Sabe aquele livro que stá esperando ser lido há mais de três anos (ou mais)? Pois é, este é um deles.
Jorge e Luisa formam um jovem casal típico da burguesia de Lisboa. Esbanjando felicidade, os dois são como pombinhos apaixonados em um mimoso ninho de amor, saboreando a boa fama de gente honesta de seus vizinhos e os elogios dos amigos íntimos.
Durante uma viagem de Jorge, Luisa recebe a visita de Basílio, que além de seu primo, é seu namorado de juventude. (Sabe aquele personagem que é só aparecer pra você pensar "vai dar ruim"? Pois é, esse é Basílio).
Atraído pela beleza da moça, Basílio envolve Luisa em um jogo de sedução, ao qual ela, por fim, acaba cedendo.
No sonho de viver um romance romanesco com seu primo, Luisa acaba caindo nas mãos de Juliana, empregada de sua casa.
Curiosa, bisbilhoteira e sempre a procura de algo que possa lhe render alguns trocados, Juliana consegue se apoderar de castas de Luisa a Basílio. Usando de chantagem, ela acaba conseguindo uma vida tão boa quanto a de sua patroa. Aliás, o medo de ser dedurada à Jorge faz com que seja Luisa não só aceite tal acontecimento em sua casa, como também completa a inversão de papéis, fazendo trabalhos domésticos que Juliana se recusa a fazer.
Até mais ou menos a metade da história, achei o enredo bastante parecido com Madame Bovary (também pudera, o ponto central dos dois livros são praticamente os mesmos), porém, quando Juliana assume seu papel como chantagista, aquela coisa de mesmice desaparece e, sério, é nesse momento que Eça de Queiros mostra a que veio.
Por ser um livro longo, e por eu precisar manter a frequência de postagens no blog, demorei incríveis três meses e meio para completar este livro. A bem da verdade, eu queria ter feito somente uma parada (duas no máximo) ao invés das cinco (ou seis) que precisei fazer.
A narração não é chata, na verdade, achei a de O Primo Basílio mais interessante até que a de Madame Bovary, talvez porque o cenário do romance lusitano seja uma cidade bem menos provincial que o cenário principal da história de Flaubert.
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