29 de out. de 2016

Manhã de núpcias - Lisa Kleypas


Desde o momento em que Catherine Marks começou a trabalhar para a família Hathaway como tutora e dama de companhia das jovens Poppy e Beatrix, a relação entre ela e Leo Hathaway tem se resumido a uma troca de farpas. Enquanto ele não perdia a chance de desfilar seus maus hábitos, ela não perdia a oportunidade de criticá-lo.

As coisas mudaram um pouco de figura quando Leo descobriu que a governanta sem graça e austera utilizava-se de artifícios para esconder-se. Isso, é claro, ele jamais admitiria. Nem para ele mesmo.

Os quatro anos em que Cam, Merripen e Leo passaram melhorando a propriedade dos Ramsays fizeram milagres àquela terra esquecida: a casa foi totalmente reformada, os campos passaram a receber melhores cuidados, e a família Hathaway cresceu e prosperou. 

É então que mais uma bomba é jogada no lar dos Hathays: a viúva do último Lorde Ramsay manifestou a intensão de exigir o direito dela à Ramsay house, dada a ela por meio de um testamento cheio de complicações jurídicas. O documento, entretanto, deixava uma brecha: Leo deveria casar-se e gerar um herdeiro dentro dos cinco primeiros anos como lorde Ramsey... E faltava apenas um ano para o prazo se cumprisse e a família perde-se o lar que eles ergueram e construíram para si.

A solução era óbvia: Leo deveria casar-se, e logo. A questão era o "com quem". Estranhamente, o primeiro nome que passou por sua mente foi o de Catherine... Ele "só" tinha que convencê-la.

Eu gosto da série Hathaway porque as histórias são leves, fofas, e perfeitas para se relaxar depois de um livro mais longo ou denso. Manhã de Nupcias foi exatamente assim, Leo e Catherine formaram  um casal fofo e ele se mostrou ser uma ótima e uma péssima influencia ao mesmo tempo, e ainda teve o bônus de rever personagens queridos como Cam Rohan e Harry Rutheledge.

26 de out. de 2016

Seeker: A Guerra dos Clãs - Arwen Elys Dayton


Desde o inicio dos tempos, existe no mundo pessoas que recebem a missão de usar suas habilidades para mudar o mundo para o melhor. Os Seekers, como são intitulados, tem em suas mãos um objeto que dá a eles a capacidade de descobrir caminhos entre o véu do tempo/espaço e, assim, cumprir com o nobre objetivo que é passado de geração em geração desde que o mundo se tornou mundo.

A protagonista da série, Quin Kincaid, é uma jovem de dezesseis anos que está completando seu treinamento para, finalmente, se tornar uma Seeker empossada. Maravilhada pelas histórias contadas por seu pai, ela mal espera o momento de prestar seu juramento.

Ao fazê-lo, no entanto, Quin percebe que nada é como imaginava. Tudo a sua volta pareceu se revelar exatamente como é na mesma noite em que o tão aguardado Juramento aconteceu, e mesmo John, o garoto que treinou consigo durante anos e o rapaz com quem imaginava se casar se revela ser uma pessoa estranha demais para que ela conseguisse acreditar.

Inicialmente, achei a história confusa. Muita explicação vaga, mistério demais para coisa aparentemente de menos... Realmente cheguei a achar que este seria mais um daqueles livros que prometem, prometem e não cumprem nada... Mas, a medida em que eu fui lendo, a história foi se definindo e as coisas foram sendo nomeadas e conceituadas como devem ser feitas... Bem, a história se relevou ser não necessariamente ruim, mas também necessariamente boa.

A narração de Arwen Dayton compensou uma história potencialmente sem graça. Ela sabe como descrever bem as partes relevantes da trama e isso ajudou bastante a não detonar de vez a história.

22 de out. de 2016

Surpresa Irresistível - Christina Lauren


Ao ler Sempre Irresistível tive quatro certezas sobre a família Stella: Amo loucamente essa família, Niall é um fofo e eu iria adorar seu livro solo e... Bem, esse eu não posso contar que é um spoiler. Devo dizer que não apenas adorei Surpresa, como ele ultrapassou o Estranho Irresistível como meu livro favorito da série (o que posso dizer, britânicos mexem comigo haha!).

Ruby Miller é uma jovem americana recém saída da faculdade de engenharia que conseguiu o emprego dos sonhos em um dos melhores escritórios do ramo em Londres. Além de uma excelente oportunidade profissional, seu emprego lhe dá a grande vantagem de poder, ao menos uma vez por semana, admirar o incrivelmente lindo Niall Stella, um dos sócios do escritório e um dos engenheiros mais renomados e de toda Londres.. (E isso quase compensa o chefe cretino (no mal sentido) que ela tem).

