Em mil novecentos e trinta e nove, o navio da marinha mercante alemã Windhuk partiu para a Africa do Sul levando centenas de passageiros que queriam fugir da guerra que se aproximava.
A guerra, já tão próxima, foi declarada quando o navio estava em seu caminho de volta.
Temendo ser atacado, o Capitão do navio tomou o rumo do sul e aportou em Santos, onde ele e sua tripulação foram aprisionados em campos de concentração em Pindamonhangaba e em Guaratinguetá, onde ficariam até o final na guerra, em mil novecentos e quarenta e cinco.
Exceto por quatro passageiros, os únicos quatro judeus a bordo, que sairam no navio em um scaler na calada da noite e atravessaram a remos a distância que separavam o Windhuk da costa brasileira.
A Gruta de Calisto parte dessa curiosidade histórica para ficcionar a história de um dos fugitivos, o oficial médico de origem polonesa Jardel Grynzpan em Arraial do Cabo.
Do clima agitado de Hamburgo, Jardel vê-se preso em um lugar movido ao sabor das ondas do mar e ao sol, e assim a narrativa segue, lenta e ruminosa, acompanhando o enredar-se lento do médico judeu à atmosfera que o acolheu e aos reflexos da Segunda Guerra Mundial àquele lugarejo quase esquecido pelos deuses.
A leitura foi lenta, um tanto tediosa e melancólica em alguns momentos, mas imagino que, considerando a realidade em que Jardel se viu preso, seria difícil ser de outra forma. A narração de Celso Gomes incorporou muito bem o ambiente em que Jardel foi inserido (isso por si só é um mérito e tanto).
É preciso deixar claro aqui que, apesar de já ter lido um ou outro livro com temas parecidos, eu não sou muito chegada a esse tipo de literatura, especialmente considerando o conhecimento literário do personagem (que discutia, além de política, literatura com quem a conhecesse - o que foi coisa de três ou quatro personagens ao longo da narrativa).
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