31 de dez. de 2016

O Morcego - Jo Nesbo


Inger Holter é uma jovem norueguesa que vive na Austrália já a alguns anos. Ela foi encontrada morta no fundo de um penhasco e seu corpo apresentava sinais de estrangulamento e estupro. O crime brutal intrigou a policia local e também chamou a atenção da Noruega. Para ajudar nas investigações, a Divisão de Homicídios de Oslo envia o inspetor Harry Hole como representante e consultor.

As instruções não poderia ser mais claras: Harry deveria se manter somente como observador, mas, a medida que a investigação avança, o que inicialmente era um crime isolado era, na verdade, um elo em uma longa corrente de estupros e assassinatos cometidos contra jovens mulheres.

O morcego, enviado da morte na cultura aborígine, está a solta na cidade, e ele vai garantir que Harry reviva seus piores pesadelos durante a caçada.

Não sei dizer exatamente se eu subestimo minha coragem, ou se, quando se trata dos livros, não sou exatamente covarde. Confesso que, pela sinopse, estava esperando algo com crimes horríveis, salas de torturas e etc, mas não isso que eu encontrei. Ao menos, não foi isso que a narrativa me deu a entender.

Narrado a partir da mente analítica e auto-controlada de Harry, a investigação, a estada dele na Austrália e seus desdobramentos são contados de uma maneira muito fácil de se acompanhar, Não há mistérios mirabolantes nem pistas invisíveis, somente duvidas que são progressivamente sanadas e teorias que são feitas e refeitas de acordo com os acontecimentos. 

Gostei disso na verdade. Gostei de acompanhar um detetive que segue pistas concretas ao invés de uma investigação praticamente toda dedutiva (nunca me dei bem com Sherlock Holmes e seus afins),

Um ponto negativo é que a quebra das palavras de uma linha para outra não é indicada pelo traço, isso me confundiu em algumas partes. A maioria das vezes tive que ler três ou quatro vezes para entender que se tratava de uma única palavra. 

28 de dez. de 2016

Paixão ao Entardecer - Lisa Kleypas


A caçula da família Hathaway é, aos 23 anos, uma mulher de espírito livre, apaixonada por animais e pela natureza. Apesar de ter frequentado as temporadas londrinas por alguns anos e de ter feito algum sucesso entre os rapazes, ela nunca foi seriamente cortejada, e nem chegou a se encantar com os possíveis pretendentes. Tendo visto seus irmãos se casarem por amor, parece quase impossível que o mesmo aconteça com ela. Bearix se sente quase sem esperança de encontrar alguém que a aceite e que a ame.

Alguma coisa muda quando Prudence Mencer, amiga de Bea, mostra a ela uma carta escrita por seu pretendente, o capitão Christopher Phelan, enquanto este estava no campo de batalha. Quando se conheceram, o rapaz não tardou a fazer comentários nada educados sobre o apego de Bea aos animais, no entanto, aquela carta despertou nela alguma coisa que ela não soube explicar naque momento.

Ao ver que Prudence deixaria a carta, Bea, sem poder deixar que isso acontecesse, ofereceu-se para escrever a ele em nome da amiga. Era errado enganar o pobre homem desse jeito, mas aquelas palavras não podiam ser deixadas sem resposta. isso parecia ser mais errado ainda.

Só que as coisas saem do controle. Bea se apaixona pelo homem que escrever aquelas palavras, mesmo sabendo que elas eram, até onde ele sabia, para outra mulher.

De volta da guerra, Phelan está determinado a casar-se com a autora daquelas cartas. É claro que, antes disso, ele precisa descobrir quem ela é.

Pensem em uma história fofa. Bem é esta. A troca de cartas entre Bea e Christopher são tão cheias de sentimentos que é impossível você não se apaixonar pelos dois. Quando ele volta, as farpas trocadas e os momentos em que os dois se aproximam aos poucos te dá vontade de beijar as páginas do livro (eu fiz isso, confesso). Como sempre, as partes mais engraçadas são quando os Hathaways estão juntos, até por que isso significa que Cam Rohan participará da cena (<3).

Amei demais essa série e estou satisfeitíssima por ter tido a chance de tê-la lido. E mais ainda por ter conseguido cumprir minha "meta extra" de terminá-la antes da virada do ano.

25 de dez. de 2016

A Nona Vida de Louis Drax - Liz Jensen


O inteligente e precoce Louis Drax possui o estranho "talento" de sofrer, todo ano, algo terrível e misterioso que ameaça tirar sua vida. Prestes a completar nove anos, Louis e sua família saem para um piquenique e ele acaba caindo de um penhasco. 

Dado como morto, e após duas horas no necrotério esperando sua vez de ser aberto pelo legista, Louis, milagrosamente volta a dar sinais de vida. As diversas fraturas causadas pela queda o deixaram em estado de coma. 

Com a mãe em choque e o pai desaparecido, Louis é transferido para a clinica do Dr. Pascal Dannachet, neurologista especializado em pacientes comatosos. Especialista em um tipo único de tratamento desse tipo de quadro, baseado, principalmente, em bons estímulos externos, Pascal logo se interessa pelo caso de Louis, e pelas circunstâncias de seu acidente, que a cada dia se revela mais complicado e misterioso.

Em alguns momentos, parece que somente Louis pode dizer o que realmente aconteceu. Só que ele está incomunicável... Será mesmo?

A história se passa na França, entre a primavera e o inverno de um ano não determinado. As narrações se alternam entre Louis e Dr. Pascal, e, a cada capítulo, temos uma nova peça do quebra-cabeça que forma o mistério que envolve o acidente com Louis Drax. Confesso que inicialmente fiquei com medo, achei alguns elementos (especialmente Gustave, o amigo imaginário que acompanha Luis) bem bizarros (e um tanto assustadores), mas ao final, confesso de novo, fiquei prestes a cair em prantos. 

Ainda não sei como lidar com este livro. Nem o que faço com ele. A história é boa demais para eu simplesmente me desfazer, mas não sei se conseguiria lê-lo novamente.

22 de dez. de 2016

Chefe Irresistível - Christina Lauren


Will Sumner, o ultimo solteiro da turma, o garanhão convicto que zombava de Bennet e Max por terem se tornado monogâmicos assumidos pagou por cada palavra lançada quando (re)conheceu a irmã mais nova de um de seus antigos amigos de banda/faculdade. Hanna Bergston pegou esse Will tão de jeito que não deu outra: ele se rendeu e a levou para o altar, disposto a passar o resto de sua vida ao lado dela, onde quer que o novo trabalho dela a levasse. 

Chefe Irresistível é curtinho, 122 páginas, e até por isso mesmo, tem pouca coisa de história. Ainda assim, é um livro fofo por mostra um casal de recém casados, totalmente apaixonados um pelo outro, acertando suas velocidades individuais para seguirem, unidos, um só caminho pelo resto da vida.

Ano que vem sai o ultimo livro da série. A expectativa está alta e acho (tenho uma leve suspeita na verdade), que peguei um pequeno spoiler (mas isso é só um palpite).

19 de dez. de 2016

As Mil e Uma Noites #Livro03


Ainda no chamado Ramo Egípcio, as histórias deste terceiro livro não estão em uma sequencia numérica exata. De acordo com Mamede Jarouche, tradutor e organizador esta edição, a razão desta falta de sequenciamento foi a quantidade de vezes em que as histórias foram organizadas e reorganizadas pelos compiladores anteriores ao escriba egípcio que "as ordenou de fato" durante a segunda metade do século XVIII.

Uma coisa curiosa que acontece, é que os personagens de Sahrazad não raro passam a refletir sua própria condição, narrando histórias para o rei para adiar o momento de sua execução. Isso ocorreu em dois momentos: no primeiro, um rapaz passou oito noites contando histórias para o rei, que pretendia matá-lo por causa de intrigas na corte. A outra situação, muito mais longe e cansativa, foi um vizir que passou trinta noites esticando o momento de sua morte, também incitada por intrigas.

