Arthur Pepper é um serralheiro aposentado de sessenta e nove anos que perdeu, poucos meses atrás, a esposa com quem foi casado por quarenta anos. De hábitos modestos, ele se tornou ainda mais recluso e apegado aos hábitos.
Ao finalmente tomar coragem para arrumar os armários e se desfazer dos pertences da esposa, Arthur toma um susto ao encontrar um bracelete de ouro com com oito pingentes dourados, um luxo incongruente com a vida modesta e sem luxo que levavam.
Curioso com o objeto e com a recém descoberta de que sua esposa não lhe contava tudo, ele decide , em um impulso, investigar sua origem. As pistas nos pingentes levam Arthur a lugares que ele jamais imaginou que conheceria, e a uma Miriam que ele jamais pensou que existia.
Ao começar a ler O Misterioso Bracelete de Arthur Pepper, lembrei-me de outros dois livros cujos protagonistas também eram mais maduros (A Improvável Jornada de Harold Fry e A Livraria Mágica de Paris) e não hesitei em me jogar de cabeça nesta história. Não me arrependi de te-lo feito em nenhuma das vinte e quatro horas que demorei para ler este romance.
Arthur Pepper é um homem que se dedicou a vida inteira à família que de repente se vê a única mulher que amou, e não faz ideia do que fazer com ela sem sua companheira. Os filhos, crescidos e um tanto afastados, tão pouco sabem o que fazer. Um deles nem mesmo na Inglaterra mora. Encontrar o bracelete em uma caixinha de joias dentro de uma bota que há muito tempo não era usada incomoda Arthur. Ele nunca vira sua esposa usando aquele enfeite, nem nunca ouvira falar dele. Como podia haver coisas sobre Miriam que ele não sabia?
Num curioso e tímido despertar do fã de filmes de detetive que ele sempre fora, Arthur liga para um número gravado em um dos pingentes, e a pessoa do outro lado da linha o impele a continuar a busca pelas histórias dos outros pingentes. E, mesmo sob os protestos de sua própria mente acomodada, ele segue a caça ao passado.
O Misterioso Bracelete de Arthur Pepper é uma história fofa e nem de longe tão triste quando A Improvável Jornada de Harold Fry, mas igualmente forte. É sobre pensar sobre o passado, conhecer a si mesmo e abraçar o futuro com o coração leve e a mente limpa.
Livros com protagonistas mais velhos são subestimados (dá para perceber isso olhando na página do livro no Skoob), mas, sinceramente, eu os adoro, e quero ler muitos mais nesse estilo.
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