Um imprevisto com seu chefe direto dá a ela uma chance inesperada: passar um mês inteiro em Nova York participando de reuniões com autoridades locais sobre melhorias nos transportes urbanos, acompanhando os passos de Niall Stella por todas as obras que ele visitasse.

Até então, Niall jamais sequer imaginou que era a paixonite secreta de alguém. Depois de um divórcio conturbado que acabou dez anos de um casamento que pareceu fadado ao fracasso desde seu início, a readaptação à vida de solteiro podia incluir muitas coisas, menos relacionamentos, sejam eles instantâneos ou curtos, e menos ainda os do tipo profundo.

Mas quando ele e Ruby conseguem quebrar o gelo inicial e dissipar, ao menos em parte, o nervosismo diante da convivência forçada, eles percebem que, talvez, a passagem por Nova York traga benefícios que vão além da área profissional de suas vidas.

É meio estranho dizer isso, mas me identifiquei com alguns traços de personalidade de Niall, ao ponto de me fazer pensar se eu mesma não cheguei a passar por aquilo de alguma maneira.

Preciso fazer um comentário adicional: na sinopse do livro, o texto diz que eles começaram a flertar um com o outro no avião para Nova York. Sinceramente, eu não concordo. Não houve (ou não percebi) absolutamente nada que me indicasse que a conversa casual que eles tiveram foi um flerte. Ao menos, eu chamaria aquilo de um quebra-gelo engraçado.

19 de out. de 2016

Criaturas Estranhas - Neil Gaiman


Depois de muito tempo ouvindo falar muito bem de Neil Gaiman, eis que finalmente surge uma oportunidade de ler algum texto dele. Criaturas Estranhas é uma coletânea de contos de diversos autores (dele inclusive) reunidos e organizados em torno de um único tema: criaturas estranhas.

Começando pelo começo, gostei muito da capa. Além de ser muito bonita chama bastante atenção para o tema dos contos. O uso das cores também foi favorável ao tema: as criaturas fantásticas, sombrias, e não necessariamente simpáticas.

Sobre os contos. como já foi dito anteriormente, o ponto em comum das dezesseis histórias reunidas por Neil Gaiman são criaturas e, por que não dizer, mundos fantásticos. Achei interessantes que muitas histórias utilizaram de um recurso próprio para progredir na narração. 

No primeiro conto, por exemplo, o autor Gahan Wilson utiliza de um artifício visual para mostrar a evolução da estranha criatura que aparece, em um primeiro momento, como uma mancha inofensiva na mesa de um metódico lorde inglês, e que cresce cada vez que tiram os olhos dela. Em Ozioma, a Maligna (Nnedi Okorator), a separação entre a personagem e a criatura se dá por meio da fonte diferenciada, e a mesma coisa acontece em O Sábio de Theare, de Diana Wynne Jones.

Ao todo, sete contos me chamaram atenção ao ponto de me fazer favoritar o livro no Skoob, e três deles merecem, ao meu ver, serem mencionados: 

Em O Mal Também se Levanta, de Maria Dahvanna Headley, existe uma cidade que rodeia uma minifloresta densa. Nessa floresta, habita, há muito tempo, uma Fera. Todos na cidade sabem de sua existência, especialmente Ângela, cujo pai é caçador. Ela não está nem aí para a Fera, até que chega um colecionador de feras na cidade. Apesar de não ter nenhuma característica explícita, a história fez com que eu lembrasse de algumas ilustrações mais darks de A Bela e a Fera. #GosteiDaReferência

Prismática, de Samuel R. Delaney, foi, arrisco dizer, meu conto preferido de todo o livro. Nele, um homem muito magro e grisalho entra numa taverna com um imenso baú, que, segundo ele contem seu "mais próximo e querido amigo", e oferece um grande pagamento para quem ajudá-lo a encontrar a cura para seu amigo. O astuto Amos se voluntaria e, junto com o estranho e seu baú, partem em  uma jornada em busca de três fragmentos de um espelho mágico. A narração e a construção do enredo foram o que me chamaram atenção neste conto. Dalaney conseguiu trabalhar muito bem o aspecto visual do conto, e juro, se há uma história neste livro que merece muito ser transformada em animação, essa seria Prismática.

O Lobisomem Cabal, de Anthony Boucher, foi outra que me conquistou pela narração e construção da história. O professor de alemão Lobato Lobo afoga suas mágoas na bebida quando um homem meio estranho, que alega ser um mágico, ensina a ele uma palavra mágica que, segundo ele, acionará o gene lobisomem de Lobato... E a palavra funciona. Excitado pela descoberta, ele decide mostrar a Gloria, sua ex-aluna e estrela de cinema por quem é apaixonado, que ele pode ser um homem até mais exitante para se relacionar que um policial ou um ator.

