontrava-se com uma mulher chamada Colette Laurent que agora o procura incessantemente, guarda todas as suas fotos em três maletas, e desaparece sem deixar vestígios.

Homem evasivo e misterioso, Jansen faz parte da galeria de tipos que, como só Patrick Modiano é capaz de descrever, prefere o silêncio e as reticências às palavras. O narrador retorna a bairros afastados, tenta reencontrar pessoas perdidas, e busca romper a camada de silêncio e de amnésia ao seu redor. As silhuetas lhe escapam; depois de trinta anos, os rostos já não estão nítidos. Ele deseja recuperar o passado, para que se torne algo além de fragmentos distantes e ausentes. Tudo lhe causa uma sensação de irrealidade. E é na busca do passado, de Francis Jansen e de tantos outros, que sua identidade é rememorada. (Skoob)





Patrick e seu irmão são confiados a amigas de seus pais em Paris após a Segunda Guerra. Das mulheres responsáveis pelos dois meninos pouco se sabe além do que revelam os trechos de conversas entreouvidas por Patrick: que uma delas é uma pessoa triste e que a outra foi artista de circo. Isso e o fato de receberem as visitas frequentes de Jean D. e Roger Vincent durante o dia e de diversos visitantes noturnos. Nesse mundo intangível, os dois irmãos seguem de mãos dadas pela infância através da rue du Docteur-Dornaine e em meio a visitas a castelos, excursões a Paris, leitura de histórias de aventura, tardes ouvindo rádio — sempre à espera de que, um dia, alguém volte para buscá-los. (Skoob)





A vida e a obra de Sylvia Plath assumiram proporções lendárias. Educada na Smith College, uma faculdade particular de artes para mulheres, a escritora norte-americana manteve um relacionamento conflituoso com a mãe, Aurelia, e, após o casamento com o poeta Ted Hughes, foi absorvida pelo redemoinho da consagração literária. Seus poemas foram disputados, rejeitados, aceitos e, por fim, aclamados por leitores de todo o mundo.

Aos 30 anos, Sylvia cometeu suicídio enfiando a cabeça num forno enquanto os filhos dormiam no andar de cima, em quartos que ela vedara contra o gás venenoso. Ariel, uma coletânea de poemas escritos numa velocidade avassaladora durante seus últimos meses de vida, tornou-se um clássico moderno. Seu único romance, A redoma de vidro, passou a fazer parte do cânone literário, constando em listas de leituras para estudantes de vários países.

Nesta biografia – a primeira a utilizar materiais recém-integrados aos arquivos de Ted Hughes na Biblioteca Britânica –, Carl Rollyson nos apresenta uma Sylvia Plath poderosa, que abraçou tanto a baixa quanto a alta cultura para se transformar na Marilyn Monroe da literatura contemporânea. (Skoob)



Os mitos da Grécia e Roma antigas estão entre as mais dramáticas e apaixonantes histórias de amor, guerra, heroísmo e traição criadas pelo homem. Seus personagens inspiram as artes e ajudam o homem a compreender a si mesmo: Ícaro voa perto demais do sol, Prometeu rouba fogo dos deuses, Édipo vive sua tragédia incestuosa.

Agora os apaixonados pela mitologia antiga têm em mãos um guia essencial. A famosa classicista Jenny March apresenta uma deliciosa compilação dessas histórias e conduz o leitor às origens, transformações e interpretações dos mitos que moldaram o mundo. Mitos clássicos é o guia mais completo para o estudo desses mitos e lendas inesquecíveis. (Skoob)




Na madrugada de 18 para 19 de outubro de 2010, o escritor Raimundo Carrero – um dos mais premiados escritores brasileiros – sofreu um AVC, que o deixaria com o lado esquerdo comprometido. Ao retornar da UTI do hospital onde permaneceu durante 15 dias, sentou-se no computador para tentar transformar em literatura aquela experiência dolorosa. Quatro anos e diversos rascunhos apagados depois, por fim Carrero encontrou a forma literária que procurava. O senhor agora vai mudar de corpo é um breve e pungente romance, em que o escritor revisita momentos decisivos de sua vida passada a partir do terrível momento em que temeu perder definitivamente controle de seu corpo. (Skoob)

Discípulo e amigo de Ariano Suassuna, Raimundo Carrero é jornalista e escritor premiado, que há décadas ministra uma oficina literária em Recife, pela qual passaram escritores hoje consagrados.