O problema maior, assim como no primeiro volume, foram as histórias dentro das histórias, dentro da história, que muitas vezes confundia e tornava tudo ainda mais cansativo. As notas da tradução, uteis em vários casos, mas nem tanto em outros, também também fizeram o livro se tornar um pouco arrastado.

No total, este volume possui 134 noites agrupadas em quatro histórias completas. Entre elas, destaco a do marujo Sindabah (e sinto desapontar os fãs do desenho, mas as viagens de Sindabah são bem diferentes).

11 de dez. de 2016

Sorteio #20 - Super Combo de Marcadores


Quando o fim de ano chega vários blog lançam vários sorteios valendo vááários livros. Pois agora você vai poder ganhar um montão de marcadores para aumentar sua coleção (e impedir aquele amigo brutamontes de dobrar a ponta da página marcar o lugar em que pausou a leitura).

Visitando minha coleção pessoal, separei um kit incrível com NOVENTA (isso mesmo, NOVENTA) marcadores reunidos ao longo de anos participando de eventos literários e de algumas semanas pilhando (as vezes descaradamente) livrarias cidade a fora.

Como uma pessoa (ou, nesse caso, um blog) só não dá festa, chamei a Laiara Dias e o Blog Pretenses ("um blog com pretensão de ser mais que um blog" #AdoreiAVinheta) para a diversão e adivinhem só? Teremos TRÊS KITS com NOVENTA marcadores cada um.

Antes de começar, por favor, leia algumas informações sobre o sorteio:
  • Os participantes devem morar em território nacional. 
  • Os participantes devem informar um endereço de e-mail válido. Ele será usado para entrar em contato com os vencedores do sorteio. E-mails inválidos desclassificarão o ganhador.
  • O blog responsável pelo sorteio terá 30 (trinta) dias para enviar o brinde e informar aos vencedores seus respectivos códigos de rastreio. A
  • O blog responsável pelo sorteio não se responsabiliza por eventuais atrasos e/ou extravios por parte dos Correios.
Sem mais delongas, vamos a ele!

a Rafflecopter giveaway

Boa sorte aos participantes!

6 de dez. de 2016

Um Perfeito Cavalheiro - Julia Quinn


Sophie Beckett é a filha ilegítima de um conde que, felizmente, acolheu-a em sua mansão em Londres e responsabilizou-se por sua criação (sem nunca apresentá-la como filha). Aos nove, o conde se casou com uma mulher que já tinha duas filhas de seu casamento anterior (a mais velha, linda, mimada e presunçosa, e a outra, gordinha, desengonçada e de boa índole). Poucos meses depois, para a total surpresa de todos, o conde morre e deixa Sophie aos cuidados da madrasta, que desde sua chegada à propriedade deixara bem claro que não a suportava. De filha, Sophia passou à condição de empregada. 

Os anos passaram e Sophie cresceu desejando poder, ao menos uma vez, participar de ao menos um evento da sociedade londrina. A oportunidade surge quando um baile de máscaras oferecido pela família Bridgertons. Parecia impossível, mas mesmo usando um vestido que pertencera à sua avó e um sapato roubado de sua madrasta, lá estava ela aproveitando a noite em um baile de verdade (mas só até a meia noite). 

E o baile teve direito até a um príncipe: Benedict Bridgertons, o segundo mais velho da família foi atraído pela misteriosa mascarada de vestido prata no momento em que ela pisara no salão. Antes mesmo de vê-la, ele sentiu sua presença e se apaixonou por aquela dama espontânea, misteriosa e um tanto atrevida.

Mas a noite soou, a realidade bateu à porta de Sophie e ela precisou voltar ao seu borralho.

Então, encontrou semelhanças com um certo Conto de Fadas de Charles Perraut? eu fiquei decepcionada pensando que, depois de dois livros maravilhosos Julia Quinn me viria com uma versão tão escancarada do conto da Cinderela... Mas acabei me enganando. A madrasta descobriu a noitada, e expulsou Sophie de casa e ameaçou-a acusa-la de roubo caso ela voltasse a aparecer na sua frente, e ela acabou parando na casa de um herdeiro que quase a violentou durante uma festa bastante farta em álcool.

Tal como um príncipe saído dos contos de fadas, Benedict surge para ajudá-la. Apesar de ela nunca tê-lo esquecido, ele não a reconhece... O que não o impede que ele se apaixone por ela mais uma vez.

Gostaria de fugir do trocadilho, mas Benedict conseguiu superar o irmão mais velho e se tornou me segundo romance favorito da série. A história dele e de Sophie é fofa e eu a adorei. <3

3 de dez. de 2016

Redimida - P. C. Cast


Enfim, o fim. Nem acredito que consegui cumprir uma das quests secretas que defini para mim este ano. 

Um momento de descontrole e a consciência de saber ter feito uma coisa muito errada levou Zoe a render-se à Policia de Tulsa. Sendo uma criminosa confessa, a ela cabe sofrer as consequências de seu ato, mesmo que isso signifique colocar sua própria vida em risco.

Como sempre, a verdade dos fatos vem a tona para libertar inocentes, redimir os arrependidos e responsabilizar os culpados. Por falar em culpados, Neferet está mais louca que nunca, e tão convencida de seu próprio poder que chegou ao ponto de coroar-se Deusa das Trevas e espalhar carnificinas e insanidades cidade a fora.

O equilíbrio das forças deve ser restaurado. E Zoey, a novata mais amada por Nyx e conhecedora da magia antiga e de suas consequências, é a única que pode fazê-lo.

O que posso falar? Foi um final incrível e eu não esperava menos de uma história tão querida como esta. Terminar House of Night foi uma experiência tão única quanto foi terminar Harry Potter, com direitos às lágrimas e tudo (embora, justiça seja feita, Harry Potter é amor em um nível totalmente diferente).

25 de nov. de 2016

Dartana - André Vianco


Dartana, além do nome do primeiro livro de uma trilogia, é o nome de um planeta castigado por uma maldição que impede que seus habitantes guardem qualquer informação que leve a uma evolução. Arcaicos, eles se vestem de peles de animais e usam armas rudimentares, sobrevivendo com os pouquíssimos conhecimentos passados pelas por suas feiticeiras, as únicas que conseguem acumular algum tipo de conhecimento e se comunicar com o divino.

A única maneira existente de livrar-se dos devoradores de pensamento é vencendo no Cobatheon, um planeta cuja única função é ser um campo de batalha para os deuses de guerra para os diferentes mundos que existem no universo. Mais que a glória, os homens escolhidos para seguir o deus lutam para libertar seus planetas da maldição do não pensar.

Inicialmente, a coisa da maldição ficou confusa. O termo que consta no livro é "maldição do pensamento", o que ficou bastante estranho já que pensar é justamente o que eles não fazem. Um termo mais lógico seria, acredito eu, "maldição do não-pensar", ou alguma coisa parecia com isso. "Maldição do pensamento" ficou estranho.

Como se não bastasse, em alguns trechos, a revisão do texto ficou um tanto deficiente, e isso dificultou o ritmo de leitura. Foram poucas as ocorrências, umas quatro ou cinco acho, mas como estamos falando de um livro de 784 páginas, e que impõem um ritmo mais lento, achei que esses deslises foram bem mais sentidos.

Apesar de Dartana ter uma boa história e uma narrativa bastante condizente com o que se espera de um autor como André Vianco, não me surpreendi tanto quanto gostaria. na verdade, muitas cenas que, provavelmente foram feitas para serem o ápice de adrenalina dentro na narrativa, acabaram ficando na categoria do "mais do mesmo". O caminho de evolução foi repetitivo até mesmo dentro da própria história.

22 de nov. de 2016

A Garota do Calendário (Março) - Audrey Carlan


Alec foi, sem dúvida alguma, um cliente que deixará saudades, Mas é hora de continuar a jornada e, dessa vez, a cidade é Chicago. Antes porém, Mia faz uma parada em Vegas para ver sua família e pagar, pessoalmente, a terceira parcela da dívida com Blaine, o agiota que deixou seu pai a beira da morte.

