1 de mar. de 2017

Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter - Sarah MacLean


O prólogo de Dez Formas de Fazer um Coração se Derreter é um tanto tendencioso: um artigo de jornal de fofocas voltado para a alta sociedade londrina comentando sobre a dificuldade (e desespero) das moçoilas (e de suas mães) em encontrar um cavalheiro para levá-la ao altar. Por um breve momento, que durou cerca de dois parágrafos, imaginei que veria uma segunda versão de Lady Winstledon, mas logo em seguida percebi que meu equívoco: além da falta de indiretas explicitas e do tom menos sarcásticos, o Pérolas e Peliças é do tipo politicamente correto (adjetivo que não necessariamente pode ser aplicado ao folheto publicado em Os Bridgertons).

A redora (seja ela quem for), em sua humilde posição de observadora da alta sociedade, apresenta para suas leitoras a série "Lições para conquistar um Lorde". E o lorde mais cobiçado de todos é, sem dúvida, Nicholas St. John, o gêmeo mais novo de Gabriel, o marquês de Ralston (o protagonista de Nove Regras a Quebrar Antes de se Apaixonar), que, para o divertimento do irmão e de seu amigo Rock, não gostou nem um pouco da atenção recebida.

Determinado a escapar do desconforto que se tornara Londres depois dos artigos, Nicholas aceita partir em busca da irmã de um amigo, que desaparecera semanas antes. Apesar de saber que a procura despertaria uma habilidade que ele preferiria esquecer, a súplica do Duque de Leighton e a vontade de sumir de Londres, o convenceram. 

Além do mais, havia um outro fator determinante: havia uma mulher desaparecida, e mulheres em perigo sempre representaram sua ruína. E não deu outra: poucos dias após chegar à pequena vila de Dunscroft, o lugar para onde o rastro de lady Georgiana os levou, um grupo de enormes cavalos de tração corria descontrolada pela rua principal do vilarejo, indo direto em direção a uma mulher totalmente distraída na leitura de suas correspondências.

Isabel Townsend é irmã mais velha do atual conde de Reddich (então com dez anos) e administra a propriedade da família desde o falecimento dos pais. Ou tentou, pelo menos, já que as dívidas do Conde Perdulário a deixaram sem recursos sequer para pagar os funcionários da casa. Ameaçada pela chegada iminente de um tutor que provavelmente destruiria tudo o que ela levara anos para construir, ela decidi se desfazer de seu bem mais preciosos: uma coleção de estatuas gregas que lhe fora deixada de presente por sua mãe... E olha que coincidência encontrar Nicholas St. John, um dos melhores antiquários do reino, passando por sua vila!

Só que as coisas não saem exatamente como Isabel previra. Ao demostrar a Nicholas que havia segredos envolto a ela e à propriedade que abrigava as estatuas, ela atraiu sua atenção total. E talvez nenhum dos dois gostem do que irão descobrir. Ou, talvez, amem.

Apesar de ter gostado da maneira com que ele lidou com a situação toda, Nicholas que me perdoe, mas minha preferencia ainda é por Gabriel. Apesar de Isabel ter seus problemas em relação a confiar nos outros, na verdade, em confiar nos homens, em nenhum momento consegui me encantar com Nicholas, nem com Isabel. Foi um romance bonito? Sim. Fofo? Provável. Envolvente? Falo por mim quando digo que não.

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