Viajando a Edimburgo a trabalho, o francês Edgar Logan prevê uma temporada de iluminação e tranquilidade. Já na Escócia, Edgar conhece por acaso Harry Sanderson e sua cativante esposa, a artista Carrie. A partir daí, sua vida meticulosa passa por um turbilhão, e a viagem que se pretendia estritamente profissional ganha uma carga dramática à qual Edgar nunca se vira acostumado — na verdade, sempre evitara.

Atraído pelo casamento conturbado dos Sanderson, Edgar deve enfrentar seus medos mais profundos e seu crescente interesse pela encantadora Carrie. Quanto mais ele descobre os muitos segredos dessa família, mais a viagem ganha ares de thriller. Edgar não é mais o mesmo homem: o turbilhão (do qual ele não sabe quando nem como sairá) já lhe deixou marcas indeléveis. Logo nele, que parece querer passar pela vida sem deixar assinatura. (Skoob)



As histórias – pois são muitas as vidas que se cruzam neste romance – começam no dia 17 de julho de 1950, quando a derrota do escrete brasileiro na Copa do Mundo motiva um assassinato absurdo, de fortes conotações racistas. O crime é discutido na roda do Café e Bar Rio Negro, epicentro da vida intelectual dos “homens de cor” na Capital da República, e onde somos apresentados a fascinantes personagens. A partir desse microcosmo da então capital da República, em que personagens da história brasileira, como Dolores Duran e Abdias Nascimento, se cruzam nas deliciosas criações ficcionais de Nei Lopes, percorremos uma década decisiva da cidade do Rio de Janeiro e da afirmação da cultura afro-brasileira. (Skoob)

Renomado pesquisador, autor e intérprete de clássicos da música brasileira, Nei Lopes é autor dos romances A lua triste descamba e Mandingas da “Mulata Velha” na Cidade Nova, além de importantes obras de referência sobre a cultura afro-brasileira, como Enciclopédia da Diáspora Africana e Dicionário da Antiguidade Africana.



Tancredo Neves: A noite do destino retrata a vida pessoal e, principalmente, a trajetória política do primeiro presidente brasileiro eleito após o regime militar. O jornalista político José Augusto Ribeiro, assessor de Tancredo Neves durante a histórica campanha de 1984, traz a público o resultado de mais de quinze anos de pesquisa. O leitor encontrará farto material bibliográfico, incluindo documentos do arquivo pessoal de Tancredo, fotos, entrevistas exclusivas e fatos ainda inéditos sobre esse líder nacional. (Skoob)

Em 2015 comemoram-se 30 anos da sessão do Congresso que elegeu Tancredo Neves presidente da República e abriu caminho para a redemocratização após mais de duas décadas de ditadura.




De onde viemos? Por que as estrelas brilham e as estações do ano mudam? O que é o mal? Desde o princípio dos tempos, a humanidade vem respondendo a essas perguntas com histórias criativas, que já foram utilizadas pela religião, ciência, filosofia e literatura popular. Neste volume, Davis introduz e explica os grandes mitos mundiais, bem como as obras de literatura que os tornaram famosos, abordando, entre outros, o mesopotâmico Gilgamesh, o primeiro herói da mitologia; Aquiles e a Guerra de Troia; Stonehenge e os druidas; Thor, o deus nórdico dos trovões; e A vida e as grandes dificuldades enfrentadas pelo homem que se tornou Buda.