Desgastes a parte, a Cidade dos Ventos a leva para Anthony Fasano, ex lutador de boxe e presidente de uma das cadeias de restaurantes mais populares dos Estados Unidos. A tarefa de Mia é ser a noiva que Tony apresentará para a matriarca da família.

Inicialmente, Mia não entende por quê um homem como Anthony precisa de uma noiva de mentira, mas a resposta é dada assim que ela vê Hector, o parceiro de Tony, e conhece mais fundo a relação entre os dois e a família Fasano.

A grande lição de Março é que, ao tentar agradar a todos, você corre o risco de machucar àqueles lhe são mais importantes, e mais ainda a você mesmo. É uma lição amarga para Mia, mas que ela precisava aprender para continuar seu caminho.

A vantagem de A Garota do Calendário é que os livros são muito rápidos (li este em algo em torno de cinco horas), embora dá para se dizer também, que eles são um pouco superficiais demais (e isso não quer dizer que as cenas não são bem exploradas, apenas que, em Março, houve pouco a destacar da relação de Mia com seu cliente da vez).

19 de nov. de 2016

Nove Regras a Ignorar Antes de se Apaixonar - Sarah MacLean


O debut de Calpúrnia Hartwell não poderia ser mais desastroso: além de ter sido obrigada a usar um horroroso vestido cor de tangerina, ela, que deveria ser a bela do baile, não agradou a ninguém alem de chatos e velhos atraídos pelo status e fortuna de sua família. Humilhada, Callie buscou refugio no labirinto do jardim e, ali, foi encontrada pelo infame marquês de Ralston. A breve conversa entre os dois, foi inesperadamente agradável e até mesmo encorajadora, a ponto de fazer Calpúrnia sentir-se como uma imperatriz pronta para encarar uma guerra. A sensação, no entanto, durou somente até o momento em que ela percebeu que as palavras de Ralston foram vazias.

Dez anos se passaram desde então, e ela continua solteira e pior, sendo obrigada a escutar todos os insultos sobre sua solteirice enquanto suporta calada os intermináveis e desagradáveis eventos e demais preparativos do casamento da irmã mais nova com um duque.

Ao fugir para o gabinete de seu irmão, os dois, já meio alterados pela bebida, conversam e surge uma questão interessante: o que Calpúrnia faria se pudesse, simplesmente, ir lá e fazer? Meditando sobre o assunto, Calpúrnia redige nove itens:

1. Beijar alguém... Apaixonadamente.
2. Fumar charuto e beber uísque.
3. Montar com pernas abertas.
4. Esgrimir.
5. Assistir a um duelo.
6. Disparar uma pistola.
7. Jogar (em um clube de cavalheiros).
8. Dançar em todas as danças de um baile.
9. Ser considerada linda. Pelo menos uma vez.

Depois de vinte e oito anos fazendo tudo o que sua família e a sociedade ditavam como próprios de uma dama, Calpúrnia decide que, finalmente, pode fazer algo que realmente queira, afinal, todos esses anos seguindo sociais não a fizeram ser nada além de uma solteirona.

Agora... curioso como todos os itens acabaram envolvendo, de alguma forma, o marquês de Ralston. 

Tive alguns problemas para lidar com as constantes crise de autoconfiança da personagem (a bem da verdade, não ou muito diferente dela nesse ponto). Ainda assim, Nove Regras a Ignorar Antes de se Apaixonar foi uma leitura gostosa, envolvente e, por mais que eu me afastasse, não conseguia me manter longe da história por muito tempo.

16 de nov. de 2016

Melhor & Mais Rápido - Jeremy Gutsche


Desde a defesa do meu Trabalho de Conclusão de Curso tento manter o tema "empreendedorismo" e "comportamento empreendedor dentro da minha lista de leitura (embora, tenha que confessar, este não seja um tema que eu considere muito atraente). Melhor & Mais Rápido me atraiu justamente por explorar o comportamento empreendedor e o que motiva a pessoa a seguir esse caminho.

O cerne do livro se baseia em dois pontos: armadilhas comportamentais que impedem (ou emperram) pessoas e empresas de progredirem e seus contrapontos, e o que Jeremy chamou de "padrões de oportunidades", que seriam caminhos de análise que podem ajudar no desenvolvimento de um empreendimento em potencial.

Sobre esse ponto, estranhei um pouco o uso da palavra "padrão", já que está me passa a ideia de algo rígido e invariável, o que é justamente o oposto da proposta de Gutsche. Não sei se foi coisa da tradução, ou se a palavra usada por eles é realmente essa.

A ideia dos "padrões de oportunidades" é bem interessante: de acordo com o autor, ao submeter uma ideia usada e funcional aos questionamentos propostos por esses padrões, é possível encontrar uma ideia variante que não foi explorada comercialmente, e que, portanto, é uma ideia empreendedora válida. Tais diretrizes (eu gosto mais dessa palavra para expressar a ideia de Jeremy) podem abordar diversos pontos da ideia primária, tais como a convergência de produtos ou serviços, a divergência dos mesmos e a ciclicidade de um mercado consumidor.

Melhor & Mais Rápido é um livro difícil de ser avaliado: ao mesmo tempo em que achei os conceitos expostos interessantes, tenho certa tendência a achar estudos de casos um tanto entediantes e, sinceramente, por mais dinâmico que o autor tenha tentado ser, quase caí no sono em diversas partes do livro. 

A leitura valeu a pena, mas uma releitura está fora de questão.

6 de nov. de 2016

Como Eu Era Antes de Você - Jojo Moyes


Como em todo final de ano, o Clube do Livro que frequento fará uma festa a fantasia com um Amigo Livro entre os participantes. Na hora da troca dos presentes, ao invés de adivinharmos a pessoa, temos que dar dicas sobre o personagem que a pessoa se fantasiou. Confesso que o único motivo de comprar este livro e de passá-lo à frente de todos os outros foi que minha primeira ideia foi ir com a roupa final que Louisa Clark usa no final do filme. Como a ideia murchou (pelo preço que toda a produção custaria), ao menos ficou a leitura.

Em uma pequena cidade turística da Inglaterra vive Louisa: uma jovem de vinte e seis anos que trabalha em uma cafeteria da cidade e não tem muitas ambições na vida, a qual consiste, basicamente, de ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa e, ocasionalmente, sair com o namorado aficionado por treinos e dietas.

Ao descobrir que o café onde trabalha há sete anos iria fechar, Louisa não poderia sentir-se mais perdida (ou talvez a palavra certa seja inútil): até então, ela e o pai eram os únicos provedores financeiros da casa em que ela, os pais, o avô, a irmã e o sobrinho viviam, e todos já sabiam que o emprego do pai estava ameaçado. Para piorar ainda mais, o tempo todo você tem a nítida impressão de que todos a chamam ou a tratam como inútil. (Eu detestei isso. Detestei ainda ler a maneira como a família dela a tenho para mim que isso contribuiu, e muito, com o péssimo término de semana que tive.)

Sem conseguir se adaptar às oportunidades de emprego que apareciam, Lou foi encaminhada a uma casa próxima ao castelo da cidade. A vaga de cuidadora oferecida pela família Traynor tinha um contrato de duração de seis meses e oferecia um salário irresistível demais para ser recusada. O paciente é Will Traynor, um rapaz de trinta e cinco anos que ficou tetraplégico  após ser atropelado por uma moto dois anos antes.

Difícil falar sobre esse livro. Assisti ao filme com uma amiga um pouco depois da estreia dele nos cinemas, e por ter chorado até bastante na segunda metade do filme, já esperava o choque de emoções. O que eu não esperava era ver como realmente era a vida de Loisa antes de Will. Sabia que o livro mexeria com o meu emocional, mas realmente não seria tanto.

