Em um belo
dia de verão, o matador mais querido dos leitores de fantasia, George R. R. Martin,
resolveu juntar alguns amigos, também escritores de fantasia e ficção
científica, para jogar um RPG em um cenário criado por ele.
O resultado dessa brincadeira? Os 22 livros de
Wild Cards, organizados e editados pelo próprio George Martin. As publicações
começaram em 1987 e somente agora estão chegando ao Brasil.
O mundo de Wild Cards é
semelhante ao nosso. A Segunda Guerra Mundial acaba de ser finalizada. Até que,
em uma noite, uma nave espacial pousa em Washington e seu tripulante, um
alienígena de anatomia semelhante a nossa, pede ajuda para recuperar um globo
que conteria um vírus (que mais tarde ficou conhecido como cartas selvagens)
com capacidade de provocar milhares de mortes ou ainda desenvolver estranhas e
imprevisíveis habilidades nos seres humanos. A conversa não convenceu os
federais. Quando eles perceberam a verdade, já era tarde demais.
O vírus espalhado, dividiu a
população em três segmentos: os humanos normais; os curingas, monstros
hediondos, deformados pelos efeitos das cartas selvagens; e os ases,
superseres com poderes exóticos, muitas vezes, únicos.
Quem conhece a estrutura de
narração de "As Crônicas de Fogo e Gelo" (cada capítulo sendo narrado
por um personagem, seguindo vários eventos ora diferentes ora iguais), pode
achar que Wild Cards segue o mesmo esquema.
No entanto, as coisas não são exatamente assim. Cada autor criou um (ou mais de
um) personagem próprio que é inserido na trama maior, que é a progressão da
história.
Fazendo uma breve descrição do
esquema, o prólogo conta o dia em que o extraterrestre conhecido como Tachyon
chegou a uma base militar anunciando a ameaça do vírus alienígena. O primeiro
personagem, Croyd, narrou com detalhes o dia em que o vírus se espalhou pelos
Estados Unidos e os poderes que se manifestaram nele. Depois da metade do
livro, já estamos vinte (ou trinta) anos a frente da infestação das cartas
selvagens, e as manifestações de ases e curingas continuam
surgindo em diferentes gerações.
Os personagens de histórias
anteriores não são necessariamente esquecidos. Pode acontecer de um ou mais ases/coringas
aparecer e interagir com o narrador (ou narradores) da vez ou mesmo ser apenas
citado como um rumor ou manchete de jornal. O mais recorrente de todos é o Dr.
Tachyon, o alienígena que tentou impedir que o vírus da carta selvagem se espalhasse na Terra.
E por incrível que pareça, não houve matança no capítulo escrito pelo Tio Martin. Em compensação, o capitulo "Fios", de Stephen Leigh, foi digno do prêmio de "Sanguinário da vez".
A história apresenta ainda dois apêndices, com relatos de autoridades no assunto cartas selvagens e um artigo apresentado em uma conferência sobre o assunto.
Oi Luiza
ResponderExcluirApesar de já conhecer a capa do livro, não sabia nada sobre a trama dele, por isso me interessei pela resenha, que por sinal está ótima, muito esclarecedora. Também não sabia que tinha participação de outros autores. Mas 22 livros!!! haja trama.
Abraços,
Gisela
@lerparadivertir
Ler para Divertir
Obrigada Gisela! E eu que tinha dito que iria fugir dessa coleção acabei comprando os primeiros volumes por engano... kkkk
ExcluirSó nesse livro são 6 autores diferentes, muitos até então desconhecidos. Dá para conhecer bastante gente por meio de Wild cards. ;)