Desde que comecei a me aventurar pela literatura dos séculos passados (uma busca mega-rápida indicou que a obra mais antiga da minha estante é do séc. XVI) eu sempre me preocupei em buscar algo sobre o autor e sobre o período (cronológico e literário) em que ele está situado. Essa (linda) edição publicada pela Ed.Zahar trás uma maravilhosa apresentação do autor e da obra. É de se apaixonar antes mesmo de se começar a ler.
Nascido
na França de 1828, JULES Verne começou a exercitar seu talento para a
literatura com dramas históricos, livretos de operetas e pequenas histórias de
viagens, sem, no entanto, conseguir prestígio na área. Sua carreira como
escritor foi alavancada graças à associação com o editor Pierre-Jules Hetzel,
que já trabalhava com grandes nomes da época, como Alfred de Brehat, Victor
Hugo, George Sand e Erckmann-Chatrian. A novela “Cinco semanas em um balão”
(1862) foi o primeiro destaque na carreira de Verne.
O
Ano é 1866, em diversas partes do mundo, navios de diversas nacionalidades
começam a naufragar ou a sofrer sérios e inexplicáveis estragos. As poucas
descrições fornecidas por quem presenciou os acidentes, e conseguiu chegar vivo
a alguma costa, levam o mundo cientifico a crer que se trata de uma espécie de
gigante marinho “cumprido, fusiforme, fosforescente em certas ocasiões e maior
e mais veloz que uma baleia”. A bordo da fragata Abraham Lincon, o professor
Aronnax participa de expedição incumbida de encontrar e abater tal monstro.
Após dias de uma caçada às cegas, e de uma perseguição exaustiva, Aronnax, seu
ajudante Conselho e o arpoador Ned Land descobrem que o monstro marinho é, na
verdade, uma maravilha submarina concebida pelas mãos humanas.
A
obra é narrada pelo professor Arronax como se fosse um diário de viagem. Ora
instigante, ora arrastada (principalmente nos rompantes de termos científicos e
explicações numéricas). Ainda assim, é interessantíssima.
Após
algumas horas de cativeiro, Aronnax e seus companheiros se descobrem a bordo do
Náutilus, uma maravilha mecânica e náutica projetada e construída pelo
misterioso Capitão Nemo (por sinal, esse cara merece um post somente para
ele... Quem sabe no futuro?). Apiedando-se dos invasores, Nemo os deixa vivos e
livres dentro de sua embarcação, mas sem a possibilidade de retornarem à terra
firme. Mas as maravilhas guardadas pelas profundezas do oceano e as descobertas
propiciadas pelo Náutilus ofuscam, ao menos inicialmente, toda a sensação de
cativeiro que o professor poderia ter.
Dividida
em duas partes (de 24 e 23 capítulos cada), a edição conta com mais de 70
ilustrações originais de Édouard Riou (1838-1900), que por sinal, foram
pessoalmente supervisionadas por Verne. E como não amar uma edição que trás alguns
comentários de rodapé feitos pelo próprio autor? Impossível! *-*
Tenho
pra mim que a grande jogada de Jules Verne foi saber dosar a realidade e as
projeções da ciência do Séc. XIX com um enredo fictício bem elaborado e instigante.
Em alguns momentos da narrativa, você não consegue saber onde o fato científico
termina ou onde o ficcional começa. E as referencias utilizadas por Verne, são
em sua maioria (senão todas) verídicas. Cientistas, navegadores, escritores
(inclusive com uma linda referencia a Victor Hugo), alguns fatos históricos (e essa
edição trouxe vários comentários sobre cada uma dessas referencias) e etc, tudo
foi feito para dar verossimilhança ao Náutilos.
E o
objetivo foi alcançado com louvor, a história é simplesmente INCRÍVEL!
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