29 de jan. de 2016

Harry Potter e o Enigma do Príncipe - J. K. Rowling


As férias de verão de Harry na rua dos Alfeneiros número quatro foi inquieta. As perdas e as revelações que ocorreram ao final do último ano ainda o incomodam, e ele não consegue esquecer o impacto do duelo que ocorreu entre Dumbledore e Voldemort no saguão do Ministério da Magia.

Mas a inquietação maior foi causada pelo próprio diretor de Hogwarts: por algum motivo que Harry desconhece, o próprio Dumbledore viria buscá-lo na casa de seus tios trouxas.

Harry Potter e a ordem da Fênix me marcou por vários motivos, um deles, foi que abriu passagem para o amadurecimento de todos os personagens da trama. Eles estão com dezesseis anos agora, quase alcançando sua maioridade no mundo mágico, e não apenas o crescimento físico é destacado (especialmente nos capítulos iniciais do livro), como o amadurecimento comportamental e sentimental do trio. 

Voldemort também passa por uma transformação neste livro. Até então, ele era um bruxo cuja crueldade era uma lenda, e mesmo seu retorno era questionável. Agora, mais que uma lenda, ele se tornou, realmente, alguém que as pessoas passaram a temer e sua maldade, mais que um boato, se tornou um fato sinistro com o qual todos os bruxos precisam realmente lidar. Aqui descobrimos o que uma inteligência apurada e um grande poder são capazes de fazer quando aliados a alguém realmente sinistro.

O Enigma do Príncipe é  um livro incrível, com várias descobertas interessantes e muito importantes sobre Voldemort, mas também é um dos mais tristes da saga. primeiro porquê, com o amadurecimento de Harry, Rony e Hermioni, aquela sequência de brincadeiras e de atos inconsequentes diminuirão bastante e segundo porquê mais uma morte abala violentamente o mundo mágico. É praticamente impossível segurar as lágrimas. A sensação de perda é terrível e inconsolável.

25 de jan. de 2016

Duas Narrativas Fantásticas - Fiódor Dostoiévski


Em uma busca pelos kits passados da TAG -Experiências Literárias encontrei este livro e cedi ao desejo de pegá-lo. O livro é, na verdade, uma reunião de duas novelas publicadas em épocas diferentes (1876 e 1877) no Diário de um Escritor, seu espaço de publicação no jornal O Cidadão.

As duas narrativas, A Dócil e O Sonho de um Homem Ridículo são histórias que se aproximam quanto ao conteúdo uma vez que ambas envolvem seus narradores com o suicídio. Só que de maneiras diferentes.

Sabe quando uma pessoa está tão perdida que não consegue parar de andar de um lado para outro? Pois é, é assim que o narrador de A Dócil (1876) está. Sua esposa, uma jovem de 16 anos, está sobre a mesa, esperando o caixão em que será sepultada. Ela se jogou da janela de casa e ele (um homem de quarenta e tantos anos) não entende o motivo que a levou a fazer isso. 

Desesperado, ele tenta juntar as lembranças de seu casamento recente, ora conversando consigo mesmo, ora com alguém imaginário, tentando entender o motivo do suicídio de sua esposa.

O narrador de O Sonho de um Homem Inútil (1877) está prestes a se matar. Um revolver está carregado diante de si e ele está determinado a tirar sua própria vida. Mas então ele adormece e um sonho extraordinário (e revelador) começa.

Ao ler crime e Castigo há alguns anos, achei a história extremamente enfadonha, mas depois fiquei pensando se eu ainda não estava sob a influencia do livro que havia lido anteriormente (um volume das Crônicas do Gelo e Fogo). A certeza de que Dostoiévski merece outras chances (não só com Crime e Castigo, mas com outras obras também) veio após ler Duas Narrativas Fantásticas.

A escrita dele é menos complicada que eu achei que fosse e entender que seu estilo de narração deixa o ambiente físico quase totalmente fora de foco para privilegiar o psicológico do personagem também ajudou bastante (o que seria de mim se não fosse a revista da TAG para me ajudar?).

Luiz Felipe Pondé (filósofo, escritor e ensaísta brasileiro), curador de março da TAG, acertou em cheio ao dizer que este é um bom livro para começar a conhecer a obra de Dostoiévski, apesar do tema ser um pouco pesado, a leitura é bem gostosa e fácil de se acompanhar.

