25 de jan. de 2016

Duas Narrativas Fantásticas - Fiódor Dostoiévski


Em uma busca pelos kits passados da TAG -Experiências Literárias encontrei este livro e cedi ao desejo de pegá-lo. O livro é, na verdade, uma reunião de duas novelas publicadas em épocas diferentes (1876 e 1877) no Diário de um Escritor, seu espaço de publicação no jornal O Cidadão.

As duas narrativas, A Dócil e O Sonho de um Homem Ridículo são histórias que se aproximam quanto ao conteúdo uma vez que ambas envolvem seus narradores com o suicídio. Só que de maneiras diferentes.

Sabe quando uma pessoa está tão perdida que não consegue parar de andar de um lado para outro? Pois é, é assim que o narrador de A Dócil (1876) está. Sua esposa, uma jovem de 16 anos, está sobre a mesa, esperando o caixão em que será sepultada. Ela se jogou da janela de casa e ele (um homem de quarenta e tantos anos) não entende o motivo que a levou a fazer isso. 

Desesperado, ele tenta juntar as lembranças de seu casamento recente, ora conversando consigo mesmo, ora com alguém imaginário, tentando entender o motivo do suicídio de sua esposa.

O narrador de O Sonho de um Homem Inútil (1877) está prestes a se matar. Um revolver está carregado diante de si e ele está determinado a tirar sua própria vida. Mas então ele adormece e um sonho extraordinário (e revelador) começa.

Ao ler crime e Castigo há alguns anos, achei a história extremamente enfadonha, mas depois fiquei pensando se eu ainda não estava sob a influencia do livro que havia lido anteriormente (um volume das Crônicas do Gelo e Fogo). A certeza de que Dostoiévski merece outras chances (não só com Crime e Castigo, mas com outras obras também) veio após ler Duas Narrativas Fantásticas.

A escrita dele é menos complicada que eu achei que fosse e entender que seu estilo de narração deixa o ambiente físico quase totalmente fora de foco para privilegiar o psicológico do personagem também ajudou bastante (o que seria de mim se não fosse a revista da TAG para me ajudar?).

Luiz Felipe Pondé (filósofo, escritor e ensaísta brasileiro), curador de março da TAG, acertou em cheio ao dizer que este é um bom livro para começar a conhecer a obra de Dostoiévski, apesar do tema ser um pouco pesado, a leitura é bem gostosa e fácil de se acompanhar.

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