3 de nov. de 2016

Homens Elegantes - Samir Machado de Machado


Uma das maiores vantagens que vi em ter parceria com editoras de maior nome, é que fica muito mais fácil dispor-se a conhecer autores até então desconhecidos. Na proposta que adotei para mim mesma de, sempre que possível, sair da minha zona de conforto e buscar por novas fronteiras, os catálogos me dão uma base mais segura para aventuras ao desconhecido. Posso dar um passo em falso de vez em quando, mas, em outras, acerto em cheio. Esse foi o caso de Homens Elegantes, do brasileiro Samir Machado de Machado.

O ano é 1760. o soldado brasileiro Érico Borges é enviado à Londres com a missão de investigar um enorme contrabando de livros eróticos para o Brasil. Acostumado às restrições da vida na colônia, ele se deslumbra com as excentricidades da sociedade londrina e com a liberdade que encontra naquela sociedade tão mais esclarecida que sua terra natal. Enquanto investiga o caso do contrabando, Érico se depara com uma trama muito pior, capaz de provocar uma guerra que pode eliminar a já fragilizada Coroa Portuguesa e, de quebra, devastar ainda mais o Brasil.

Das coisas que me chamaram atenção neste romance, talvez a que mais se destaque foi a narração da história: apesar de ser em prosa, é dividida em atos, em uma peça cujo o ator principal é ninguém menos que o próprio Érico (que por vezes se gaba de sua habilidade como ator). A preocupação com a camuflagem é tanta que o autor utilizou-se também dos sinais gráficos para explicitar sua capacidade de adequação: quando Érico entra em conversa no idioma lusitano, os diálogos são marcados com travessão, enquanto nos feitos no inglês são utilizadas aspas. Se uma ação é simultânea a uma outra, o texto é dividido em duas colunas, uma para cada frente de ação. Não sei se consegui ser clara nesse ponto, então, tentando de novo, o autor se valeu da própria narração para nos mostrar o quanto Érico é capaz de adequar para atingir seu objetivo maior: Érico ambiciona solucionar o mistério do contrabando, a narração quer explicitar Érico.

Alias, Érico foi outro ponto que me chamou atenção: lá pelo segundo ou terceiro capítulo, fiquei me perguntando "mas, afinal de contas, quem é Érico? Soldado? Ator? Espião?" Bem, a verdade é que ele é um pouco de cada, e nada ao mesmo tempo. Ele é um ator em sua própria vida, que encena encaixar-se em um mundo que reprime sua maneira de ser e que, atualmente, trabalha a serviço da Coroa portuguesa contra aqueles que o obrigam a atuar. Percebem? Érico é um homossexual, um Homem Elegante e, de fato, são poucos os personagens masculinos deste livro que não recebem tal nomeação.

A leitura deste livro é meio densa, mas mais por causa da quantidade de páginas do que pela história. As diversas ferramentas utilizadas na narração não deixaram que o enredo ficasse chato, na verdade, pelo contrário. Foi ela que me levou a devorar páginas e mais páginas, a ponto de me fazer ler as 538 páginas deste romance em menos de seis dias.

29 de out. de 2016

Manhã de núpcias - Lisa Kleypas


Desde o momento em que Catherine Marks começou a trabalhar para a família Hathaway como tutora e dama de companhia das jovens Poppy e Beatrix, a relação entre ela e Leo Hathaway tem se resumido a uma troca de farpas. Enquanto ele não perdia a chance de desfilar seus maus hábitos, ela não perdia a oportunidade de criticá-lo.

As coisas mudaram um pouco de figura quando Leo descobriu que a governanta sem graça e austera utilizava-se de artifícios para esconder-se. Isso, é claro, ele jamais admitiria. Nem para ele mesmo.

Os quatro anos em que Cam, Merripen e Leo passaram melhorando a propriedade dos Ramsays fizeram milagres àquela terra esquecida: a casa foi totalmente reformada, os campos passaram a receber melhores cuidados, e a família Hathaway cresceu e prosperou. 

É então que mais uma bomba é jogada no lar dos Hathays: a viúva do último Lorde Ramsay manifestou a intensão de exigir o direito dela à Ramsay house, dada a ela por meio de um testamento cheio de complicações jurídicas. O documento, entretanto, deixava uma brecha: Leo deveria casar-se e gerar um herdeiro dentro dos cinco primeiros anos como lorde Ramsey... E faltava apenas um ano para o prazo se cumprisse e a família perde-se o lar que eles ergueram e construíram para si.

A solução era óbvia: Leo deveria casar-se, e logo. A questão era o "com quem". Estranhamente, o primeiro nome que passou por sua mente foi o de Catherine... Ele "só" tinha que convencê-la.

Eu gosto da série Hathaway porque as histórias são leves, fofas, e perfeitas para se relaxar depois de um livro mais longo ou denso. Manhã de Nupcias foi exatamente assim, Leo e Catherine formaram  um casal fofo e ele se mostrou ser uma ótima e uma péssima influencia ao mesmo tempo, e ainda teve o bônus de rever personagens queridos como Cam Rohan e Harry Rutheledge.

26 de out. de 2016

Seeker: A Guerra dos Clãs - Arwen Elys Dayton


Desde o inicio dos tempos, existe no mundo pessoas que recebem a missão de usar suas habilidades para mudar o mundo para o melhor. Os Seekers, como são intitulados, tem em suas mãos um objeto que dá a eles a capacidade de descobrir caminhos entre o véu do tempo/espaço e, assim, cumprir com o nobre objetivo que é passado de geração em geração desde que o mundo se tornou mundo.

A protagonista da série, Quin Kincaid, é uma jovem de dezesseis anos que está completando seu treinamento para, finalmente, se tornar uma Seeker empossada. Maravilhada pelas histórias contadas por seu pai, ela mal espera o momento de prestar seu juramento.

Ao fazê-lo, no entanto, Quin percebe que nada é como imaginava. Tudo a sua volta pareceu se revelar exatamente como é na mesma noite em que o tão aguardado Juramento aconteceu, e mesmo John, o garoto que treinou consigo durante anos e o rapaz com quem imaginava se casar se revela ser uma pessoa estranha demais para que ela conseguisse acreditar.

Inicialmente, achei a história confusa. Muita explicação vaga, mistério demais para coisa aparentemente de menos... Realmente cheguei a achar que este seria mais um daqueles livros que prometem, prometem e não cumprem nada... Mas, a medida em que eu fui lendo, a história foi se definindo e as coisas foram sendo nomeadas e conceituadas como devem ser feitas... Bem, a história se relevou ser não necessariamente ruim, mas também necessariamente boa.

A narração de Arwen Dayton compensou uma história potencialmente sem graça. Ela sabe como descrever bem as partes relevantes da trama e isso ajudou bastante a não detonar de vez a história.

22 de out. de 2016

Surpresa Irresistível - Christina Lauren


Ao ler Sempre Irresistível tive quatro certezas sobre a família Stella: Amo loucamente essa família, Niall é um fofo e eu iria adorar seu livro solo e... Bem, esse eu não posso contar que é um spoiler. Devo dizer que não apenas adorei Surpresa, como ele ultrapassou o Estranho Irresistível como meu livro favorito da série (o que posso dizer, britânicos mexem comigo haha!).

Ruby Miller é uma jovem americana recém saída da faculdade de engenharia que conseguiu o emprego dos sonhos em um dos melhores escritórios do ramo em Londres. Além de uma excelente oportunidade profissional, seu emprego lhe dá a grande vantagem de poder, ao menos uma vez por semana, admirar o incrivelmente lindo Niall Stella, um dos sócios do escritório e um dos engenheiros mais renomados e de toda Londres.. (E isso quase compensa o chefe cretino (no mal sentido) que ela tem).

Um imprevisto com seu chefe direto dá a ela uma chance inesperada: passar um mês inteiro em Nova York participando de reuniões com autoridades locais sobre melhorias nos transportes urbanos, acompanhando os passos de Niall Stella por todas as obras que ele visitasse.

Até então, Niall jamais sequer imaginou que era a paixonite secreta de alguém. Depois de um divórcio conturbado que acabou dez anos de um casamento que pareceu fadado ao fracasso desde seu início, a readaptação à vida de solteiro podia incluir muitas coisas, menos relacionamentos, sejam eles instantâneos ou curtos, e menos ainda os do tipo profundo.

