Alguns
acontecimentos em Memnoch deixaram-me um tanto receosa de ler esse volume de As Crônicas Vampirescas. Mas mesmo faltando apenas um livro para alcançar a lacuna
da minha coleção, eu não consigo ficar longe. Estava com bastante saudade
desses vampirinhos. (Embora não seja muito fã de Armand, pelo menos não até
agora).
Há
um tempo, perguntaram-me se as Crônicas poderiam ser lidas separadamente. Volto
a responder: as histórias são independentes, porém interligadas. A não ser que
você realmente deteste spoilers, a coleção pode ser lida em qualquer ordem. O
Vampiro Armanda é o sexto na cronologia e se você não leu os livros anteriores,
não tem problema, Armand pensou em você e recontou algumas partes da história
de seu encontro com Luis, Claudia e Lestat (lindo, apenas. xD)
Seguindo
o exemplo de O Vampiro Lestat, agora conhecemos mais detalhadamente a história
de Armand. Narrado pelo próprio e escrita pelo cada vez mais misterioso David
Talbot.
"Que serenidade. O homem mais velho nele de fato comandava a carne mais robusta e mais jovem, o sábio mortal com uma autoridade férrea sobre todas as coisas eternas e com um poder sobrenatural. Que combinação de energias! (Armand sobre David Talbot).
A
primeira vez que li sobre Armand, no Entrevista com Vampiro, além de achá-lo
louco e extremamente melancólico, havia algo de amargo na necessidade de amar e
de ser amado por outros homens. Não entendi muito bem na época, mas agora,
conhecendo sua infância (adolescência na verdade) e sua vida em Veneza sob a
tutela de Marius, e seus pensamentos e sentimentos em relação a seu Mestre e
Criador... Bem, esses traços de personalidades simplesmente começam a fazer
sentido.
De
um garoto tímido e traumatizado, Amadeu (outrora chamado de Andrei por sua
família de Kiev) tornou-se um verdadeiro príncipe veneziano, vestindo os
tecidos mais finos, aprendendo as artes da literatura, da pintura, da música e
tudo o mais que Marius oferecia a ele e aos outros rapazes que viviam em seu
palazzo. Ele aprendeu a amar e a ser amado por todos ao seu redor, que se
rendiam às suas feições delicadas, mas era o amor à Marius que o fez desabrochar
tanto como humano quanto como imortal.
Uma
coisa que achei interessantíssima foi o abismo que existem entre as
personalidades de Lestat e Armand. O primeiro, sempre intenso, desafiador e
livre. O segundo, suave, sensível e um tanto carente. Eu já disse que AMO essa
série? O vampiro Marius é outro mundo, completamente diferente dos dois (apesar
de ter algumas congruências com a personalidade de Armand, sei lá, há em Marius
uma carência não só de amar/ser amado, mas também de aprender e de ensinar, de
querer acompanhar a evolução do homem no mundo).
Separado
de Mestre e Criador, Amadeo é convertido e ensinado por Santino a ser um dos
Filhos da Escuridão. E não somente para seguir a essa estranha fé, mas também
para liderá-la em sua ramificação na França. Assim surge Armand, “o anjo
errante de Satã, seu matador com ar infantil”. (E como o nome de Satã muda de
imagem após Memnoch! Ah Memnoch, como fostes bem-sucedido em tua missão de ser
o antagonista de Deus! O que me faz Lembrar: eu não sei se isso será algo
constante nas próximas crônicas, mas desde Memnoch a carga de filosofia cristã
entre os vampiros de Anne Rice tem ficado bastante evidenciada. E estou
adorando isso.)
E que música misteriosa é essa, a Appassionata de Beethoven, que foi capaz de fazer Armand agarrar-se a vida e de tirar Lestat de seu sono sepulcral na capela do convento que era de Dora.
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