27 de ago. de 2015

Sonhos com Deuses e Monstros - Liani Taylor


Estava com um pouco de receio em ler este livro: não sabia se meu coração conseguiria sobreviver a ele. De fato, tive umas quinze quase arritmias cardíacas durante a primeira metade da história (outras quinze na segunda metade dela). 

A chegada dos Serafins à Terra causou comoção, medo e, como não podia deixar de ser diferente, ações de fanáticos. A cada hora que passa, a guerra tanto aqui quanto em Eretz se torna  mais iminente e mais potencialmente catastrófica.

E tudo dá errado. Quando não estamos vendo o caos no mundo dos anjos e das quimeras, estamos vendo o caos se anunciar no nosso. No meio disso, Karou e Akiva, junto com Zuzana (disparadamente minha personagem predileta) e Mik, tentam arduamente ir em direção a um mundo de paz para ambas as raças (e para ambos os mundos também)... Mas é como dar murro em ponta de faca: um plano de ação é feito, uma esperança é avistada, uma coisa é resolvida, e mil outras coisas saem dos eixos.

Há novos personagens na história, embora alguns aparecem poucas vezes ou mesmo no final. Um desses personagens novos é Elisa, uma cientista cheia de pesadelos sobre deuses monstros, e que vê seus medos se transformarem em algo muito, mas muito maior, mais grave e mais terrível do que ela supunha.

Sobre o final... Bem, não é exatamente o "felizes para sempre", o que, de certa forma, me surpreendeu. Apesar de a guerra entre quimeras e serafins ter sido abandonada, apesar das duas raças (na verdade, três raças, já que os amigos humanos de Karou também se envolveram nesta guerra) estarem vivendo em uma aliança bastante inédita para aquele mundo e apesar de Karou e Akiva estarem livres para finalmente se amarem, o clima da trilogia terminou com ares de "a luta ainda não terminou, apenas entramos em uma nova etapa dela."

E eu ADOREI isso. Alias, eu adorei a trilogia inteira.

24 de ago. de 2015

Missão Pré-Sal 2025 - Vivianne Geber


O que acontece quando uma militar escreve um romance sobre espionagem e investigação? A resposta está na imagem acima.

Rodolfo Rumppel, um oficial da Marinha brasileira é enviado à Londres para participar de um evento promovido por uma empresa especializada em defesa naval. Viajando com sua esposa, ele tenta, de alguma forma, salvar seu casamento, já desgastado por vários e motivos.

Mas a razão da viagem de Rumppel à capital britânica é outra: uma missão secreta com o objetivo de recapturar informações roubadas sobre o o Projeto Pré-Sal 2015, um submarino poderoso o suficiente para alçar o Brasil à elite militar mundial.

Depois de um livro não muito atraente como o anterior, este veio como uma luva feita sob medida. Adorei tudo desta obra e me surpreendi muito ao ver que este é o romance de estreia da autora.

A narração é envolvente e, sério, é bem difícil desgrudar da trama. Vivianne Geber conseguiu segurar todo o desmantelamento do caso até os últimos capítulos (e fez isso muito bem por sinal). Gostei muito dos personagens, principalmente do Rumppel 

O final desta história abre a possibilidade para uma nova missão de espionagem, e eu espero mesmo que saia um novo livro. Se sair, com certeza irei adquiri-la.

20 de ago. de 2015

Para Onde Vai o Amor? - Fabrício Carpinejar


Este livro é a reunião de duas coisas que não sou muito fã quando o assunto é livro: crônicas e amor intimista. 

Me explicando, acredito que crônicas e livros não combinam muito por se tratar de um texto voltado para uma experiência cotidiana, por vezes tão enraizada no lugar e no tempo do autor que um leitor de fora se perde, e com ele, vai-se todo (ou grande parte) o sentido da crônica.