Vou fazer uma menção honrosa ao conto O Sorriso no Rosto, de Nalo Hopkinson: existe, na cultura celta se não me engano, espíritos femininos que habitam em determinadas árvores. Gilla não acredita nesse tipo de coisa... Ao menos não acreditava antes de começar a escutar sussurros vindos da árvores de cerejeira que fica em frente à sua casa. Ao engolir um caroço de cereja, a voz que parecia vir da árvore se instala em sua cabeça, vozes que a fazem agir como nunca antes pensou em agir.

Mais uma menção honrosa a Venha, Dona Morte, de Peter S. Beagle: você iria a um baile cuja convidada de honra fosse a Morte em pessoa? 

16 de out. de 2016

As Mil e Uma Noites #Livro02


A compilação dos quatro livros da história de As Mil e Uma Noites que formam esta coleção da Biblioteca Azul são provenientes de, basicamente, quatro manuscritos que possuem duas origens diferentes: uma síria, e uma egípcia, sendo dois manuscritos de cada vertente.

O segundo livro trás a finalização das noites encontradas nos manuscritos do chamado Ramo Sírio (111 noites, incluindo o início da história do rei Qamaruzzaman), e também as noites contidas nos dois manuscritos do Ramo Egípcio. Este último, composto por uma duas histórias completas distribuídas em 73 noites, incluindo a historia completa de Qamaruzzaman e seus filhos e mais uma outra completa.

Dessa vez, percebi que alguns trechos de algumas poesias, ou mesmo poesias completas foram reaproveitadas ao longo da história (algumas mais de uma vez até). Mas, ao contrário do que possa parecer, a coisa toda não ficou repetitiva (pelo menos não quando se pula o ultimo parágrafo de uma noite e o primeiro (e as vezes o segundo da noite seguinte).

Em relação à leitura, achei esta parte muito mais fácil que a primeira, talvez pela quantidade menor de narradores implícitos nas histórias contadas por Sahrazad. E só por não ter aquele barbeiro insuportável que me lembrou até demais uma pessoa que eu não aprecio (para não dizer coisa muito pior) já fez o livro dois ganhar muitos pontos comigo.

A avaliação da história como um todo está bastante positiva e vou aguardar ansiosamente pela próxima leitura. :)

3 de out. de 2016

O Visconde Que Me Amava - Julia Quinn


Imaginem vocês que o maior Libertino da Londres de 1814 decide, de uma hora para outra, casar-se. Pois bem foi assim que Anthony Bridgerton abriu sua narração neste romance. De acordo com ele, já estava na hora de sossegar,encontrar uma esposa e produzir herdeiros.

Ele tinha condições, é claro. A moça escolhida deveria ter algumas características específicas que o agradassem. Sem disposição para muitas delongas, Edwina Sheffield foi escolhida como sua noiva ideal. Bonita, graciosa e inteligente, ela seria perfeita para o título de viscondessa. Ela, inclusive, atendia ao maior de todos os requisitos: ela não iria fazer com que ele se apaixonasse.

Para chegar até Edwina, Anthony precisa passar por Kate, a irmã mais velha da donzela que também está debutando naquele ano. Acostumada a ser ofuscada pela beleza e graça da irmã, e resignada por não ter grandes chances de encontrar um marido durante sua primeira e única temporada em Londres, ela está determinada a encontrar um bom casamento para a irmã. E, dentre todos os inúmeros pretendentes possíveis de sua irmã caçula, o libertino com "l" maiúsculo Anthony Bridgerton foi o que mais despertou seu desgosto.

Anthony é persistente, sabe que para chegar a Edwina precisa dobrar a vontade de Kate. É uma ação planejada, mas que tem um resultado totalmente adverso do esperado: ele se apaixona.

Apesar de Anthony Bridgerton ser considerado o "maior libertino de todos"... Eu o achei tão bom moço que até perdeu a graça. Talvez seja implicância, afinal, seu alvo primário não era Kate, mas faltou alguma coisa para ele fazer jus à fama que, segundo ele, ele e Hastings (de O Duque e Eu) receberam. 

Sobre Kate, gostei dela. Na verdade, gostei da forma como a autora trabalhou sua visão de si mesma e de seus desejos. De certa forma, me vi um pouco refletida nisso e, por mais estranho que pareça, gosto de perceber que não sou a única a sentir ou pensar daquela maneira.

Como eu já esperava que fosse, a reunião da família Bridgerton foi, de longe, a parte mais divertida do livro, e eu ri horrores com a maneira com que eles interagiram entre eles.