Mas quando ele e Ruby conseguem quebrar o gelo inicial e dissipar, ao menos em parte, o nervosismo diante da convivência forçada, eles percebem que, talvez, a passagem por Nova York traga benefícios que vão além da área profissional de suas vidas.

É meio estranho dizer isso, mas me identifiquei com alguns traços de personalidade de Niall, ao ponto de me fazer pensar se eu mesma não cheguei a passar por aquilo de alguma maneira.

Preciso fazer um comentário adicional: na sinopse do livro, o texto diz que eles começaram a flertar um com o outro no avião para Nova York. Sinceramente, eu não concordo. Não houve (ou não percebi) absolutamente nada que me indicasse que a conversa casual que eles tiveram foi um flerte. Ao menos, eu chamaria aquilo de um quebra-gelo engraçado.

19 de out. de 2016

Criaturas Estranhas - Neil Gaiman


Depois de muito tempo ouvindo falar muito bem de Neil Gaiman, eis que finalmente surge uma oportunidade de ler algum texto dele. Criaturas Estranhas é uma coletânea de contos de diversos autores (dele inclusive) reunidos e organizados em torno de um único tema: criaturas estranhas.

Começando pelo começo, gostei muito da capa. Além de ser muito bonita chama bastante atenção para o tema dos contos. O uso das cores também foi favorável ao tema: as criaturas fantásticas, sombrias, e não necessariamente simpáticas.

Sobre os contos. como já foi dito anteriormente, o ponto em comum das dezesseis histórias reunidas por Neil Gaiman são criaturas e, por que não dizer, mundos fantásticos. Achei interessantes que muitas histórias utilizaram de um recurso próprio para progredir na narração. 

No primeiro conto, por exemplo, o autor Gahan Wilson utiliza de um artifício visual para mostrar a evolução da estranha criatura que aparece, em um primeiro momento, como uma mancha inofensiva na mesa de um metódico lorde inglês, e que cresce cada vez que tiram os olhos dela. Em Ozioma, a Maligna (Nnedi Okorator), a separação entre a personagem e a criatura se dá por meio da fonte diferenciada, e a mesma coisa acontece em O Sábio de Theare, de Diana Wynne Jones.

Ao todo, sete contos me chamaram atenção ao ponto de me fazer favoritar o livro no Skoob, e três deles merecem, ao meu ver, serem mencionados: 

Em O Mal Também se Levanta, de Maria Dahvanna Headley, existe uma cidade que rodeia uma minifloresta densa. Nessa floresta, habita, há muito tempo, uma Fera. Todos na cidade sabem de sua existência, especialmente Ângela, cujo pai é caçador. Ela não está nem aí para a Fera, até que chega um colecionador de feras na cidade. Apesar de não ter nenhuma característica explícita, a história fez com que eu lembrasse de algumas ilustrações mais darks de A Bela e a Fera. #GosteiDaReferência

Prismática, de Samuel R. Delaney, foi, arrisco dizer, meu conto preferido de todo o livro. Nele, um homem muito magro e grisalho entra numa taverna com um imenso baú, que, segundo ele contem seu "mais próximo e querido amigo", e oferece um grande pagamento para quem ajudá-lo a encontrar a cura para seu amigo. O astuto Amos se voluntaria e, junto com o estranho e seu baú, partem em  uma jornada em busca de três fragmentos de um espelho mágico. A narração e a construção do enredo foram o que me chamaram atenção neste conto. Dalaney conseguiu trabalhar muito bem o aspecto visual do conto, e juro, se há uma história neste livro que merece muito ser transformada em animação, essa seria Prismática.

O Lobisomem Cabal, de Anthony Boucher, foi outra que me conquistou pela narração e construção da história. O professor de alemão Lobato Lobo afoga suas mágoas na bebida quando um homem meio estranho, que alega ser um mágico, ensina a ele uma palavra mágica que, segundo ele, acionará o gene lobisomem de Lobato... E a palavra funciona. Excitado pela descoberta, ele decide mostrar a Gloria, sua ex-aluna e estrela de cinema por quem é apaixonado, que ele pode ser um homem até mais exitante para se relacionar que um policial ou um ator.

Vou fazer uma menção honrosa ao conto O Sorriso no Rosto, de Nalo Hopkinson: existe, na cultura celta se não me engano, espíritos femininos que habitam em determinadas árvores. Gilla não acredita nesse tipo de coisa... Ao menos não acreditava antes de começar a escutar sussurros vindos da árvores de cerejeira que fica em frente à sua casa. Ao engolir um caroço de cereja, a voz que parecia vir da árvore se instala em sua cabeça, vozes que a fazem agir como nunca antes pensou em agir.

Mais uma menção honrosa a Venha, Dona Morte, de Peter S. Beagle: você iria a um baile cuja convidada de honra fosse a Morte em pessoa? 

16 de out. de 2016

As Mil e Uma Noites #Livro02


A compilação dos quatro livros da história de As Mil e Uma Noites que formam esta coleção da Biblioteca Azul são provenientes de, basicamente, quatro manuscritos que possuem duas origens diferentes: uma síria, e uma egípcia, sendo dois manuscritos de cada vertente.

O segundo livro trás a finalização das noites encontradas nos manuscritos do chamado Ramo Sírio (111 noites, incluindo o início da história do rei Qamaruzzaman), e também as noites contidas nos dois manuscritos do Ramo Egípcio. Este último, composto por uma duas histórias completas distribuídas em 73 noites, incluindo a historia completa de Qamaruzzaman e seus filhos e mais uma outra completa.

Dessa vez, percebi que alguns trechos de algumas poesias, ou mesmo poesias completas foram reaproveitadas ao longo da história (algumas mais de uma vez até). Mas, ao contrário do que possa parecer, a coisa toda não ficou repetitiva (pelo menos não quando se pula o ultimo parágrafo de uma noite e o primeiro (e as vezes o segundo da noite seguinte).

Em relação à leitura, achei esta parte muito mais fácil que a primeira, talvez pela quantidade menor de narradores implícitos nas histórias contadas por Sahrazad. E só por não ter aquele barbeiro insuportável que me lembrou até demais uma pessoa que eu não aprecio (para não dizer coisa muito pior) já fez o livro dois ganhar muitos pontos comigo.

A avaliação da história como um todo está bastante positiva e vou aguardar ansiosamente pela próxima leitura. :)

3 de out. de 2016

O Visconde Que Me Amava - Julia Quinn


Imaginem vocês que o maior Libertino da Londres de 1814 decide, de uma hora para outra, casar-se. Pois bem foi assim que Anthony Bridgerton abriu sua narração neste romance. De acordo com ele, já estava na hora de sossegar,encontrar uma esposa e produzir herdeiros.

Ele tinha condições, é claro. A moça escolhida deveria ter algumas características específicas que o agradassem. Sem disposição para muitas delongas, Edwina Sheffield foi escolhida como sua noiva ideal. Bonita, graciosa e inteligente, ela seria perfeita para o título de viscondessa. Ela, inclusive, atendia ao maior de todos os requisitos: ela não iria fazer com que ele se apaixonasse.

Para chegar até Edwina, Anthony precisa passar por Kate, a irmã mais velha da donzela que também está debutando naquele ano. Acostumada a ser ofuscada pela beleza e graça da irmã, e resignada por não ter grandes chances de encontrar um marido durante sua primeira e única temporada em Londres, ela está determinada a encontrar um bom casamento para a irmã. E, dentre todos os inúmeros pretendentes possíveis de sua irmã caçula, o libertino com "l" maiúsculo Anthony Bridgerton foi o que mais despertou seu desgosto.

Anthony é persistente, sabe que para chegar a Edwina precisa dobrar a vontade de Kate. É uma ação planejada, mas que tem um resultado totalmente adverso do esperado: ele se apaixona.

