4 de dez. de 2013

Memnoch – Anne Rice


O quinto livro das Crônicas Vampirescas é segundo dizem, um dos mais sombrios da coleção. (O que mais está me deixando preocupada, no entanto, é o fato de estar chegando cada vez mais perto da única edição que falta na minha coleção para que eu possa ler os outros livros. =P)

De fato, ao invés do inicio brincalhão e travesso que Lestat sempre faz, vamos um imortal assustado e, de certa forma, até coagido. Durante seu esporte preferido, observar suas vitimas antes de dar o bote fatal, Lestat se vê perseguido por alguma entidade estranha.

A Vítima no caso se chama Roger, um vigarista colecionador de artes sacras medievais. O curioso é que o desenrolar da história, até agora (26/11/13, 23h26min), está literalmente encarnando a frase “Quando a morte conta uma história, você deve parar para escutar”. Só que no caso, é o morto que está contando a história. (=P) Não preciso dizer que achei essa conexão, no mínimo, curiosa.

Roger conta a Lestat sobre sua vida, sobre sua coleção e obsessão de vida (um escritor medieval chamado Wynken de Wilde) e sobre sua filha Dora. A conversa deixa Lestat ainda mais apaixonado por sua vítima, e mais desolado por ter levado a morte a ele.

Por falar em Dora, não demora muito até ela conquistar o coração de nosso príncipe, e teve direito até a devaneios sobre a Bela e a Fera vivendo em um convento transformado em palazzio. O que me surpreendeu, é que foi a primeira vez que Lestat realmente não cedeu a uma tentação. Ele mostrou tanto cuidado e zelo com a humana, que eu caí de amores por ele. De novo.

Pois bem, a “Coisa” finalmente se revela, Memnoch, o Demônio, quer que Lestat seja seu braço direito, seu príncipe na oposição a Deus. Após ponderar sobre o pedido de Memnoch, Lestat oferece a chance de ser persuadido a aceitar a proposta.

A descrição do paraíso feita por Lestat é tão abstrata que chega a ser incrível. Mas essa é apenas a primeira parte da história. Ao falar sobre si, Memnoch fala sobre Deus, sobre a criação do mundo e do homem, da matéria inorgânica à orgânica, de como os homens foram criados à imagem e semelhança do próprio Deus e dos anjos. Sim, Memnoch é um anjo... Um anjo que não entendeu os rumos da criação de Deus (a humanidade), que foi incumbido de entendê-la e que foi sentenciado a se juntar a ela depois de conhecer a plenitude do amor carnal. Um anjo com a missão de encontrar, ensinar, guiar e tornar as almas humanas dignas de habitarem na Corte Divina.
  
E eu realmente achava que essa série não poderia ficar melhor. Enganei-me profundamente. Memnoch é intenso, sombrio, desafiador e, simplesmente, incrível.

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