21 de jan. de 2016

Omertà - Mario Puzo


Embora não tenha se comparado ao surto que dei ao encontrar um dos livros de Jornada nas Estrelas, fiquei SUPER feliz por este achado. Mario Puzo é um autor maravilhoso e seus livros são, em geral, bem difíceis de ser encontrados.

Omertà é um código de honra siciliano que proíbe passar informações sobre crimes relacionados a negócios considerados pessoais das pessoas envolvidas. A pessoa que quebra a omertà perde a proteção de seus amigos e seu único destino é o desaparecimento definitivo.

A história começa de quando dois assassinos de aluguel matam um poderoso capo da máfia que estava aposentado (e dentro da lei) já há vários anos. Assumindo os negócios da família após a morte do don, Astoere Viola, filho de criação de Raymond Aprile, inicia sua caça aos responsáveis por tal crime.

Alternando diferentes visões narrativas (que incluem a de Astorre, a de um agente do FBI e de mais alguns outros personagens da trama), Mario Puzo leva mais uma vez seus leitores aos bastidores da máfia nos Estados Unidos. Gostei bastante desta história, embora tenha que admitir que os Corleone me envolveram de maneira muito mais definitiva

Este o último livro de uma trilogia iniciada com o icônico O Poderoso Chefão, e também o último publicado antes da morte de Puzo, em 1999. As três histórias de máfia (O Poderoso Chefão, O Último Chefão e Omertà), não estão interligadas por eventos diretos (pelo menos não que eu pude perceber), mas todas tem como fundo o desejo dos grandes chefes de se integrarem à sociedade, regularizando seus negócios e afastando seus herdeiros do mundo do crime (ou, pelo menos, da parte mais feia dele).

17 de jan. de 2016

Só Tenho Olhos Para Você - Bella Andre


Chase Sullivan está se casando em uma cerimonia realizada no vinhedo de seu irmão Marcus. O casamento, digno das histórias de fadas, fora especialmente organizado pela irmã do noivo, Sophia Sullivan (a protagonista deste livro).

A bibliotecária de São Francisco sempre fora vista pelos irmãos como delicada e inocente. A boazinha que seria defendida a unhas e dentes por todos da família. Pela família e por Jake McCann, amigo de longa data dos irmãos. O cara por quem Sophie é apaixonada desde os cinco anos de idade.

Envolvida com a magia do casamento do irmão, Sophie sente que chegou a hora de acabar com a imagem de menininha ingênua que insistem em associar a ela, como também mostrar a ele a mulher que ele nunca viu (ou nunca quis ver).

Não importou que ela fosse a irmã caçula de seus melhores amigos, nem a decisão férrea de mantê-la longe de si. Jake, tadinho, não tem a menor chance contra a "armadilha" feita por Sophie no dia do casamento de um de seus melhores amigos. O maior medo dele, no entanto, não são os irmãos dela, e sim de tê-la perto demais. Como Sophie poderá amá-lo se ela descobrir seu segredo?

Ganhei este livro há uns bons dois anos e só agora me decidi a lê-lo (na verdade, decidi levá-lo na minha viagem a São Paulo). 

Gostei bastante da narrativa de Bella André. Alternando a narração entre os dois personagens, a autora conseguiu manter a progressão da história com bom equilíbrio entre cenas hot e cenas casuais. 

E minha cara quase foi ao chão quando descobri que este é o quarto livro de uma série que já está no seu décimo segundo volume.

14 de jan. de 2016

Espere a Primavera, Bandini - John Fante



Na última news do Grupo Editorial Record de 2015 decidi ceder a um impulso estranho e acabei pedindo dois livros de John Fante, um romantista, contista e roteirista estadounidense de ascendência italiana que até antão me era totalmente desconhecido.

Espere a primavera, Bandini é o primeiro dos quatro títulos de uma série que ficou conhecida como "O Quarteto Bandini", que conta a história do aspirante a escritor Arturo Bandini durante a década de 1930.

Arturo é uma criança americana, filho de pais imigrantes com pouquíssimos recursos. É inverno, época (ainda mais) difícil para a família Bandini, já que o pai não consegue emprego por causa do clima frio. As dívidas da família cada vez mais, mas tanto Arturo quanto seus irmãos mais novos não se preocupam muito com isso. Afinal de contas, são crianças, e crianças não se preocupam com dívidas. Alter ego de John, Arturo se mostra uma dono de uma personalidade observadora, complexa e um tanto complexada.