Apesar de Anthony Bridgerton ser considerado o "maior libertino de todos"... Eu o achei tão bom moço que até perdeu a graça. Talvez seja implicância, afinal, seu alvo primário não era Kate, mas faltou alguma coisa para ele fazer jus à fama que, segundo ele, ele e Hastings (de O Duque e Eu) receberam. 

Sobre Kate, gostei dela. Na verdade, gostei da forma como a autora trabalhou sua visão de si mesma e de seus desejos. De certa forma, me vi um pouco refletida nisso e, por mais estranho que pareça, gosto de perceber que não sou a única a sentir ou pensar daquela maneira.

Como eu já esperava que fosse, a reunião da família Bridgerton foi, de longe, a parte mais divertida do livro, e eu ri horrores com a maneira com que eles interagiram entre eles.

30 de set. de 2016

A Garota do Calendário (Fevereiro) - Audrey Carlan


A jornada de Mia Saunders continua. O mês ao lado de Wes terminou e, após uma intensa maratona de embelezamento, ela parte para Seatle, onde irá conhecer seu próximo cliente. Alec Dubois é artista plástico francês que quer fazer de Mia sua musa em sua exposição "Amor sob tela".

É estranho (ou talvez nem tanto), mas não consigo montar um resumo da história sem cair no clichê de usar a sinopse. O trabalho de Alec envolve mexer com os sentidos e emoções: tamanho da tela, textura e cores da tinta, e, o mais importante para ele, o que aquela imagem desperta em quem a vê? O que sente uma pessoa que olha para alguém que admira seu trabalho? Com Mia, Alec acabou trabalhando outro ponto: o que ela sente ao ver a si mesma retratada nas tela, o que ela sentia enquanto ele a clicava e como ela se via e se sentia depois de ver as telas prontas.

Ao ler a sinopse, pensei que Alec exploraria a sexualidade de Mia em suas telas, mas logo nas primeiras partes percebi que o estava sendo trabalhado era, de certa forma, a maneira como ela via a si mesma.

Por causa de várias coisas em seu passado, que envolvem principalmente o sumiço de sua mãe na infância, Mia tem uma visão uma visão de si mesma que não a inclui em sua vida. Até então, ela era uma filha, irmã, amiga, sobrinha, mas não era ela. Ela por ela era alguém que não tinha nada a amar em si mesma, nem desejos próprios para realizar. E foi isso que mais gostei na história.

Na verdade, perceber que ela aprende uma nova coisa sobre si mesma e sobre o que ela quer tanto durante quanto depois da jornada é o que está me motivando a continuar a série. Sexo por sexo existe em vários livros, e, de alguma forma, todos envolvem a auto-estima de seus protagonistas (principalmente das femininas). Mas este não está condicionando as descoberta dela a um único homem.

Cada cliente traz consigo algo diferente para Mia assimilar e internalizar. Cada experiência a faz evoluir de alguma maneira.

27 de set. de 2016

A Balada de Adam Henry - Ian McEwan


Fione Meye, narradora deste romance, é uma respeitada juíza do Tribunal Superior da Inglaterra. Especializada em direito de família, por ela passam desde divórcios conturbados até casos extremos que influenciam na vida ou na morte de um recém nascido. 

O sucesso e a estabilidade de sua vida profissional no entanto, mascara o declínio de sua vida pessoal: depois de mais de trinta anos de casamento, seu marido a informa que quer voltar a viver "enquanto ainda pode", mesmo que ao lado de outra mulher (que Fiona sabe ser muitos anos mais nova que ela ou ele).

O choque de Fiona ao ver-se abandonada e trocada não abala seu mundo profissional. O mundo jurídico engole a Fiona mulher de tal forma que não existe, dentro daquela mulher, nenhuma outra além da Fiona juíza.

Em meio a mais um dia corriqueiro no tribunal, nos é apresentado o caso do "adolescente A"; Adam Henry é um garoto de dezessete anos que desenvolve um quadro grave de leucemia a poucos meses de se tornar maior de idade. A transfusão sanguínea, necessária para que o jovem sobreviva, é negada pelos pais do rapaz, que afirmam que sua religião é contra tal procedimento. os médicos recorrem à justiça para poder realizar o tratamento do rapaz.

Após ouvir as considerações e depoimentos das três partes interessadas, Fiona volta-se para a única que ainda não foi ouvida, e decide visitar Adam no hospital e, somente depois, proferir seu veredito. Apesar de fraco pela doença, Adam é um jovem esperto, sagaz e com grande amor a vida. Fiona decide a favor do garoto, dando ao hospital autorização para realizar os procedimentos necessários para salvá-lo.

Com o caso resolvido, a vida de Fiona segue adiante. Seu marido estava de volta à casa dos dois e eles tentavam, de uma maneira estranha e meio sem saber como, retomar o casamento, colocá-lo em uma nova situação confortável. 

Quando o rapaz começa a lhe enviar cartas, e até a segui-la em uma de suas viagens a trabalho, Fiona percebe que, por alguma razão, começou a nutrir sentimentos pelo rapaz. Embora não soubesse nomeá-lo necessariamente como amor, Adam despertava nela um bem-querer que, ela sabia, não deveria existir. Sua decisão foi mandá-lo de volta para a casa dos pais.

Semanas mais tarde, mais uma carta de Adam, contento um poema escrito por ele e intitulado " A Balada de Adam Henry".

Devo dizer que a única razão de eu não ter favoritado esse livro no skoob foi o final, embora, para falar a verdade, não consiga imaginar nenhum outro para Adam e Fiona. A pesquisa do autor sobre o universo dos juristas foi muito bem representada na trama. A rotina dos juízes, os termos técnicos, as montagem das sentenças, gostei muito de conhecer esse universo em particular.

20 de set. de 2016

Um Toque de Vermelho - Sylvia Day


Das coisas que me propus a fazer em 2016, uma delas foi "acabar" com o meu estoque de livros da Sylvia Day. Não por não gostar dela (pelo contrário), mas eu tinha pelo menos três livros dela que estavam na minha lista de leitura há, pelo menos, dois anos. Ainda resta mais um livro dela para ser lido, mas vou deixá-lo para mais tarde. 

No início, Deus criou o mundo e relegou a duzentos de seus anjos a missão de monitorar os mortais, sem nunca interferir em seu livre-arbítrio ou em sua evolução. Alguns, porém, tomaram mortais como amantes e, por isso, foram punidos. Os Caídos, são anjos cujas asas, e, consequentemente, suas almas, foram arrancadas. Imortais, foram condenados a passar a eternidade sobrevivendo com a energia proveniente do sangue humano. Vampiros, como são mais conhecidos. Os anjos que se mantiveram no caminho do Criador tornaram-se Sentinelas, cuja missão é garantir que a punição aos Caídos seja observada.

Entre os Sentinelas, Adrian Mitchell é um Serafim que comanda uma unidade de elite entre os angelicas, seu "disfarce humano" (foi a melhor expressão que consegui encontrar) é a de um dono de uma empresa de aviação. E ele se apaixonou por pela filha de Caído com uma mortal, e se pune por isso ao mesmo tempo em que não consegue desprender-se desse amor condenado.

Ao menos até encontrar Lindsey Gibson, a humana que compartilha o corpo com a alma de Shadoe, a mestiça que o seduziu. Diferente de todas as suas encarnações anteriores, Lindsey é guerreira nata que caça vampiros e demônios desde que sua mãe fora destroçada na sua frente quando ela tinha cinco anos de idade.

Apesar de Um Toque de Vermelho não ser exatamente uma excelente história, achei interessante o plano de fundo e a trama montada pela autora. Achei algumas coisas esquisitas, como o modo como ela trabalhou a questão das reencarnações. Adrian e Lindsey podem não ser o casal mais cativante que Sylvia já criou (na verdade, esse foi o mais sem sal entre os que eu consigo me lembrar), mas formam um casal bonitinho.

 No geral, foi foi um leitura mais ou menos (me atrevo a dizer que a balança pesa, ligeiramente, para o menos. =x)

17 de set. de 2016

O Fim da História - Lydia Davis


"Como encerrar uma história que parece estar sempre em aberto?"

