2 de jan. de 2016

Deuses de Dois Mundos: O Livro da Traição - P. J. Pereira


Já estava querendo ler este livro há algum tempo, mas alguns imprevistos aconteceram e acabei adiando a leitura para o final da meta de leitura de 2015.

O primeiro choque que tive foi no prólogo, quando percebi a data em que aquela cena se passava. A sensação ruim piorou um tiquinho quando me dei conta que os e-mails que New enviava para seu correspondente desconhecido se aproximavam da vez mais de um dos episódios mais sombrios da nossa história recente.

Assim como em O Livro do Silêncio, a narração alterna dois cenários distintos: um, no nosso mundo, o jornalista New relata, para um desconhecido os acontecimentos que o envolveram durante a época em que fora convocado para substituir um dos odus (príncipes do destino). Sua história envolvia uma estranha seita secreta que frequentara durante sua infância e adolescência cuja líder mais parecia uma perigosa feiticeira do que qualquer outra coisa.

O outro cenário, no Ilê, acompanha Orunmilá e seus guerreiros na missão de encontrar os odus sequestrados pelas Iá Mi Oxorongá. Sabe quando você tem a sensação de que a história ruma para o caos? Pois é. A relação do grupo reunido pelo babalaô não estava exatamente harmoniosa. Na verdade, era justamente o contrário: as feitiçarias das Iá Mi, e a personalidade forte e ciumenta de Oxum botaram o grupo à prova a um ponto tal que... Acho melhor parar por aqui antes que saia um spoiler cabuloso.

Mais do que no primeiro livro, PJ Pereira me surpreendeu com sua capacidade de colocar nas alturas toda a tensão existentes nos dois lados da história. Só para ficar registrado, cheguei a beira do choro no último capítulo, tamanho foi o medo que fiquei do que Exu poderia estar planejando para seu mestre. Sério, isso não é coisa que se faça.

E isso, de certa forma, me fez ficar um tanto receosa (e bastante animada) com o terceiro livro da série. O book trailer de Deuses de Dois Mundos: O Livro da Morte me deixou ainda mais arrepiada depois de ter lido O Livro da Traição (e olha que eu achei que isso não fosse possível).

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