22 de out. de 2015

O Próximo da Fila - Henrique Rodrigues


O ano é 1990. Aqui no Brasil, a recessão econômica mina cada vez mais o poder aquisitivo dos trabalhadores, mas essa não é a realidade do narrador-personagem. Ao menos não até o pai morrer. Nesse momento, ele, a mãe e o irmão precisam sair da casa em que sempre viveram, vender móveis e o automóvel da família para morarem em um lugar mais em conta.

A escola particular em que estudava teve que ser substituída pela escola pública e ele, que sempre pode ter dedicação exclusiva aos estudos, precisou começar a trabalhar para ajudar a manter a família na quitinete que agora eles chamam de lar.

No prólogo, descobrimos que esse garoto hoje é jornalista e escritor, e está em seu horário de almoço escrevendo sua história (ou parte dela) nos guardanapos disponíveis na mesa da lanchonete em que está almoçando.

É um tanto difícil explicar o que senti lendo este livro: por um lado, o adulto está cansado da vida que tem, cansado do rumo que sua vida seguiu. Do outro, o jovem, sem muitas perspectivas para o futuro, é obrigado a amadurecer rápido demais e a conviver com duas grandes peças pregadas pelo destino.

No meio disso tudo, temos a rotina de uma lanchonete fast-food contada em suas minucias, assim  como as consequências das interações entre funcionários e entre funcionários e chefias em um período bastante conturbado da história do Brasil.

Não há travessões indicando as falas, mas estas são tão claras que, a bem da verdade, os indicativos se tornam desnecessários.

Este livro me surpreendeu por vários motivos e em vários momentos que fiquei bem contente por ter tido a oportunidade de lê-lo.

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