Sobre o segundo tópico, é algo mais complicado de se explicar. Não sou, alias, acho que nunca fui, do tipo de expor meus sentimentos. Por algum motivo, quando o assunto são meus sentimentos, é quase como o mantra de Elsa: "Não os deixe entrar, não os deixe ver/ Esconda, não sinta, não deixe que eles saibam".

Em algumas das páginas, me vi refletida. Meus medos, meus desejos, meus sonhos, me senti sendo descrita e me ouvi pedindo por resgate, e esse nível de intimidade me quebrou a ponto de eu terminar a leitura chorando de carência e de raiva (de mim que me deixei contagiar, do autor que me leu sem nunca ter posto seus olhos em mim, e da pessoa que não saiu da minha cabeça enquanto tentava ler).

Este livro despertou meu amor e meu desgosto. Apesar da dúvida sobre ter gostado ou não, estas crônicas são preciosas traduções do que é o (invejável e sempre buscado) amor sincero.
Eu lhe amei como todos os sentimentos bons e ruins, Eu lhe amei com a minha fé. Eu lhe amei com a minha dor. Eu lhe amei com os meus traumas. Eu lhe amei com os meus dramas. Eu lhe amei com minha amizade. Eu lhe amei com o meu ciúme."
Sei também que dificilmente vou encontrar crônicas tão lindas quanto essas.

17 de ago. de 2015

Que Fim Levou Juliana Klein? - Marcos Peres


Curitiba, Brasil. Duas famílias, os Koch e os Klein, ambas de origem alemã, se digladiam há décadas, tanto no plano das ideias, quanto no plano do crime. No meio disso tudo está Irineu de Freitas, um delegado de Maringá que acompanha os casos que envolvem os Klein e os Koch desde de o primeiro contato com tais famílias em 2005.

A história começa a ficar interessante logo no prefácio: feito por uma psiquiatra, ela logo nos revela que o que vamos ler é o resultado da transcrição das memórias e dos sonhos do narrador, que, por sinal, está se recuperando de um grande trauma.

Outra coisa que chama atenção é a arvore genealógica das duas famílias (que está representada logo após o prefácio). A sensação é de que a treta é grande (e, de fato, o é) e o buraco é muito mais embaixo do que conseguimos imaginar (com certeza), e isso tudo antes da história realmente começar.

A narração deste livro é feita em terceira pessoa acompanhando a rotina do delegado Irineu nas ocasiões em que ocorreram os crimes Klein/Koch (2005, 2008 e 2011), sendo que a cronologia desses três anos não são seguidas cronologicamente e todos os capítulos possuem as datas em que os episódios narrados aconteceram.

Não foi nada difícil engrenar na leitura deste livro, a narração e a história são bem envolventes e, para falar a verdade, fiquei curiosíssima para conhecer o outro livro de Marcos Peres, O Evangelho Segundo Hitler. Se esse cara manteve o nível que me mostrou neste livro, é certo de ser coisa boa.

14 de ago. de 2015

O Primo Basílio - Eça de Queiros


Sabe aquele livro que stá esperando ser lido há mais de três anos (ou mais)? Pois é, este é um deles.

Jorge e Luisa formam um jovem casal típico da burguesia de Lisboa. Esbanjando felicidade, os dois são como pombinhos apaixonados em um mimoso ninho de amor, saboreando a boa fama de gente honesta de seus vizinhos e os elogios dos amigos íntimos.

Durante uma viagem de Jorge, Luisa recebe a visita de Basílio, que além de seu primo, é seu namorado de juventude. (Sabe aquele personagem que é só aparecer pra você pensar "vai dar ruim"? Pois é, esse é Basílio).

Atraído pela beleza da moça, Basílio envolve Luisa em um jogo de sedução, ao qual ela, por fim, acaba cedendo. 

No sonho de viver  um romance romanesco com seu primo, Luisa acaba caindo nas mãos de Juliana, empregada de sua casa. 