Sempre informal e instrutivo, o autor mostra por que as narrativas ancestrais sobre deuses e heróis continuam nos emocionando até hoje, em filmes, arte, linguagem e música. (Skoob)


Após sua estreia literária com O segredo do oratório, sucesso de público e crítica, Luize Valente volta a mergulhar, de maneira ainda mais surpreendente, na história de uma família de migrantes em Uma praça em Antuérpia. Com domínio da narrativa, que vai e volta do ano-novo de 2000 em Copacabana para os anos da eclosão da Segunda Guerra na Europa, Luize reconstitui a desgraça imposta pelo nazismo aos judeus, razão pela qual muitos deles viriam fazer a vida no Brasil. 

Reunindo sensibilidade pelo drama humano e extensa pesquisa histórica, Luize retrata a chaga do nazismo na miudeza do cotidiano, na intimidade das famílias alemães e europeias, com bárbaros desdobramentos em Portugal, no lar de Clarice e Olivia, de onde a narrativa parte para ganhar o mundo e o Brasil. Acompanhamos a fuga de Clarice e seu marido, o pianista judeu Theodor, por grande parte da Europa, sempre um passo à frente da perseguição nazista, fuga que leva parte da família a cruzar o oceano. Como se não bastasse essa narrativa de tirar o fôlego, Luize presenteia o leitor com um final emocionante e totalmente inesperado. (Skoob)

20 de abr. de 2015

Filhos do Éden: Anjos da Morte - Eduardo Spohr


No epílogo de Herdeiros de Atlântida, a ishin Kaira foi designada para mais uma missão na Terra. Nele, ela terá com a companhia do querubim Ukarin e do hashmalin Ismael. Mas antes de começar a tarefa confiada pelo arcanjo Gabriel, Kaira parte à procura e ao resgate do querubim Denyel.

Saber que, mesmo depois dos últimos fatos de Herdeiros de Atlântida, Denyel continuaria a fazer parte da trama principal, aumentou em muito a minha animação em voltar a ler essa série (que até agora tem estado do no topo das minhas leituras de 2015 até agora). Mas o que realmente aconteceu, é que setenta por cento (ou até mais) do livro é só do Denyel, o que me agradou IMENSAMENTE! Não que eu não goste dos outros anjos, isso não é nem de longe a verdade, mas Denyel me conquistou (talvez pelos traços humanos que ele ganhou depois de passar tanto tempo na Terra).

Por termos duas tramas juntas (e de fato, muito sutilmente interligadas), esse livro apresenta duas frentes de narração: uma com Kaira, no presente, e outra (a mais frequente) com Denyel, no passado, sendo contados por episódios cronologicamente ordenados desde a Primeira Guerra Mundial até a Queda do Muro de Berlim.

O que me leva a outro ponto simplesmente fantástico: a pesquisa histórica realizada foi incrível. O autor conseguiu fazer com que Denyel atuasse nas linhas de frente, criou episódios (até onde sei) totalmente novos dentro das guerras, sem interferir um milésimo sequer nos rumos dos eventos como nós, meros mortais conhecemos.

Outro ponto que eu acho que merece destaque é a descrição que ele construiu de cada casta dos anjos. A história já tinha me conquistado pela riqueza com que esse ponto foi trabalhado, mas em O Anjo da Morte, isso foi muito mais explorado dentro da trama.

Eu disse que tinha gostado da trama, não disse? *risos*

16 de abr. de 2015

A Revolução de Atlas #1 - Ayn Rand


Cheguei a este livro (na verdade, a esta trilogia) graças ao evento de Novembro do Clube do Livro Espírito Santo, cujo tema foi distopias. Calhou que havia um resquício de Black Friday e uma raspa de tacho do meu salário do mês.

No dia do evento, quando comentaram sobre essa trilogia, o que eu entendi era que, nesse cenário, as pessoas por trás de iniciativas fracassadas ou tradicionais culpavam abertamente as que fizeram sucesso pelo seu fracasso. É como se você estivesse culpando uma pessoa competente por você ser incompetente na sua função (bizarro não?). Essa ideia me arrebatou (e me indignou) pelo fato de eu ter defendido o comportamento e a iniciativa empreendedora em meu Trabalho de Conclusão de Curso no final do ano passado.

