29 de set. de 2017

A Villa – Nora Roberts



Os vinhedos da família Giambelli são sinônimos de excelência nos quatro cantos do mundo.

O legado foi conquistado com garra, zelo, respeito e amor, e Sophia Giambelli, a terceira geração da família e atual alta executiva de marketing e relações públicas da empresa, segue essa fórmula a risca.

No centenário da vinícola Giambelli, La Signora, a matriarca da família, anuncia a chegada de grandes mudanças, todas girando em torno à fusão com a vinícola MacMillan.

Para Sophia, a maior mudança será ficar perto de Tyler MacMillan sem querer mata-lo. Grosseiro, turrão, alheio a tudo e a todos e extremamente dedicado à arte de plantar uvas e fabricar vinhos. Ainda assim, ela não apenas precisa ensinar Ty as particularidades do marketing como também aprender todos os cuidados do cultivo da uva.

Mesmo contrariados, Tyler e Sofia terão que trabalhar em conjunto. E apenas assim, unidos e coesos, Giambellis e MacMillans conseguirão passar pelos acontecimentos que marcarão o centenário dos vinhos Giambelli.

Nora Roberts não estava na minha lista de leitura, nem mesmo na minha biblioteca, mas de tanto ouvir falar bem de suas obras, fiquei curiosa. Aí calhou de encontrar A Villa em uma promoção nas Americanas e, como a obra foi muito bem recomendada por quem entende, acabei adicionando à minha (interminável) lista de leitura.

A escrita de Nora Roberts é fluida, suave e faz com que você se apaixone sem nem perceber e logo nas primeiras páginas. Personagens e enredos são bem construídos e tudo te faz querer continuar a leitura até o último ponto final.

Não sou apreciadora de vinhos, mas ficou bem nítido que ela fez uma boa pesquisa sobre o processo da coisa toda para ambientar bem a questão da empresa como o todo, conseguindo ir do chão de produção aos escritórios de ponta com muita naturalidade. 

Sobre ter me rendido às amigas que não param de falar sobre ela até o nível da exaustão (mentira, elas pararam um pouco), não só não me arrependo como já pedi outras indicações.

22 de set. de 2017

Carbono Alterado - Richard Morgan


No século XXV, a humanidade se expandiu por toda a galáxia, sempre vigiados de perto pelas Organizações das Nações Unidas. Planetas foram colonizados e a raça humana, mais do que nunca, se diversificou em termos culturais. O avanço tecnológico foi tamanho, que o próprio conceito de vida foi alterado.

Nesse cenário, a consciência de uma pessoa pode ser armazenada em um cartucho na base do cérebro e baixada para um novo corpo quando o antigo para de funcionar. A morte, antes um momento definitivo na vida do ser humanos, passou a ser somente uma falha no sistema. Um contratempo que pode ser contornado com um novo revestimento para o cartucho.

O protagonista desse livro é Takeshi Kovacs, um ex-emissário da ONU, foi trazido a Terra depois de ser morto em seu planeta natal graças a um bilionário que deseja que sua morte seja melhor investigada. A polícia local havia encerrado seu caso como suicídio, mas ele não acredita. Por que alguém se mataria sabendo que seria reencapado horas mais tarde?

A investigação porém, colocará Kovacs dentro de um jogo de peixes grandes e antigos demais.

A bem da verdade, a sinopse do livro não me convenceu muito, mas acabei pedindo Carbono Alterado pela informação de que o livro seria adaptado pela Netflix. Bem, dizem que adaptações são sempre piores que o livro. Se for verdade, estarei passando longe dessa produção.

Apesar da ideia ser bem interessante, e de Richard Morgan saber montar uma história, o resultado ficou massante e repetitivo. Quis abandonar o livro antes da página cento e cinquenta e só o continuei por pura teimosia.

