22 de mai. de 2017

Rastros de Sangue - Val McDermid


Rastros de Sangue é um bom exemplo de "sequencia de histórias independentes" que não são tão independentes assim. Em O Canto da Sereia, livro de 2014 também publicado pela Record, a detetive Carol Jordan recorre ao psicólogo Tonny Hill quando se depara com quatro corpos mutilados e torturados. O conhecimento de Hill o permite entrar na mente do criminoso para estabelecer um perfil que possibilite desvendar sua identidade. 

Dá certo, mas tanto Hill quanto Jordan saem traumatizados do caso.

O enredo de Rastros de Sangue começa com o primeiro dia da recém-criada Força-Tarefa Nacional de Criação de Perfis, uma vitória conquistada depois do bem-sucedido desfecho do caso do "Assassino de Bonecas".

Durante o treinamento da força-tarefa, Tonny passou um exercício aparentemente simples aos seus treinees: encontrar, a partir de uma séries de arquivos de casos não solucionados de adolescentes desaparecidos, possíveis conexões, mesmo que hipotéticas. Ao longo do brainstorming, uma hipótese um tanto descabida, mas substancialmente intrigante surge. 

A teoria é descartada pelo grupo, mas quando a pessoa que a conjecturou aparece cruelmente morta, eles sabem: no meio de todos os desaparecimentos estudados, eles haviam encontrado o rastro de um serial killer.

Uma nova caçada foi iniciada.

Carol Jordan não ficou indiferente. Mesmo não fazendo parte da , sua jurisdição (e graças a alguma pressão de seu chefe imediato), ela foi a primeira a pedir a consultoria da Força-Tarefa Nacional de Criação de Perfis em um caso de incêndios em série na cidade em que estava alocada. Jordan estava na sala durante o brainstorming, e sentiu tanto quanto os outros ao saber o que acontecera ao treinee.

Voltando ao primeiro parágrafo desta resenha, apesar de as histórias serem claramente independentes uma das outras, em vários trechos tive dificuldade em entender a referência ao primeiro livro. Já vi autores que fazem questão de dar uma esplainada rápida sobre o que ocorrera, mas McDermid não se dá ao trabalho de fazê-lo. A informação ficou incompleta e, por isso, não foi uma experiência de leitura muito boa.

Quanto ao ritmo de leitura, bem, este livro tem 488 páginas e tive a impressão de que a história mesmo só começou nas 150 ultimas. Não relevou muito essa questão pois, mesmo com todas as informações reunidas, encontrar o fio de Ariadne que os conduziria a um motivo sólido para prender a pessoa em questão foi difícil. Mas sabe quando você tem a impressão de que algumas coisas poderiam ser encurtadas? Talvez menos dramas externos (leia-se a coisa inexplicada entre Tony e Carol, que, por sua vez, tem muito a ver com a falta de entendimento prévio sobre o assunto), ou coisa assim. Sei que demorei alguns dias nas primeiras trezentas e poucas páginas e somente algumas horas na parte final do enredo.

Por fim, alguns erros de ortografia ao longo da tradução pareceram ter sido estrategicamente posicionados justamente nos momentos em que minha concentração estava de boa para excelente, me desconcentrando justamente quando eu conseguia algum ritmo decente.

Rastros de Sangue, infelizmente, não foi uma leitura exatamente proveitosa.

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