Durante a leitura, percebi uma linha de raciocínio um tanto preocupante: a de que ter uma empresa funcionando é algo bom, mas obter lucro (e acumulá-lo) é algo péssimo. Aqui, o que é valorizado são as necessidades humanas, e não a capacidade de se realizar um determinado trabalho (e quem o faz bem é punido por isso).

A greve de mentes entusiasmadas com o brilhantismo das boas ideias é cada vez mais motivada por um Estado improdutivo e à beira de um colapso. E quem que vai pagar o pato? Toda a sociedade, é claro.

São dois os personagens principais. Dagny Taggart, vice-presidente de operações da Ferrovia Taggart, uma das mais tradicionais do ramo ferroviário americano, e Hank Rearden, um metalúrgico recente que teve ascensão meteórica graças à maneira de cuidar de seus negócios, e que recém apresenta uma liga metálica melhor que todas as outras existentes. 

Esses dois empreendedores parecem ser (ou de fato são) os últimos a crerem que o capitalismo como ele é (isto é, como nós os conhecemos) é o que deveria mover as pessoas, a economia, o mundo.

Quanto à experiencia de leitura. Se existe uma palavra para descrevê-la, essa seria "enlouquecedora". A história em si é simplesmente maravilhosa e original. E justamente por isso que você fica p*** da vida com o monte de asneiras que os antagonistas dizem (se for um de grande status social, tipo escritores então, é sério, a minha vontade era entrar no livro e esganá-lo eu mesma). Para compensar, os protagonistas são cativantes, e acabam compensando as baboseiras ditas.

Mas há uma coisa que eu devo ressaltar aqui: esse livro é do tipo facilmente abandonável. Eu digo isso por que o ritmo de narração dele é bem difícil de se manter por muito tempo, até pela quantidade de absurdos que são pregados. (É um daqueles livros que separam verdadeiros leitores de seguidores de "modinhas literárias").

A Revolução de Atlas foi escrito em 1957 nos Estados Unidos. Hoje, esse livro está sendo considerado "o mais influente nos estados Unidos depois da Bíblia". Fora que foi super elogiado pela Biblioteca do Congresso Americano. (Cara, não é pouca coisa)

14 de abr. de 2015

O Poder da Espada - Joe Abercrombie


Na luta constante em diminuir a minha lista de livros para serem lidos, descobri recentemente que as sete pilhas se transformaram em seis (embora rumores digam que a sétima está escondida em algum lugar da minha cômoda...). O que isso tem a ver com este livro? Bulhufas nenhuma! Eu só não sabia como começar esse post. :P

Comecei a ler O Poder da Espada motivada pela dupla de eventos sobre literatura fantástica de Março, mais precisamente, o da Arqueiro, que aconteceu no dia 21). E, por sinal, foi na edição do ano passado desse evento que ganhei esse livro.

A maior parte desta história se passa na União. Outrora dividida em um punhado de reinos rivais, hoje ela é governada por um único soberano. Nesse período de paz, os joguetes de poder interno ganham força, e as conspirações e os jogos de influencia imperam.

Os acontecimentos acompanham o ponto de vista de três personagens muito diferentes entre si: Sand dan Glokta já foi o melhor esgrimista da União e muito temido por sua habilidade. Hoje, após os anos sob a tortura dos antigos inimigos da União, ele é um torturador a serviço do rei.

Logen Nove Dedos (de longe, meu personagem favorito até agora) é um bárbaro que já fez muito estrago nas batalhas que travou durante a vida. Decidido a não ser mais lembrado por seus antigos atos cruéis, ele busca mudanças. Infelizmente para ele, as batalhas o perseguem.

O ultimo é Jezal dan Luthar. De origem nobre, ele só pensa em vencer o Campeonato de esgrima e alcançar toda a fama que essa vitória lhe trará. De personalidade um tanto arrogante e um bocado orgulhoso, ele vai descobrir que para é preciso esforço e para conquistar algumas coisas.