Curiosa, bisbilhoteira e sempre a procura de algo que possa lhe render alguns trocados, Juliana consegue se apoderar de castas de Luisa a Basílio. Usando de chantagem, ela acaba conseguindo uma vida tão boa quanto a de sua patroa. Aliás, o medo de ser dedurada à Jorge faz com que seja Luisa não só aceite tal acontecimento em sua casa, como também completa a inversão de papéis, fazendo trabalhos domésticos que Juliana se recusa a fazer.

Até mais ou menos a metade da história, achei o enredo bastante parecido com Madame Bovary (também pudera, o ponto central dos dois livros são praticamente os mesmos), porém, quando Juliana assume seu papel como chantagista, aquela coisa de mesmice desaparece e, sério, é nesse momento que Eça de Queiros mostra a que veio.

Por ser um livro longo, e por eu precisar manter a frequência de postagens no blog, demorei incríveis três meses e meio para completar este livro. A bem da verdade, eu queria ter feito somente uma parada (duas no máximo) ao invés das cinco (ou seis) que precisei fazer. 

A narração não é chata, na verdade, achei a de O Primo Basílio mais interessante até que a de Madame Bovary, talvez porque o cenário do romance lusitano seja uma cidade bem menos provincial que o cenário principal da história de Flaubert.

11 de ago. de 2015

Desejada - Sylvia Day


Quando o mundo lhe coloca diante de livros frustrantes, sempre haverá um Sylvia Day para fazer meu dia ficar mais colorido. :3

Christopher St. John é um fora da lei cruel que não tem medo de usar sua inteligencia afiada e seu diversos recursos para atingir seus objetivos. Mas ele está acuado: um membro da agência de espionagem o tirou da prisão prometendo deixá-lo livre se ele conseguisse entregar a infame Lady Winter, acusada de matar seus dois maridos anteriores, que também eram membros da agência, para a justiça.

Maria, a Lady Winter, é uma mulher de inteligência rara e com vários recursos disponíveis. Para ela, apenas uma coisa a impede de se livrar de seu padrasto, Lord Welton, de uma vez por todas: ele é o único que sabe o paradeiro de sua irmã menor, Amélia, separada de si desde a morte da mãe. Até que um outro agente lhe faz uma proposta tentadora: sua irmã em troca do pescoço de St. John.

Algumas pessoas acham que os opostos se atraem... Mas Maria e St. John são tão parecidos que um perigoso jogo de espionagem se tornou estopim de uma paixão avassaladora, capaz de colocar em xeque até o pior dos chantagistas.

Embora St. John não tenha sido o meu boy magia preferido quando o assunto é Sylvia Day (está para nascer alguém que supere o lindíssimo Gerrad de Incontrolável, ou o Gildeon Cross da série Croswsfire), ele definitivamente conquistou seu quinhão de suspiros. *risos* 

8 de ago. de 2015

Interligados: Aden Stone, O Rei dos Vampiros - Gena Showalter


Aden Stone finalmente viu a profecia de morte que Elijah, uma das almas aprisionadas em seu corpo, fizera se tornar realidade. Alguém realmente o esfaqueou mortalmente. Mas, contrariando a sinistra previsão, Victória, a namorada vampira de Aden, o salvou. Mais que isso, ela o transformou em vampiro.

As novidades em relação ao grupo não pararam por aí: Marry Ann e Riley pegaram um caminho sem volta; Vlad, o Empalador, pai de Victória, está no controle de suas forças e disposto a tudo (a tudo mesmo) para destruir tudo o que Aden mais ama e, mais do que nunca, Aden sabe que seu pai biológico não só desistira dele, como também nunca realmente o quisera em sua vida.

Eu queria poder dizer que esse livro fez jus à minha animação em terminar a série, mas se eu fizesse isso estaria mentindo em níveis estratosféricos. As ultimas linhas deste livro foram frustrantes.

Tipo, eu entendi o motivo de Aden ter feito o que fez... Mas poxa vida, precisava mudar tanta coisa?