Uma mulher sem nome sentada em uma livraria para recuperar-se de uma peça pregada por sua mente: depois de anos, ela, mais uma vez volta a observar o antigo apartamento de seu ex, esperando vê-lo mesmo que por um segundo. Só que ele já não mora naquele endereço há anos, e ela já não faz ideia de onde ele mora agora.

Enquanto bebe seu chá, ela divaga e conta para si mesma, e para nós, sobre ela, sobre ele, sobre o que se lembra dele, sobre eles e sobre ela depois dele. É como uma epifania de longa duração que ocorre em vários momentos diferentes, mas que nos é contada aos poucos.

"Ela" é uma tradutora que trabalha há anos no mesmo romance. Estranho (ou curioso) que, em vários momentos, o romance e o rapaz se confundiam como objeto de narração. Por várias vezes ela se referia ao romance como se estivesse se referindo a "ele", e o contrário também acontecia. Não a toa a primeira metade do livro foi bem confusa.

Em parte, essa confusão foi causada pela falta de linearidade da narração. "Ela" ia e voltava na linha do tempo da narração tantas vezes que pensei seriamente em abandonar a leitura pela falta de lógica, mas então percebi que a linha do tempo parou de ficar confusa e a história alcançou um ritmo mais constante. Tedioso, sonolento, mas constante, e isso me ajudou bastante a terminar o livro.

Percebi que nessa parte, a parte em que a narração fica mais firme, começou à medida em que ela foi se desprendendo dele, mesmo que não em definitivo.

Várias coisas contribuíram para que a relação entre eles fosse problemática: a diferença entre a idade dos dois (ela é mais velha, "cinco anos mais nova que a mãe dele" ou algo assim), a personalidade dele, a personalidade dela, e é bom dizer, um pouco de crueldade (talvez não intencional) por parte dos dois. Apesar de não termos muitos detalhes sobre como era realmente a relação dos dois, "ela" foi quem, aparentemente, saiu da relação mais abalada. Passaram-se meses até que ela se recuperasse, e mesmo assim não foi totalmente.

A não ser o trabalho feito na narração, que foi muito bom por sinal, pouca coisa me chamou atenção nesse livro. Em vários momentos precisei parar a leitura porquê estava caindo de sono, e isso depois de ler alguns poucos parágrafos. No fim, quando percebi que já tinha lido sessenta e nove por cento do livro, me obriguei a terminar, e, apesar dos trancos e barrancos, não me arrependi de todo.

14 de set. de 2016

Tentação ao Pôr do Sol - Lisa Kleypas


O mascote da família Hathaway, o furão Dogder, tem o dom de colocar alguma das meninas (ou todas elas) em alguma situação embaraçosa. Em sua mais recente estripulia, o bichinho roubou uma carta de Poppy, escrita pelo único pretendente que aparecera depois de três temporadas frustrantes dos bailes londrinos.

Determinada a resgatar a carta, Poppy o segue por praticamente todo o luxuoso hotel Rutledge, lugar em que ela e sua família se hospedam durante os eventos da sociedade. Durante a perseguição, Poppy acaba entrando no escritório de um dos gerentes do hotel, e descobre uma passagem secreta no exato momento em que o dono da sala está prestes a entrar no recinto.

No corredor escuro, sem saber o que fazer para sair da enrascada em que acabara entrando, Poppy é encontrada por um por um atraente desconhecido... que, ela acaba descobrindo, não é ninguém menos que Harry Rutledge, o misterioso do hotel.

Harry se encanta com Poppy. Sua inteligência, beleza e amabilidade o cativaram quase imediatamente. No entanto, existe um obstáculo: Michael Bayning, o filho de um visconde que também se encantara por Poppy e que, até o momento, tinha o coração da moça. Só que ele já estava determinado em ter a jovem Hathaway para si, e não media esforços para consegui-la.

Comparado aos outros da série, a história de Harry e Poppy é mais sossegada e não teve raptos impulsivos de donzelas (o que foi uma pena, porque eu adorava essa parte), e tanto Cam quando Merripen estavam menos raivosos que usualmente (embora Win tenha se valido de uma excelente informação para controlar o instinto assassino do marido).

Uma coisa que me chamou atenção, e eu fiquei muito encantada por ter percebido (embora eu não saiba se tenha sido algo proposital ou não), foi que três personagens coadjuvantes me lembraram muito o trio Horloge, Lumierre e Madame Samovar, três dos meus personagens mais queridos da história de A Bela e a Fera da Disney. O casal das duas histórias tem pontos em comum também, mas é a primeira vez que vejo alguém trabalhando com os serviçais do castelo, e a autora fez isso encantadoramente bem. 

11 de set. de 2016

O Quinto Evangelho - Ian Caldwell


Apesar de estar fugindo um pouco de livros muito grossos, não consegui resistir à tentação de solicitar este livro. A comparação do autor com Umberto Eco e ambientação no Vaticano também pesaram bastante a favor de O Quinto Evangelho.

Nos últimos meses do papado de João Paulo II, uma exposição controversa está sendo montada no Vaticano. Ugo Nogara, pesquisador e curador da exibição, alega ter descoberto um segredo cujas pistas estavam escondidas em quatro dos evangelhos da Bíblia (Mateus, Marcos, Lucas e João) e  em um "quinto" evangelho, conhecido como Diatessarão. De acordo com os estudiosos, este seria a versão mais antiga e mais completa do que hoje se conhece como Novo Testamento, sendo, inclusive, de onde os três primeiros evangelhos citados anteriormente teriam sido retirados.

A exposição de Ugo tem como cerne uma das relíquias mais sagradas da Igreja Católica: o Sudário de Turim, uma faixa de linho que mostra os traços de um homem que aparentemente sofreu os traumas físicos de uma crucificação, e que muitos acreditam ser a imagem de Jesus.

Alex Andreou é um padre da Igreja Católica oriental, um pequeno grupo da Igreja Ortodoxa que segue alguns preceitos do catolicismo romano, entre eles a submissão ao papa. Professor no pré-Seminário e pai de um garotinho de cinco anos, ele luta para criar seu filho sozinho depois de ser abandonado pela esposa poucas semanas depois do nascimento de Peter.

Em uma noite, enquanto ele e o filho esperavam o Simon Andreou, seu irmão mais velho e padre da igreja romana para jantar, Alex recebe um telefonema do irmão pedindo que ele vá imediatamente ao castelo de veraneio do papa. Ao chegar lá, encontra Simon com a batina suja ao lado de um corpo caído nos jardins: Simon havia encontrado o corpo de Ugo Nogara, assassinado uma semana antes do início de sua exposição.

Não bastasse o choque da morte do amigo, Alex ainda precisa encarar uma outra coisa tão ruim quanto: Simon é o principal suspeito do crime, e um processo canônico é instaurado contra ele. 

Ao invés de defender-se, Simon se cala e não faz absolutamente nada para tentar provar sua inocência. É aí que Alex começa sua própria investigação, revirando seu passado como amigo de Ugo e auxiliar na pesquisa de embasamento de tal exposição, esmiuçando e desvendando, aos poucos, tanto a história do Sudário de Turim quanto a dos segredos guardados pelas paredes do Vaticano.

O Quinto Evangelho é um livro grande, são 553 páginas de história (e mais algumas com os agradecimentos do autor) e uma narrativa que detalha as ações e as linhas raciocínio de Alex. É um pouco cansativo, mas, ao mesmo tempo, você consegue ler quarenta páginas ou até mais que isso sem sequer notar que está avançando na história.

A parte final para mim, a exposição propriamente dita e os acontecimentos finais da história me levaram às lágrimas de tão emocionante e bem-feito que foi.

29 de ago. de 2016

O Último dos Canalhas - Loretta Chase


A família Mallory, do duque de Ainswood, é uma tradicional família formadora de canalhas. A longa linhagem de devassos foi interrompida com a morte de um homem sem herdeiros, e o título passou para um ramo mais civilizado da árvore genealógica. Infelizmente, uma série de mortes precoces em um intervalo dolorosamente curto, fez o título cair nas mãos de Vere Aylwin Mallory, o último canalha da família.

