Vocês já devem estar careca de saber que eu simplesmente amo a Coleção de Clássicos da Abril Coleções. As edições são boas, bonitas e (muito) baratas. Eu já comentei anteriormente que sempre quis conhecer outros autores, e histórias diferentes das que sempre ouvimos falar, queria sair do conhecimento do atual e buscar os livros que fizeram diferença no mundo literário: os que marcaram o início de um movimento, ou os grandes nomes de um determinado período. Mas essa coleção vai um pouco mais além, nos trazendo os melhores títulos de diferentes países (eu nunca iria imaginar que um dia leria algo uruguaio, por exemplo).
Confesso
ter demorado bastante para começar a ler outro volume dessa coleção (o ultimo
foi em Novembro do ano passado), mas eu estava tão saturada de histórias
pessimistas e lentas que cheguei a trocar três vezes de livro na mesma semana.
Esse problema foi resolvido graças a um Cretino Irresistível. :3
Essa obra é um romance italiano escrito em 1881, e seria o primeiro de uma série de cinco livros que comporiam a série “Os Vencidos”. Verga, no entanto, apenas completou o segundo livro (Mestre Dom Gesualdo) e o primeiro capítulo do terceiro (Duquesa de Leyra) antes de abandonar completamente o projeto. Giovanni Verga é considerado um dos mestres italianos do Naturalismo (influenciado por Blazac, Emile Zola, Flaubert e Guy de Maupassant... Já perceberam que essa galerinha já influenciou grandes autores em grandes obras por aí, certo?)
A
narrativa é ambientada em uma província pobre da Itália, os personagens são
simples, quase miseráveis (embora eu tenha a impressão de que os personagens do
naturalismo brasileiro conseguem ser ainda mais miseráveis, será que se é menos
miserável por se viver na Itália?). A linguagem é bem regional e as conversas
são, em sua maioria, feitas de porta em porta (tanto é que o tradicional “ponto
final, parágrafo, travessão” nem sempre aparece, o diálogo é corrido. Sabe o
“cicrano falou que fulano falou que...? Pois é, é assim, só que com o travessão
das falas. É meio confuso no começo, mas depois você pega o jeito da coisa.).
Um
ponto chave nesse livro, é que os personagens não progridem. Eles não começam
em “A” e passam por “B” para chegar a “C”. Eles começam em “A”, passam por “B”,
“C”, chegam a “D” e continuam na mesma situação: pobres, miseráveis na verdade,
isolados socialmente, sem nenhuma perspectiva de reaver os poucos bens
perdidos... Enfim, a família Malavoglia começou e terminou sendo vencida pelo
infortúnio.
Talvez
por esse aspecto, a leitura seja lenta e até um pouco desmotivante, mas vale a
experiência. Estou até pensando em procurar outros títulos desse autor (depois
que o desafio acabar, é claro).
Minha querida, ri sozinha nessa sua resenha! (haha) Gostei muito dos seus devaneios no meio da história... ora apresentando o naturalismo, ora se questionando se o miserável na Itália seria menos miserável que o do Brasil… E mesmo assim não perdeu a linha!
ResponderExcluirSabe que preciso ler mais os livros clássicos. Quero dar atenção a eles assim que for possível. Nunca pensei que a coleção da Abril fosse tão interessante (pelo valor, pela qualidade…). Vou considerar isso com muito carinho.
Adorei seus comentários sobre a leitura. *3*
My Queen Side
Eu que agradeço a visita Fran! A coleção Abril é um xodó mesmo. :3
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