E aí temos um cara estranho que se apresenta como Bayas, uma figura lendária em vários momentos da história da União. Apesar de não acompanharmos a história pelos olhos dele, Bayas se torna uma figura de muito destaque em muito pouco tempo, e suas ações unem o destinos de Glokta, de Logen e de Luthar em um caminho um tanto... perigoso.

De um modo geral, a história é bem tranquila de se ler, embora, por algum motivo, eu demorei muito mais do que o de costume para chegar a alguma parte realmente empolgante. Não é que a história seja parada, mas acho que o início dos personagens não ajudou muito. O Glokta, por exemplo, não é exatamente um personagem carismático, e o Luthar é um arrogantezinho que me deu vontade de tacar o livro longe. As melhores parte, para mim, foram as do Logen e as do grupo dele (embora eles tenham permanecido separados o livro inteiro).

É um livro que vale a pena ser lido? Com certeza. Ainda mais por deixar as expectativas em relação ao segundo livro bastante consideráveis.

12 de abr. de 2015

Editora Parceira - Grupo Editorial Record


Sabe aqueles momentos que te fazem ganhar o ano? Descobrir que o meu blog fora selecionado como parceiro do Grupo Editorial Record foi quase como entrar em uma livraria e ouvir alguém dizer "pode comprar tudo o que quiser". #paraíso


O Grupo Editorial Record é o maior conglomerado editorial da América Latina, sendo 100% brasileira. Fundada em 1942, por Alfredo Machado e Décio Abreu como uma distribuidora de quadrinhos e outros serviços de imprensa, ela conserva a vocação de difundir informação, conhecimento, cultura e entretenimento literário.

Com onze perfis diferenciados (Record, Bertrand Brasil, José Olympio, Civilização Brasileira, Rosa dos Tempos, Nova Era, Difel, BestSeller, Edições BestBolso, Galera & Galerinha), o Grupo Editorial Record tem por objetivo trazer o que há de melhor para o público brasileiro.

Este blog se tornou parceiro de cinco desses perfis:

Carro-chefe do grupo e responsável pelo lançamento de várias tendências editoriais, a Record busca sempre inovação e qualidade entre seus títulos., trazendo ficção de qualidade e entretenimento, reportagens e narrativas de não-ficção sobre temas polêmicos, históricos ou científicos, são a nova face da editora.

Não precisei nem conferir o catálogo para ter um surto: A Record é a responsável por trazer as obras de Mario Puzo e Mike Winegarder para o Brasil, isso sem falar na minha curiosidade-mor Bernard Cornwell.


Fundada em 1932 e incorporada em 2000, a Civilização Brasileira alia tradição e pensamento crítico trazendo clássicos da economia e da sociologia, da literatura universal e brasileira, além de importantes trabalhos acadêmicos realizados no Brasil e no exterior, em áreas que vão da história à psicanálise.


A Paz e Terra foi fundada em 1967 e tem conquistado progressivamente a adesão de muitos dos mais brilhantes intelectuais brasileiros, com os quais compartilha a defesa da liberdade de pensamento e do direito ao diálogo. Hoje, os autores e títulos publicados pela Paz e Terra são referências nas áreas de ciências humanas e sociais.




Criada originalmente para ser uma importadora e distribuidora de livros franceses e portugueses, a Bertrand Brasil fez sua primeira incursão na área editorial em 1953. Incorporada em 1996, a Bertrand, foi um dos maiores motivos do meu surto de alegria por ter conseguido esta parceria (sou super-fã de qualquer coisa da Bertrand desde que ela lançou os livros de Christian Jacq aqui no Brasil).



Estabelecida no mercado desde 1931, a editora José Olympio é um dos pilares da cultura brasileira. De todos os perfis do Grupo Editorial Record, esse foi o que mais me surpreendeu pela diversidade de títulos, autores e temas.