19 de set. de 2017

Valiant - Laurann Dohner


Tammy sempre tentou estar preparada para todas as piores possibilidades da vida. Ela conseguiria enumerar mais de seis possíveis acidentes em seu ambiente de trabalho. Mas nunca em sua vida ela imaginou que, por causa de uma troca de mapas, ela invadiria o território de um Nova Espécie. Valiant é assustador. Até mesmo os Novas Espécies o temem, e não é para menos: dois metros de altura, cento e treze quilos e DNA que manifesta mais as características do felinas do que humanas.

Mas o homenzarrão se sentiu atraído pela pequena Tammy no instante em que ela apareceu no jardim de sua casa. O cheiro de morangos e mel que ela exalava o prendeu de uma tal maneira que tudo o que ele conseguiu pensar foi em torná-la sua.

Inicialmente, Tammy se assusta com a intensidade daquele homem, mas a atenção e o cuidado que Valiant dedicou a ela enquanto estavam no quarto da casa dele não apenas a surpreenderam, mas também a deixaram querendo por mais.

A leitura de Valiant é esperada desde que ele apareceu em Slade, e minhas expectativas se mostraram certas desde a página oito (e olha que a primeira fala efetiva dele foi lá pela página dez ou doze). Intenso, envolvente, nenhum pouco delicado, mas extremamente dedicado a cuidar do bem-estar dos que conquistam sua simpatia e, no caso de Tammy, seu amor.

Dos três livros (Fury, Slade e Valiant) este foi o que mais gostei de ler, e também foi o personagem que mais me conquistou. Tudo bem, Fury foi ótimo, mas Valiant (ah, o Valiant... <3)

Só sei que quero mais das Novas Espécies. <3

15 de set. de 2017

Polícia - Jo Nesbo


A leitura de O Morcego no ano passado não foi uma experiencia que eu possa chamar de agradável. Não que a narrativa de Nesbo não seja boa (longe disso), mas me deixou com os nervos a flor da pele em vários momentos. 

E mesmo sabendo que Jo Nesbo é sinônimo de adrenalina e tensão, não apenas solicitei Polícia (um dos lançamentos de Julho da Record) como depois comprei mais dois livro dessa criatura que estavam em promoção na Amazon (incluindo Boneco de Neve, que foi adaptado para os cinemas). Sabem aquela leitora que gosta de se borrar de medo? Então, acho que eu sou um bom caso desse tipo. hahaha

Durante muitos anos, o inspetor de policia Harry Hole  usou seus insights brilhantes e sua dedicação nos principais casos de assassinato em Oslo. Mas não mais. Os anos na policia custaram muito a Harry. 

Nem quando uma série de assassinatos brutais ocorrem contra a força policial de Oslo. Policiais que, mesmo com todos os seus esforços, não conseguiram solucionar, cruelmente assassinados nos locais em que os crimes foram cometidos. E esses crimes são só o início da conversa.

Há momentos na vida em que fugir se torna tão doloroso quanto ficar. Ficar e encarar o abismo que está olhando de volta para você. Aquele abismo em que Harry sempre se joga ao entrar em uma investigação.

Em um frenesi de quatro dias entre ler desesperadamente e fechar o livro por não aguentar o estresse da caçada ao assassino de policiais e de tudo mais que cercava a trama, Jo Nesbo, mais uma vez, trouxe uma narrativa eletrizante que só o afirmou como excelente contador de histórias.

12 de set. de 2017

Um Farol no Pampa - Leticia Wierzchowski


A Revolução Farroupilha terminou em 1845 com a vitória do Império. Derrotados pela guerra e pelo tempo, os farroupilhas voltaram para suas estancias abandonadas. As mulheres enclausuradas na estancia da Barra voltaram para suas respectivas casas com seus maridos e filhos que sobreviveram, e assim, tocaram a vida da maneira como puderam.