Despreocupado com a difícil situação financeira da família, Arturo divide seus dias entre a escola paroquial que frequenta e as peraltices da infância, até que seu pai, um pedreiro grosseiro e um tanto desagradável sai de casa para morar com uma viúva rica que contratou seus serviços de pedreiro.

Vendo a tristeza da mãe e a desorientação dos irmãos diante de uma situação que ele, como mais velho está ciente, Arturo age para diminuir o ambiente estranho que sua casa se tornou após a partida do pai., ao mesmo tempo em que lida com seus "problemas" de garoto.

A leitura de Espere a primavera, Bandini não é difícil, mas a achei um pouco arrastada e monótona (e fiquei bastante agradecida por este ser um livro fino). Apesar disso, ainda estou ainda estou animada para ler o livro de contos. Tenho para mim que narrativas desse tipo tendem a ser melhor aproveitada quando em textos menores.

11 de jan. de 2016

Grey - E. L. James


Se você é do tipo que não suporta nenhum tipo de spoiler e já leu a trilogia Cinquenta Tons de Cinza, bem, sinto lhe dizer, mas você já conhece a história, já sabe da sequencia dos fatos, dos eventos e dos momentos bons e ruins que o CEO controlador Christian Grey e a doce Anastácia Steele passarão. Você já sabe onde esta história vai terminar.

O problema, meu caro leitor que não gosta de spoiler, é que você só tem uma versão dos fatos. E é disso que se trata esta maravilha. Dessa vez, a história de Christian e Ana é contada sob a ótica dele, um homem que sofreu de várias formas e por várias pessoas em sua infância, e que encontrou, em um estilo de vida bem diferente do tradicional, uma maneira de concentrar suas energias em um único desejo: controlar o máximo de coisas (e de pessoas) possível, e ajudar as pessoas que estão ao seu alcance. Pois é, Christian Grey é o dono e o senhor de todo o seu mundo. Até Anastácia Steele tropeçar em seu escritório.

Não vou negar que, olhando sob a ótica de Ana, Christian muitas vezes se mostra um ser insuportável em sua mania por controle (vejamos e convenhamos, ele é mesmo), mas depois de ver as coisas sob o ponto de vista dele, as coias ficam bem mais esclarecedoras, e talvez até mais fáceis de se compreender.

O esforço que ele faz para agradar Ana nas coisas e incrível, o sentimento que ele sente por ela chega a ser emocionante e o progresso que ele consegue fazer com apenas um mês de relacionamento com ela chega a ser inacreditável.

A leitura de Grey bateu meu record de leitura: foram cerca de 350 páginas em menos de 24 horas, mais ataques de risos do que eu conseguiria contar e um aumento considerável no favoritismo que sinto por esta série (e pelo Christian). Leitura favorita do ano, com certeza! 

8 de jan. de 2016

Não Olhe! - FML Pepper


Zyrk. A humana... digo, a híbrida Nina Scott entrou na dimensão das mortes. Agora, as horas desse mundo violento estão contadas, pois a híbrida cruzou o portal.

Levada para os domínios do sombrios de Thron, Nina começa a conhecer Richard, a sua morta, em seu habitat natural, e ela não gosta nada do que vê. Mesmo sentindo que ela a corresponde de alguma (estranha) maneira, as certeza dela são continuamente transformadas em dúvidas, e as dúvidas em raiva.

Perdida em um mundo estranho, onde sua mera presença é capaz de quebrar caráteres e germinar a guerra, sua maior (e talvez a única) chance é confiar nos poucos que estão dispostos a lutar por sua proteção. O problema é que isso pode condenar ainda mais as pessoas que conquistaram sua amizade, seu afeto, e seu amor.

Confesso que fiquei um tanto chateada: estava animada com Não Olhe! e terminei a leitura com vontade de jogar o livro na parede. Peguei a mim mesma brigando com vários personagens e nem Richard conseguiu sair ileso. O cara não falava nada, só traia a confiança da garota (eu pude contar umas três vezes só em Não Olhe!) e ainda pedia para Nina confiar nele! Ela então, outra que acabou levando uns bons insultos: a menina tá num mundo estranho, onde noventa e nove por cento da população quer vê-la morta, e a guria não consegue seguir uma ordem de "fique quieta!". E outra: em uma hora ela esta morrendo de amores pelo cara, no outro ela o detesta, no segundo seguinte ela se arrepende, aí depois volta a se roer de remorso por ter confiado nele. Já tinha ouvido falar em personagens inconstantes, mas essa chegou ao meu limite!

