De onde exatamente surgiu a minha curiosidade em ler Henry Miller é uma pergunta da qual dificilmente conseguirei responder (agora ou futuramente), mas, de qualquer maneira, nunca consegui me entender muito bem.
Trópico de Câncer é um relato autobiográfico e ficcional que tem o mérito de ter sido proibido em todos os países de língua inglesa imediatamente após sua publicação em 1934. Não é para menos também já que o autor passa mais da metade do livro falando de prostitutas, sexo e partes genitálias do corpo humano. Sério, eram, ao menos, cinco menções (ou mais) de algum desses itens por parágrafo (que, por sinal, são bem longos).
E isso em 1934.
Não à toa chegamos ao segundo mérito deste livro: lá para as bandas de 1960, nos Estados Unidos, Henry Miller passou de literatura proibida para literatura aclamada, sendo aclamado como profeta da liberdade e da revolução social e precursor do estilo subversivo, vendendo mais de dois milhões e meio de exemplares em um período de pouco mais de três anos.
Não gostei muito dessa parte (o excesso de “putas” me deixou quase com nojo do autor), mas fiquei contente (ao menos aliviada) por perceber que, depois das putas, a narrativa passou a abordar questões mais introspectivas do autor. Por incrível que pareça, essa parte fluiu muito bem e foi a parte mais gostosa da leitura.
As cenas são desconexas e não tem muita lógica na progressão da narração, e o interessante é que isso nem fez muita diferença na leitura.
Para quem se interessou pelo livro, tenha em mente de que ele não foi escrito para nossa geração. Tenha em mente que, em mil novecentos e trinta e quatro, algumas coisas eram bem mais tabus que hoje em dia.
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