Mesmo estando lotada de coisas para fazer (e nesse fazer, eu quero dizer estudar), apelei para a minha dose quase mensal de Anne Rice para tentar manter alguma coisa da minha sanidade (é incrível como alguns autores consegue ser nosso recanto de paz mais bem protegido). Sangue e Ouro é o oitavo livro da série As Crônicas Vampirescas e foi lançado no Brasil pela primeira vez em 2001.
Thorne, o vampiro que começa a
narrativa, remonta aos eventos de A Rainha dos Condenados. Vendo e ouvindo tudo
de seu tumulo nas geleiras nórdicas, ele acompanhou a queda de Akasha e o
momento em que Maharet e Mekare tomaram o Cerne Sagrado para si.
É incrível como as coisas que
acontecem com Lestat tomam proporções tão grandes. (Eu simplesmente AMO isso.
rsrsrs) O contato feito por Memnoch foi tão forte e tão decisivo, que abriu
espaço para que Armand contasse sua história, para que David Talbot e Louis
apelassem para uma Mayfair e, agora, para que um bebedor esquecido no gelo
perdesse seu sono e sua paz.
A novidade aqui é o inicio
narrado em primeira pessoa. Realmente não me lembro disso nas outras crônicas e
fiquei contente com a mudança.
Em sua caminhada em busca de
companhia, Thorne se encontra com Marius, com que passa a dividir um amor quase
que fraternal.
E é Marius quem abre seu coração
e conta sua história. Não apenas uma parte dela, como contada por Lestat ou por
Armand, mas toda ela, com eventos e detalhes que somente o próprio Marius
poderia conhecer e contar.
Falando de tudo o que passou
enquanto era guardião Daqueles que Deveriam Ser Preservados, Marius também
conta a história de alguns Bebedores de Sangue que passaram por sua vida. Como
é o caso de Eudóxia, uma vampira muito mais velha que dominava o território da
cidade de Constantinopla. E de Zenobia, também de Constantinopla. O fascínio
dele pela capela de Santa Sofia, para quem já leu O Vampiro Armand, chega a ser quase uma
profecia.
O Marius volta ao seu normal (o
normal dele que conhecemos ao menos) quando ele conhece a era renascentista
italiana. Em especial um certo pintor chamado Botticelli. Por quem
Marius cai de amores de tão fascinado que ele fica por sua arte. rsrsr
Agora em relação á época de
Armand, confesso que me surpreendi. A visão dele do desenvolvimento de seu
pupilo é surpreendente, e por mais que os eventos sejam os mesmos, ver tudo
pelos olhos dele é fascinante. Fora que eu adoro essa habilidade da Anne Rice
de formar um quadro maior dos eventos a partir da perspectiva de diversos
personagens, que dizer, é a mesma história, contada por vários ângulos, a
partir de diversas bagagens distintas e únicas.
É na época de Armand que outro
velho conhecido para os leitores das Crônicas surge pela primeira vez
(considerando o tempo cronológico de todos os vampiros apresentados agora): a
Talamasca faz uma aparição para Marius em seu esplendoroso palazzo
veneziano.
Há uma coisa que gosto, para
falar a verdade amo, nessa série (e talvez seja algo que eu já tenha
comentado): a maneira com que cada personagem/narrador se comunica com as
outras Crônicas publicadas. Todos conhecem as Crônicas, todos leram as Crônicas
e (ao que parecem) todos complementarão e se juntarão às Crônicas. A cada
história publicada, o mundo se expande e se completa. E o melhor de tudo: não
existem linhas soltas, e a cada livro elas parecem ficar mais e mais
entrelaçadas entre si.
Após quase 30 capítulos, a história de Marius é contada e Thorne acaba tendo seu desejo atendido: passar a eternidade ao lado de sua criadora, Maharet.
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