É impossível descrever minha alegria e o meu orgulho por poder fazer parte da equipe de parceiros do Grupo Editorial Record. <3

10 de abr. de 2015

Interligados: Aden Stone Contra o Reino das Bruxas - Gena Showalter


E quando eu estava quase jogando essa série no limbo do esquecimento, eis que surge um amigo com o segundo volume E com a boa vontade de deixá-lo comigo por um tempinho. *risos*

A vida do adolescente Aden Stone tem sido uma sucessão de desastres durante anos, causados, em grande parte, pelas quatro almas que (por algum motivo desconhecido) habitam seu corpo. As coisas ficaram um pouquinho melhores quando Aden conheceu a humana Mary Anne, a princesa-vampira Victória e o lobisomem Ryley... E também ficaram mais... Complicadas.

Depois que uma das almas presas a Aden consegue sua liberdade (justamente a mais conciliadora delas), o garoto se mete em um complô que acaba por torná-lo o Rei dos Vampiros... E como desgraça pouca é bobagem, ele e seus amigos ficam sob um feitiço de morte lançado por bruxas (que, por sinal, são as maiores inimigas dos vampiros).

E como se (ainda) não bastasse, uma série de descobertas (bem estranhas e surpreendentes) e alguns acontecimento bizarros, tornam a vida de Aden e de Mary Anne (aliás, do grupo inteiro) bem mais complicadas.

Eu tinha me esquecido de quanto essa série é divertida. A história é bem diferente do que estou acostumada, e o universo criado é riquíssimo e, apesar de tantas informações interligadas, a autora conseguiu manter a história leve, fluída, divertida e, o que é mais importante, coerente. Sabe a sensação que dá quando você lê uma história planejada? Que tem milhões de informações e acontecimentos, mas que de alguma forma, você consegue não se perder? Isso é incrível.

8 de abr. de 2015

Feita de Fumaça e Osso - Liani Taylor


Como eu sempre digo, livros alheiros são prioridade na minha lista de leitura. Muito, muito obrigada pelo empréstimo Aline. :)

A história de Karou é, de longe, uma das mais desafiadoras de ser resumida: são várias coisas que a tornam uma garota singular: o cabelo "naturalmente azul, as diversas tatuagens pelo corpo, o desconhecimento de suas origens,... mas é o trabalho dela o mais intrigante: ela recolhe dentes (de todas as espécies e de todos os tipos) para um mercador de desejos.

Para que (ou para quem) ela recolhe os dentes é um mistério, assim como o porque de ela ter sido acolhida pelo bizarro e peculiar mercador.

Esse mercador de desejos e as outras criaturas que vivem com ele são a única família que Karou conhece. Até ela ter seu caminho cruzado por um anjo que, mesmo tentando matá-la, lhe parece familiar.

A coisa toda desanda para Karou quando uma série de incêndios simultâneos queimam todas os portais que levam à loja do mercados. Seu maior medo se realizara: ela estava completamente sozinha.

O que me conquistou, de verdade, foram os inícios "Era uma vez". Eles me deixavam apreensiva e cheia de expectativa e deu um quê a mais para a história.

No início, achei as coisas um pouco confusas, principalmente por não conseguir visualizar direito como seria Brimstone, Issa e as outras quimeras e a ausência de resposta para algumas das perguntas da própria Karou não ajudava muita coisa. Mas aí o Akiva apareceu. E tudo começou mesmo a fazer sentido e ficou impossível ficar muito tempo longe da história.

Curioso que este é o segundo livro (ou terceiro, agora não consigo me lembrar) que leio este ano que mostram os anjos como uma raça belicosa, feita somente para obedecer e matar. É curioso como esse mito do anjo pacífico e feito de bondade que crescemos escutando é quebrado. Eu gosto disso. rsrsrs

E estou cheia de curiosidade para saber o que Karou fará com a revelação... Ou as revelações do final do livro.

6 de abr. de 2015

Blogagem Coletiva: Livros Que Marcaram Minha Infância


Apesar de sempre acompanhar vários grupos de Blogues e Blogueiros no Facebook, é realmente difícil eu me interessar por propostas de blogagens coletivas (mera incompatibilidade de objetivos). Porém, no mês de abril o grupo Blogueiros que Interagem propôs um tema que veio a calhar.