Em 1902 Antonio Gutierrez embarca da Corte rumo ao sul do Brasil. Em sua mala, o testamento do pai Matias, que lhe deixa a escritura de uma estancia no pampa e um punhado de cartas amareladas pelo tempo. Apesar de ter amado imensamente o pai, é somente com as cartas recebidas, e também com as que jamais foram enviadas, que ele, por fim, passa a conhecer as profundezas que Matias Gutierrez guardava na alma.

De volta ao pampa do pós-farroupilha, acompanhamos o crescimento do menino Matias dos sonhos de menino até a descoberta do amor na prima Inácia, e também vemos um caminho aparentemente já traçado esfarelar-se à sua frente ao mesmo tempo em que acontecimentos tão distantes dali levam o Império do Brasil rumo à Guerra do Paraguai.

Por ser filho de Mariana, a história do menino Matias se mescla ao destino das sete mulheres enclausuradas, e tal como no livro anterior, Manuela, mais uma vez por meio de seus diários, nos guia ao longo de todo livro, ora relembrando seu amor por Guiseppe, ora nos contando sobre seus parentes, sempre com a lucidez (as vezes falha) de quem passou a vida dedicando-se a esperar e a registrar.

Um Farol no Pampa é um romance que mescla o sutil e o épico, o amor e a tragédia, e o mistério que a vida esconde trás de cada decisão tomada.

Apesar da excelente narração (e nisso Leticia Wierzchowski foi, mais uma vez, magistral), e de já saber de antemão que não poderia ter muita coisa de diferente, terminei o livro com a sensação de ter tido somente mais da mesma coisa que vi em A Casa das Sete Mulheres: homens na guerra, mulheres isoladas em clausura esperando (seja seus maridos ou seus filhos), corações partidos e destinos que se desfazem. E já não sei se terei condições de me aventurar pelo terceiro (e ultimo) livro da saga.

7 de set. de 2017

Um Homem Irresistível - Danielle Stelle


Maxine Willians é uma psiquiatra de renome especializada em adolescentes problemáticos e uma das profissionais mais procuradas no país (e no mundo) quando o assunto é o tratamento e o apoio psicológico a crianças e adolescentes vítimas de traumas coletivos. A rotina dela é rígida, entre os três filhos e a carreira, sobra pouco tempo para surpresas, mas, mesmo assim, ela não trocaria nada de sua vida por nada.

Ela já foi casada com Blake Willians, mas o casamento ruiu depois que ele ganhou uma fortuna com sua empresa de tecnologia. Maxine queria um marido e pai presentes para ela e seus filhos, Blake queria viajar mundo a fora comprando casas, fazendo e curtindo festas super-badaladas e vivendo aventuras de todos os tipos possíveis.

Os dois se dão bem e são bons amigos, a relação de Blake com os filhos é boa, mesmo passando somente poucas semanas do ano com eles, mas os dois nunca pensaram em voltar a se relacionar. Blake por que não queria se prender (fora isso a rotatividade de casos dele poderia muito bem ser considerada alta) e Maxine por ter pouco tempo para pensar no assunto.

Mas então Maxine conhece o médico Charles West: um homem charmoso, centrado, maduro e responsável que adora estar ao lado dela. Os dois se apaixonam e, mesmo com os filhos de Max virando os olhos para a ideia, Max o ama o bastante para aceitar se casar com ele.

É aí que a reviravolta acontece. Blake não só se vê no meio de um desastre natural numa área próxima a sua nova casa em Marrakesh como também coloca todos os seus recursos para ajudar os sobreviventes do desastre, em especial as crianças. Sem saber sequer por onde começar a ajudar, ele apela a Maxine, que, mesmo durante os preparos para o casamento e sob os protestos de Charles, parte para, pelo menos, avaliar a situação e ajudar Blake nos planos de ação.

Maxine vê a mudança em Blake. O amadurecimento que ela sempre esperou finalmente aconteceu, mas veio tarde demais. Ela se casará com Charles em breve.

Casará mesmo?

