Apresentada pela mestre em Teoria da Literatura e em Literatura Comparada pela USP, Marina Brendan, o livro A Aventura do Estilo, reúne algumas correspondências trocadas entre os autores ingleses Henry James (1843-1916) e Robert Louis Stevenson (1850-1894) e alguns ensaios que um fez sobre a pessoa e a literatura do outro.
A relação entre esses dois autores tão diferentes (mas nem tanto) em sua produção teve início em abril de 1884, por meio do ensaio "A Arte da Ficção" escrito por H. James e publicado na Longman's Magazine, ao qual R.L. Stevenson respondeu, publicamente com "Um Humilde Protesto", publicado na mesma revista, em dezembro do mesmo ano. O educado debate literário iniciou uma contínua troca de cartas entre os dois, onde ambos falavam sobre suas vidas, sobre suas produções, e também sobre o cenário literário que eles habitavam.
Ao encontrar este livro nas news da Rocco, confesso que não sabia exatamente o que esperar, tive experiências anteriores com os dois autores, é verdade, mas conhecer uma pessoa por meio de sua obra é uma coisa que não necessariamente corresponde à esfera pessoal desse indivíduo, mas fiquei animada com ele desde a leitura das orelhas: diante de mim esteva o registro de dois autores que sobreviveram ao teste do tempo, e eu só conseguia me sentir como uma mosquinha presenciando o encontro de dois gigantes.
Me surpreendi com os dois autores na verdade. E mais ainda por ver que nós leitores sofremos de dramas bastantes parecidos com os dramas vividos pelos leitores de antigamente: o drama de esperar a continuação de uma história, a vontade quase incontrolável de ajoelhar-se diante de seu autor favorito, as discussões intermináveis sobre o andamento das leituras e sobre o estilo de escrita alheio.
As cartas, infelizmente, rarearam depois que Stevenson mudou-se para Samoa (Estados Unidos) por causa do péssimo sistema de correios da ilha, ainda assim, os dois mantiveram a amizade viva até a repentina morte de Stevenson em 1894. E é de James, falando sobre Stevenson os dois ensaios que encerram este livro.
É triste ver que um livro tão rico desperta tão pouco interesse. Para se ter uma ideia, na página do skoob, apenas 20 pessoas o marcaram como "quero ler", e apenas uma, eu, no caso, o está lendo.
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