31 de out. de 2015

Noite do Oráculo - Paul Auster


Sidney Orr é um escritor relativamente bem sucedido que, após passar meses no hospital por causa de um acidente, está conquistar alguma normalidade em sua vida.

Até mesmo sua carreira literária, até então estagnada por causa de sua convalescença, é retomada quando Sidney adquire um misterioso caderno azul fabricado em Portugal. Escrevendo com surpreendente espontaneidade e vigor, ele esboça a história de Nick Bowen, um editor que larga sua vida em Nova York após quase ser atingido por uma estátua que despencou de um prédio.

Estranho porém, é quando Sidney percebe que sua ficção volte e meia se faz presente em sua realidade, seja por meio de palavras ditas e ouvidas ao acaso, seja por notícias de jornal, ou mesmo pela crise conjugal vividas por autor e personagem.

A história toda é um jogo de perspectivas bem interessante: a ficção de Auster se torna a realidade de Orr, que por sua vez, escreve sobre o fictício Bowen que, em sua realidade, possui uma relação profunda com um livro fictício chamado Noite do Oráculo.

Estranho pensar que comecei a leitura deste livro pensando se tratar de uma história sem graça (a sonolência que sempre vinha depois de vinte páginas quase me fez desistir para iniciar alguma coisa mais estimulante), mas depois de uma noite muito bem dormida (e de uma manhã sem trabalho) descobri o quanto estava enganada.

Noite do Oráculo é um livro incrível que, além de uma história muito bem construída, mostrou várias ferramentas que um autor pode usar para trabalhar seu objetivo. No caso deste livro, além da ficção dentro da ficção (a história de Bowen dentro da história de Orr), Auster trabalhou com notas de rodapé (algumas bem extensas por sinal) como que para corroborar que Sidney é um ser real, e não fictício. 

Publicado originalmente em 2004, Noite do Oráculo foi o décimo segundo romance do autor e marcou meu primeiro mês como assinante do TAG - Experiencias Literárias.

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