Publicado pela primeira vez em 1886, O Médico e o Monstro ainda é considerado uma referencia na personalidade fragmentada do ser humano dentro da literatura.
A introdução a obra nessa edição é rápida (se não me falha a memória, todo pocket é assim). Mais do que rápida, ela é condensada, mas nada que uma leitura mais atenta (e um pouco de exercício de neurônios) não resolva.
Dá para dizer que essa história possui três narradores distintos: o advogado Utterson, uma das vítimas de Hyde e, por fim, o próprio Dr. Jekyll. É nesse ultimo que ocorre todo o ápice da história.
"Outros poderão prosseguir, outros exceder-me-ão nestes limites; mas atrevo-me a pensar que o homem será um dia caracterizado pela sua constituição multiforme, incongruente, com suas facetas independentes uma das outras."
A história em si não é assustadora. O que assusta é a ideia que está por trás do texto: ter seu lado bom e seu lado ruim conscientes um do outro e lutando pela posse de um mesmo corpo (detalhe que cada personalidade deixa uma marca diferente no físico do indivíduo).
Essa edição trás ainda duas outras histórias de Stevenson: Markheim e Janet do Pescoço Torcido (nome atraente não?)
Markheim é um bandido, um assaltante e assassino que, em dia de Natal, está cometendo mais um de seus crimes. Mas no meio da ação, enquanto ele tenta achar a cave do cofre de sua vítima, um visitante (que em momento algum é identificado, mas que te deixa com muitas pulgas atras da orelha) chega à cena iniciando um debate (de falas longas demais para o meu gosto) pela salvação (ou perdição?) do corpo (ou da alma?) do criminoso.
Quanto ao último conto... Credo! Só digo isso.
Robert Louis Stevenson foi um escritor escocês do século XIX. Uma coisa curiosa é que, pelo que entendi, sua obra A Ilha do Tesouro foi uma das obras que inspirou J. M. Barrie (de Peter Pan) a criar a Terra do Nunca.