12 de fev. de 2015

Frankenstein ou O Prometeu Moderno - Mary Shelley


Tenho para mim que quase sempre subestimamos os livros de bolso. Talvez por acharmos que preço e qualidade andam sempre junto, deixamos passar coisinhas (e histórias) bem interessantes.

A tradução desse livro foi feita com base da edição de 1831 (o livro foi lançado pela primeira vez em 1817), revisada pela própria Marry Shelley. A autora, responsável também pelo prefacio dessa edição, conta como a história de Frankeinstein surgiu: foi durante um verão na Suiça, onde ela, o marido, o poeta Lord Byron (1788 - 1824) e mais um outro hospede se propuseram a  escrever, cada um, uma história de terror para ser lida pelos outros três. (É um daqueles clássicos momentos em que eu paro e penso: "gostaria de ser uma mosquinha para presenciar uma reunião dessas").

O primeiro personagem que conhecemos é Robert Watson, um inglês que, partindo de São Petersburgo, busca encontrar o ponto mais ao norte do globo terrestre. Por meio de suas cartas à prima, ele faz breves relatos sobre os preparativos dessa viagem, assim como expões seus anseios e expectativas.

Na quarta carta escrita, Watson relata, algo, no mínimo estranho: no meio de uma planície de puro gelo, ele e sua tripulação vêem, em  um trenó, a silhueta de um homem gigantesco. Horas mais tarde, os marinheiros encontram um segundo homem quase morrendo no gelo.

Após mais ou menos a metade da quinta carta, o relato de Watson passa a ser a história desse homem encontrado no gelo.

É então que conhecemos Victor Frankeinstein, genebriano de intensa inteligencia, que, de tão apaixonado pelas ciências naturais, foi ao extremo de criar sua própria criatura.

Criatura essa que também toma parte do relato para si, ao contar ao seu criador, e a nós, o que aconteceu com ele após sua criação e como se deu seu processo de aprendizagem e de tomada de consciência de si mesmo.

A criatura de Frankeinstein pede a seu criador uma companheira, já que humanos não o aceitam devido a sua aparência horripilante. Em troca, ele e sua mulher partiriam para onde os humanos cruzassem seus caminhos.

Inicialmente, Victor cede, chegando até a produzir uma fêmea para seu monstro. Mas, ao estar perto de concluí-la, o horror a sua obra o faz destruir tudo, atiçando o ódio de sua criatura.
"Devo ser considerado o único criminoso, quando toda a humanidade pecava contra mim?
É quando as desgraças (re)começam a aparecer na vida de Victor, culminando numa caçada de anos, até os dois chegarem naquele lugar inóspito.

A narração dessa história é bem tensa e eu não sei dizer se foi pela própria temática (eu acho muito assustador pensar que um homem construiu, do zero, outro homem adulto) ou se é estilo de narração da Mary Shelley.

Apesar disso, a história é difícil de ser acompanhada. A progressão dos acontecimentos foi bem feito e os personagens não são nada chatos (embora nem Victor nem Frankeinstein sejam exatamente legais).

Eu recomendo a leitura? Com certeza! Assim como recomendo a leitura de quase todos os clássicos que já li. E mais ainda por ser literatura inglesa, elas são ótimas tanto para quem é calejado nos clássicos quanto para quem está começando a se interessar por eles.

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