(Curiosidade nº1: Em O Príncipe dos Canalhas, logo após se casar com Jessica, Sebastian Dain, o Lorde Belzebu, se meteu em uma briga de estalagem com um amigo bêbado que confundira sua esposa com uma prostituta. Esse amigo era Vere Mallory.)

O caminho de Mallory cruzou como de Lydia Grenviille quando ele e Bertie Trend, o irmão desmiolado da marquesa de Dain, estavam na rua e Bertie quase foi atropelado por um cabriolé aparentemente desgovernado, conduzido por Lydia.

A moça, jornalista de um jornal de relativo sucesso de Londres, estava, na ocasião, perseguindo uma cafetina que, segundo suas investigações, enganava e/ou sequestrava meninas para transformá-las em prostitutas em seus diversos estabelecimentos do ramo. A discussão entre Lygia e Mallister culminou na fuga da prostituta, um beijo roubado, um duque na lama e um casal de turrões demoníacos no caminho certo para se apaixonarem um pelo outro.

O curioso foi que, até um pouco mais da metade do livro, achei a história meio chata. Boa, engraçada em algumas partes e até um tanto divertida, mas ainda assim, menos do que eu esperava até então. Mas isso foi só até a parte Ballister da história aflorar, por que aí, meus amigos, eu devorei páginas atrás de páginas e gargalhando horrores.

26 de ago. de 2016

A Morte da Luz - George R. R. Martin


Nos universos estrelares afora, existe um planeta errante. Ninguém sabe de onde veio, para onde vai, nem o que há nele. O motivo, alias, é justamente esse: não há nada nele, e o único grupo que tentou desbravá-lo jamais foi localizado novamente. Worlon, é vazio e assim foi foi por séculos e milênios a fio.

No entanto, depois de anos sendo exaustivamente observado e estudado de longe por um astrônomo considerado maluco, descobriu-se que Worlon entraria em gravitação com um conjunto de seis sois, e que, durante algum período de tempo, a proximidade com esses gigantes celestes permitiria que o planeta abrigasse vida. Mas somente enquanto durante o período de exposição às grandes estrelas.

Após isso, o planeta, novamente, morreria.

Dirk t'Larien e Gwen Delvano nasceram em Ávalon, um planeta conhecido por guardar a história, a sabedoria e a ciência de vários planetas espalhados pelo universo. Enamorados, os dois fizeram joias-sussurrantes que os lembrariam do amor compartilhado. Somente eles ouviriam os sussurros de suas pedras. Somente eles entenderiam o que aquelas joias significavam.

Depois de anos separados, Dirk recebe, repentinamente, a joia de Gwen. Ainda que duvidando duvidando de si mesmo e da promessa que o unia a Gwen, Ele partiu para Worlon. Sua chegada, no entanto, serviu somente para acelerar um fim há muito previsto.

Escrito em 1977 pelo então estreante George R. R. Martin, A Morte da Luz é, sem duvida alguma, uma das melhores narrações que já pude ler esse ano. Worlon e um  planeta multifacetado, assim como Dirk e os outros personagens da trama, e a narração acompanhou essas entrelinhas com perfeição.

A descrições dos ambientes, as características das cidades e dos povos que a habitaram, a relação entre os personagens, absolutamente tudo foi bem feito e incrivelmente bem planejado.

23 de ago. de 2016

Adorável Cretino - Camila Ferreira


Las Vegas é a cidade do pecado. Cidade de grandes cassinos, grandes orgias e de Jason Hoffman, um grande cretino. Empresário bem sucedido do ramo hoteleiro, divide seu tempo entre reuniões de negócios e festas luxuosas regadas a bebida e movidas à caça de uma transa fácil. 

Ele é lindo, sabe disso e usa seu charme, e seu ego incrivelmente inflado, a seu favor na hora de correr atras de um rabo de saia. Jason consegue todas que quer, na hora que quer... Até que, durante uma pool party uma loira espetacular, o novo alvo da noite, resiste aos seus encantos "infalíveis" e o joga fundo da piscina.

Hellen Jayne detesta homens que tratam mulheres como mercadorias. Detesta que a tratem como uma qualquer, e deixou isso bem claro para Jason ao jogá-lo no fundo daquela piscina. Natural da Pensilvânia, ela se mudou para Vegas após conseguir um estágio em um dos maiores hotéis de Las Vegas.

O que ela definitivamente não contava era que o cara que ela jogou na piscina era o dono majoritário do hotel em que ela trabalharia.

Apesar de ter gostado da história, fiquei com algumas ressalvas: a narração, feita em primeira pessoa e alternando os narradores, tentou ser mais informal, incluindo o leitor em uma conversa imaginária com os protagonistas... Não gostei muito disso. Ficou forçado e a quebra da narração e do desenrolar da cena me desconcentrou durante a leitura.

Também achei que, em algum momento, houve frases desnecessárias que, se implícitas, teriam colocado mais agilidade ao texto. 

A quantidade de exclamações também me incomodou e acho que, se não fosse ter gostado da história, teria desistido da leitura justamente por esse fator. Tipo, os personagens estão em um contexto, conversando. Até então, não há algo que gere exclamações. É uma frase normal... E aí aparece o sinal exclamativo e muda TODA a percepção da frase. É como se você estivesse lendo uma certeza e, lá no final da frase, descobrisse que aquilo não era para ser uma certeza, e sim uma surpresa. É confuso e quebra totalmente o ritmo da leitura.

Cheguei a este livro por indicação de uma amiga que vem falando comigo sobre Adorável Cretino a bastante tempo. Pela animação dela, esperava mais coisa desse livro. No fim, foi uma leitura que ficou entre o agradável e o "ok, próximo livro por favor".

20 de ago. de 2016

A Garota do Calendário (Janeiro) - Audrey Carlan


Mia Saunders não acredita mais no amor. Não mais pelo menos. Depois de quatro desastres amorosos, ela fechou seu coração. O erro #4, aliás, foi o que afundou seu pai em uma inacreditável dívida de um milhão de dólares (e ainda fez questão de espancá-lo até mandá-lo para o hospital em estado de coma).

Desesperada, ela recorre à tia, dona de uma empresa de acompanhantes de luxo na Califórnia. Não é o que quer, mas, se Mia tiver alguma pretensão de (1)pagar as dívidas do pai, (2) custear as despesas médicas, (3) pagar a faculdade da irmã e (4) oferecer a ela (e à família) alguma vida minimamente confortável, é isso o que ela terá que fazer.

Seu primeiro cliente é Weston Charles Channing III, um roteirista badalado de Hollywood responsável por alguns dos maiores sucessos de bilheteria dos últimos três anos. A principal missão de Mia é barrar os avanços das piriguetes que invariavelmente frequentam as festas do cinema americano, permitindo que ele converse com quem realmente interessa em seu ramo de trabalho,

Wes é um sujeito lindo, de olhos verdes e físico de surfista. Desde o início, deixou claro à Mia o que era esperado dela, assim como deixou suas regras bem clara quando ela aceitou ir para a cama com ele: sexo em abundância, monogamia, dormir em quartos separados e não se apaixonar. Para uma pessoa que levou pedrada na cara nos quatro últimos relacionamentos, era o plano perfeito.

Apesar do plano original não ter dado muito certo, os vinte e quatro dias em que Mia e Wes passaram juntos serviram para várias coisas. Uma delas, e talvez um dos pontos mais importantes, é que, agora, Mia poderá viver por ela, e que, talvez, as coisas não sejam tão ruins quanto parece ser. Ao se tornar uma acompanhante, ela também vai poder aprender a se envolver com um cara sem necessariamente apaixonar-se por ele.

Eu não tinha muitas expectativas quanto à história. A curiosidade em relação ao tema e o preço baixo na pré-venda foram determinantes para que eu comprasse a coleção. Se a história continuar assim terei, com certeza, encontrado uma excelente série para se juntar às várias outras em minha estante.