O quarto e ultimo domo de As Mil e Uma noites reuniu textos de oito fontes diferentes para completar a quantidade de noites do título, oferecendo um exemplo da pluralidade de fontes e da diversidade de vozes e tons que a voz de Sahrazad pode assumir.
Os eixos das histórias oferecidas continuam mais ou menos os mesmos dos oferecidos nos outros domos: ascensão social, manutenção do poder e domesticação do sexo feminino (apenas lembrando que grande parte das narrações são ambientadas nos primeiros séculos da história humana conhecida e em uma região dominada pelo forte patriarcado). O que chama atenção nestas histórias é a capacidade humana de se alternar entre a piedade extrema e a mais implacável perversidade.
Entre as histórias, destaco a de Alauddin e a Lâmpada Mágica, que ocupa 214 noites ao todo e que nos mostra uma versão bem diferente da que estamos acostumados a associar a esta história (Disney e sua capacidade de adaptação hahahaha).
Também destaco a série Conselho a Reis, que ocupam as noites entre 740 e 775. São 35 noites (quase o dobre em numero de páginas acho) em que as histórias vão para o segundo plano e se destacam conselhos para a boa governanças. Aqui se incluem desde máximas e sentenças propriamente ditas até pequenas fábulas que objetivam ensinar ao rei como reinar com justiça. Destaco essa parte por jamais ter lido algo tão chato em toda a minha vida. Quinze minutos de leitura me faziam precisar de duas horas ou mais de descanso e ainda assim não conseguia voltar à leitura. Acabou que acabei pulando mais de vinte páginas dessa parte e tive a ressaca literária mais perversa de que consigo me lembrar.
As histórias melhoraram depois, mas o dano causado por Conselho a Reis foi grande o bastante para me manter longe deste livro por quase dois meses. Terminei as histórias dando graças ao céus por não correr mais o risco de ter que passar por mais noites como aquelas.
Ler As Mil e Uma Noites foi praticamente um objetivo de vida cumprido. hahahahahaah
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