No dia dois desse mês foi comemorado o Dia Internacional do Livro Infantil, e dia dezoito será o Dia Nacional do Livro Infantil (e não por coincidência o meu querido Clube do Livro escolheu esse tema para o encontro de Abril). 

Mas voltando ao tema da postagem, quando eu penso em um livro de infância, lembro-me imediatamente do Um Tesouro de Contos de Fadas. Esse livro foi lançado em 1994 e eu não faço a mínima ideia de como ele chegou até minha mãos (qual é né? eu tinha... 3 anos nesse ano). Mas eu me lembro das páginas, do tamanho das letras e das ilustrações (me lembro até de ter colocado uma rosa para secar no meio das páginas... o que a manchou e a rasgou por sinal).

Algumas das histórias desse ficaram gravadas na minha memória durante muito tempo, tipo a Bela Vassilissa e O Pássaro de Foogo (ambos russos), A Menina dos Fósforos (ainda choro muito com esse conto), e, é claro, os Contos de Fadas clássicos dos Irmãos Grimm, além da minha adorada história A Bela e a Fera, de Madame Beaumont.

Acho que muito, mas muito mesmo do meu gosto pela leitura, e também pelos clássicos se deve a essas histórias.

Outra coisa que marcou o início da minha vida como leitora foi a Série Reencontro, da Editora Scipione. Acho que essa parte já foi no ensino fundamental, eu acho, mas ainda vale, né? Enfim. A proposta dessa coleção era adaptar as grandes obras aos leitores mais jovens, trazendo-as em formato e linguagem mais fáceis de serem compreendidos. Eu me lembro de ter lido 90% (ou até mais) do acervo da biblioteca da minha antiga escola. *risos*

Uma coisa curiosa é que meses atrás eu encontrei a edição dessa série de Os Três Mosqueteiros (edição essa que foi a que me fez conhecer e adorar essa história) e aí eu me lembrei do tamanho da minha edição do texto integral e, confesso, fiquei muito orgulhosa de mim mesma por ver o quanto eu consegui progredir de lá para cá.

Esses foram os livros que marcaram a minha infância, e os seus, quais foram?

4 de abr. de 2015

Refém da Obsessão - Alma Katsu


Já que ajoelhei ao comprar este livro, o jeito é rezar né?

Ter chegado à pagina noventa desse livro com alguma empolgação pela história realmente me surpreendeu. Primeiro porque a epígrafe foi de um trecho do conto A Bela e a Fera, de Madame Leprince de Beaumeont, o que a fez ganhar pontinhos de graça e pensar "talvez não seja tão ruim como o Ladrão de Almas".

Segundo por que, apesar da narrativa continuar um pouco lenta (tipo, você lê, lê e lê e, quando percebe, não leu nem cinco páginas) a história se torna mais movimentada. E tudo por causa de uma pessoa: Adair.

Fora ele quem deu à Lenora o dom da imortalidade, fora ele quem ela emparedou vivo no porão da antiga mansão em que moravam. E é exatamente ele que, após duzentos anos de confinamento, está em liberdade. E ele quem encontrá-la. A todo custo.

A narração se alterna entre três personagens: Lenore, Adair e Luke (o rapaz que a ajudou a fugir no primeiro livro da série), sendo que os dois primeiros narram tanto no tempo presente quanto no tempo passado.

Me surpreendi mesmo com o fato de ter gostado bastante dos rumos que a história tomou, e mais ainda por estar torcendo que os personagens encontrem um final agradável juntos.

E realmente vale a pena aguentar o porre que é o primeiro livro só para ler esse belezura aqui. Infelizmente, não dá para entender este sem ter lido Ladrão de Almas antes, muita coisa importante ficaria completamente sem sentido e, a bem da verdade, tiraria a graça de ver a melhora considerável entre os volumes da trilogia.