Sou apaixonada por Nina George desde A Livraria Mágica de Paris, e fiquei louca por este livro desde que soube de sua publicação, no ano passado. Infelizmente, um equívoco de comunicação não permitiu que eu o lesse antes, mas acabei me dando o livro de presente mesmo assim. <3
Marianne Messmann é uma senhora alemã de sessenta anos casada há mais de quarenta com um homem que não a ama e que a oblitera desde o dia em que se casaram. Durante uma viagem à Paris (feita com o marido, é claro), ela sente que é hora de por um fim naquela vida apagada e decide se jogar no Sena.
Ela é salva por um passante e levada para o hospital. Seu marido acha que aquilo é mais uma cena dela e a deixa sozinha com um psiquiatra desconhecido depois que decide voltar para casa deles sem a esposa. Em uma tarde, saindo sorrateiramente de seu quarto de hospital, ela vai até as salas das enfermeiras roubar madeleines. Junto, um azulejo pintado com uma linda paisagem portuária da Bretanha.
Marianne pouco pensou antes de pegar suas poucas coisas no hospital e partir rumo ao cenário pintado no azulejo. É nessa cidade, em Kerdruc, que ela entra em um restaurante chamado Ar Mor (O mar) e é imediatamente incorporada ao quadro de funcionários, à vila e à vida redescoberta.
Este já é o quarto (ou quinto) livro que leio com protagonistas já pra lá dos sessenta e que passam por uma jornada de redescoberta do prazer de viver e de amar, mas gostei de acompanhar esse processo pelos olhos e pelo coração de uma protagonista feminina.
Nem sempre é fácil deixar a vida que nos aniquila. Tão pouco é fácil viver em uma sociedade que nos limita por sermos mulheres. Libertar-se requer coragem, e nem sempre nos percebemos corajosas.
O Maravilhoso Bistrô Francês é um livro de redescobertas e de sensações, e a de Marianne é feita com refeições suculentas, paisagens estonteantes, novos aprendizados e hábitos esquecidos. É doce, sensível e belo como todas as segundas chances à felicidade devem ser.