A falta de informações concretas (e completas) também me levou a beira de um ataque de nervos. Eu entendo que o mistério da coisa toda seja a cereja do bolo da história. O problema é que passaram o livro inteiro na conversa de "ela não sabe disso", "ela não pode saber daquilo", "não temos tempo para respostas agora", "confie em mim" e aí, faltando vinte páginas para o livro acabar, a bomba toda é solta de uma vez. A bomba toda vírgula, porque ainda faltou coisa.

Apesar dos trancos, pretendo terminar a trilogia. Não exatamente por empolgação com a história, mas por já ter me surpreendido com terceiras chances em trilogias.

5 de jan. de 2016

Complicado Demais - S. C. Stephens


Estava bastante receosa de ler Complicado Demais por causa do inicio nada certo do romance entre Kiera e Kellan. Ainda mais quando li que Kellan iria viajar em turnê com os D-Bags. Foi um déjà vu desagradável o bastante para me fazer pensar "Hmmm, já vi essa história antes... Vai dar merda."

E piorou quando Danny, o ex de Kiera, apareceu na cidade à trabalho.

E acho que foi aí que percebi que tudo seria diferente. As premissas da situação até poderiam ser incrivelmente parecidas, mas todos os personagens haviam mudado. Eles amadureceram em diversas maneiras e fiquei muito surpresa com o modo que a autora mudou os resultados do desastre que estava sendo anunciado desde os primeiros capítulos.

Se Intenso Demais pecou pela calhordice geral entre os personagens, Complicado Demais compensou as cenas realmente fofas pelos dois livros. Kellan é tão fofo quanto eu sempre achei que seria (o que fez com que eu me apaixonasse ainda mais por ele) e Kiera ficou muito menos pé no saco (acho que o maior amadurecimento acabou vindo dela). Até o desagradável Griffin, amigo de banda do Kellan se mostrou útil na história, eu sempre tinha um acesso de riso com as patetices/babaquices. 

Sério, estou completamente apaixonada por este livro (e principalmente pelo Kellan, é claro). Terminei a história quase às lágrimas de tão perfeito e minhas expectativas para o próximo livro estão lindamente altas.

2 de jan. de 2016

Deuses de Dois Mundos: O Livro da Traição - P. J. Pereira


Já estava querendo ler este livro há algum tempo, mas alguns imprevistos aconteceram e acabei adiando a leitura para o final da meta de leitura de 2015.

O primeiro choque que tive foi no prólogo, quando percebi a data em que aquela cena se passava. A sensação ruim piorou um tiquinho quando me dei conta que os e-mails que New enviava para seu correspondente desconhecido se aproximavam da vez mais de um dos episódios mais sombrios da nossa história recente.

Assim como em O Livro do Silêncio, a narração alterna dois cenários distintos: um, no nosso mundo, o jornalista New relata, para um desconhecido os acontecimentos que o envolveram durante a época em que fora convocado para substituir um dos odus (príncipes do destino). Sua história envolvia uma estranha seita secreta que frequentara durante sua infância e adolescência cuja líder mais parecia uma perigosa feiticeira do que qualquer outra coisa.

O outro cenário, no Ilê, acompanha Orunmilá e seus guerreiros na missão de encontrar os odus sequestrados pelas Iá Mi Oxorongá. Sabe quando você tem a sensação de que a história ruma para o caos? Pois é. A relação do grupo reunido pelo babalaô não estava exatamente harmoniosa. Na verdade, era justamente o contrário: as feitiçarias das Iá Mi, e a personalidade forte e ciumenta de Oxum botaram o grupo à prova a um ponto tal que... Acho melhor parar por aqui antes que saia um spoiler cabuloso.

Mais do que no primeiro livro, PJ Pereira me surpreendeu com sua capacidade de colocar nas alturas toda a tensão existentes nos dois lados da história. Só para ficar registrado, cheguei a beira do choro no último capítulo, tamanho foi o medo que fiquei do que Exu poderia estar planejando para seu mestre. Sério, isso não é coisa que se faça.

E isso, de certa forma, me fez ficar um tanto receosa (e bastante animada) com o terceiro livro da série. O book trailer de Deuses de Dois Mundos: O Livro da Morte me deixou ainda mais arrepiada depois de ter lido O Livro da Traição (e olha que eu achei que isso não fosse possível).