Um homem irresistível foi um caso clássico de "comprei pela capa" (homens de camisa social de manga longa em um conversível mexem comigo, o que posso fazer?), e também não me escapou o nome chamativo da escritora Danielle Steel (com mais de setenta títulos publicados no Brasil, ela definitivamente não é uma escritora que se possa ignorar).

A leitura foi agradável. Mais que agradável, foi o tipo de livro que eu busco quando quero curar um coração partido. Gostei dos personagens (talvez nem tanto de Charles) e achei interessante a maneira como ela construiu a narrativa.

Alias, a narrativa de Danielle Steel foi um show a parte. A maneira como ela condensa a timeline sem suprimir o que é importante é quase assustadora e ela é muito habilidosa em fazer mergulhos no interior dos personagens ao mesmo tempo em que a narrativa flui de um ponto de vista para outro (parece complicado, mas juro, é muito fácil de se acompanhar durante a leitura).

Ainda tenho um livro dela perdido entre os que estão esperando para serem lidos. Sei que vou a ele com o coração aberto certa de que me encantarei novamente.

4 de set. de 2017

Scarlet – Marissa Mayer


A avó de Scarlet Benoit está desaparecida há mais de duas semanas e ninguém além dela parece se importar. A polícias abandonou as buscas alegando que fugiu por conta própria ou se matou (e os conhecidos não ajudaram em nada ao falar que ela era meio doida).

Scarlet sabe que as coisas não aconteceram bem assim e tem certeza de que a avó foi levada a força.

A vontade ferrenha de encontrar o único membro de sua família que restou se chocou na relutância em confiar em um estranho que, embora passe impressões contraditórias, parece ser a única pessoa que pode ter alguma informação a respeito do que aconteceu à avó.

Lobo é um lutador de rua recém-chegado à pequena cidade do interior da França. Grande, intimidados na maior parte do tempo e de aspecto selvagem, ele busca um recomeço, mas Scarlet o convence a ajuda-lo... Ou talvez ela pense que convenceu.

O caminho até Paris aproxima os dois na mesma medida em que os insere ainda mais nos segredos que envolvem o desaparecimento da vovó Benoit.

E o enigma se torna ainda mais intricado depois que os caminhos de Scarlet e Lobo se cruza com o de Cinder.

Enquanto isso, os planos da rainha lunar Levana se aproximam cada vez mais de um desfecho favorável a ela. E extremamente perigoso para os humanos.

1 de set. de 2017

Em Águas Sombrias – Paula Hawkins


Uma mãe solteira aparece boiando no rio que corta a cidade. Uma adolescente encontrou o mesmo fim poucas semanas antes.

Não foram as primeiras a serem encontradas assim, a história da cidade está cheia dessas “afogadas”, mas suas mortes perturbaram as águas do rio sombrias e dragaram segredos a muito escondidos.

O Poço dos Afogados é uma parte do rio conhecida por atrair “mulheres encrenqueiras/indesejadas/infelizes” para suas águas. A fama mórbida do rio invade cada linha da narrativa. Esse assunto delicado, o suicídio, paira sobre tudo e todos deixando a sensação de que aquilo (a dor, a dúvida, os segredos) é insuportável. Um peso amarrado a seu corpo que não lhe permite respirar (e, de fato, quase abandonei a leitura antes da página 100).

Mas continuei, prossegui a leitura por achar que deveria avançar mais antes de abandonar a história. A leitura estava incomoda e amarga, mas ainda estava suportável, e acabei sendo recompensada com um alívio de peso quando segredos vieram à superfície por quem menos se esperava.

Fiquei satisfeita com o final (com os finais na verdade). Pessoas puderam seguir em frente, outras conseguiram se virar como puderam, e outras ainda terão que conviver para sempre com o fardo do que fizeram.

O certo que não lerei nada dessa autora tão cedo. (Ou talvez depois de reunir muita coragem.)